tag:blogger.com,1999:blog-87969007898050033982024-02-19T01:51:36.320-03:00Cocada Preta | O Brasil que o Brasil não conheceCOCADA PRETA | O Brasil que o Brasil não conheceAnna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.comBlogger27125tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-62074868797871730272012-02-08T21:12:00.008-02:002012-02-25T19:14:56.235-02:00Série (En)cantando o Brasil (Caribenha Nação - Lenine)<div><div class="separator" style="clear: both;"></div><div style="text-align: justify;">A sétima faixa do álbum "<i>Olho de Peixe</i>" (1994), de <a href="http://www.lenine.com.br/" target="_blank">Lenine</a> em parceria com o percursionista <a href="http://www.myspace.com/marcossuzano" target="_blank">Marcos Suzano</a> entitula-se "<i>Caribenha Nação</i>". A música, que foi composta por Lenine em parceria com <a href="http://mundofantasmo.blogspot.com/" target="_blank">Bráulio Tavares</a>, nota-se um interessante jogo rítmico que nos sugere um movimento circular. Este batuque ritmado funciona como metáfora para a condição sincrética da cultura brasileira. Os elementos formadores deste verdadeiro <i>balaio cultural</i> se retroalimentaram e, através da miscigenação étnica e suas consequências socioculturais e políticas, geraram um novo cenário (este, <i>plural</i>), de ideologias, crenças, costumes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: -webkit-auto;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEif_b1mVjndwm8KtjsveQORzEALqx1M2JRMP7TnB3B4eg8DofX3cnh-pJiuu0vb06Z2gV0Q4oMpfHOHnBXl3KVCh43-S7HMQLpxV5JH9nwIRP5uRMrJVzuiee11hU6gOmsMna1tnmsbS0eV/s1600/olho-de-peixe-capa1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEif_b1mVjndwm8KtjsveQORzEALqx1M2JRMP7TnB3B4eg8DofX3cnh-pJiuu0vb06Z2gV0Q4oMpfHOHnBXl3KVCh43-S7HMQLpxV5JH9nwIRP5uRMrJVzuiee11hU6gOmsMna1tnmsbS0eV/s400/olho-de-peixe-capa1.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Capa do álbum "<i>Olho de Peixe</i>", de Lenine, 1994 - Fonte: Internet)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br />
</div></div><div><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="409" src="http://www.youtube.com/embed/HJeNTKUkpLE" width="559"></iframe></div><div><br />
</div><div><br />
</div><div><b>Caribenha Nação</b></div><div>(Composição: Lenine e Bráulio Tavares)</div><div style="text-align: -webkit-auto;"><span style="color: #b45f06;"><br />
"Lá<br />
Onde o mar bebe o Capibaribe<br />
Coroado leão<br />
Caribenha nação<br />
Longe do Caribe.<br />
<br />
É a festa dos negros coroados<br />
Num batuque que abala o firmamento;<br />
É a sombra dos séculos guardados<br />
É o rosto do girassol dos ventos.<br />
<br />
É a chuva, o roncar de cachoeiras,<br />
Na floresta onde o tempo toma impulso,<br />
É a força que doma a terra inteira<br />
As bandeiras de fogo do crepúsculo.<br />
<br />
Quando o grego cruzou Gibraltar<br />
Onde o negro também navegou,<br />
Beduíno saiu de Dacar<br />
E o Viking no mar se atirou.<br />
<br />
Uma ilha no meio do mar<br />
Era a rota do navegador,<br />
Fortaleza, taberna e pomar,<br />
Num país tuaregue e nagô.<br />
<br />
É o brilho dos trilhos que suportam<br />
O gemido de mil canaviais;<br />
Estandarte em veludo e pedrarias<br />
Batuqueiro, coração dos carnavais.<br />
<br />
É o frevo, a jogar pernas e braços<br />
No alarido de um povo a se inventar;<br />
É o conjuro de ritos e mistérios<br />
É um vulto ancestral de além-mar.<br />
<br />
Quando o grego cruzou Gibraltar<br />
Onde o negro também navegou,<br />
Beduíno saiu de Dacar<br />
E o Viking no mar se atirou.<br />
<br />
Era o porto para quem procurava<br />
O país onde o sol vai se pôr<br />
E o seu povo no céu batizava<br />
As estrelas ao sul do Equador"</span></div></div><div><br />
</div><div><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4NVfRrZU61lx9bdwlBj3gj-1b3mgDjcy7bLNDKd7lFb5ogKhSWzZYupyM8KN96H-P0EpYM4JLgQXh3wxWLZ2FzvfuLvKaWGkK4dTQHoANsSmmLAORN6xAEWJEHWAehPuIa0_Kam0r_OCG/s1600/leao-coroado.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="251" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4NVfRrZU61lx9bdwlBj3gj-1b3mgDjcy7bLNDKd7lFb5ogKhSWzZYupyM8KN96H-P0EpYM4JLgQXh3wxWLZ2FzvfuLvKaWGkK4dTQHoANsSmmLAORN6xAEWJEHWAehPuIa0_Kam0r_OCG/s400/leao-coroado.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(À esquerda, brasão do <i>Reino de Leão</i>; à direita, estandarte do <i>Maracatu Leão Coroado</i>, tradicional grupo de maracatu do estado de Pernambuco/PE - clique para ampliar -</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Fonte: Wikipedia)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A letra de "<i>Caribenha Nação</i>" oferece cenários de alguns momentos da história do mundo e transforma o ouvinte em uma espécie de "<i>viajante do tempo-espaço</i>", inserindo-o em atmosferas históricas distintas, num curioso caleidoscópio cultural que nos revela as intersecções cósmicas da cultura humana. Isto é reforçado logo na primeira estrofe: "<i>Lá / Onde o mar bebe</i> o <i>Capibaribe / Coroado leão / Caribenha nação / Longe do Caribe</i>". São apresentados dois elementos simbólicos importantes: o <i><b>Rio Capibaribe</b></i>, localizado no estado de Pernambuco/PE (que foi um fator geográfico determinante na história de Pernambuco e do Nordeste brasileiro) e <i><b>Coroado Leão</b></i>, que não apenas reverencia o <a href="http://www.musicadepernambuco.pe.gov.br/release.php?idArtista=152" target="_blank">Maracatu Leão Coroado</a> (folguedo de escravos trazidos para o Brasil e que é atualmente considerado um dos mais antigos grupos de maracatu de Pernambuco, identificado como <i>nação nagô</i>), como também faz referência histórica ao <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_de_Le%C3%A3o" target="_blank">Reino de Leão</a> (<i>Castela e Leão</i>), um dos antigos reinos ibéricos surgidos no período da reconquista cristã, cuja insígnia apresenta um leão coroado. </div></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIhjsGEMnu5Q8w8OvNDPuOgk9yFQWF7qjF8f6dc7H1xoTA06I4sp2CsTmFS2-_vUuz66egyO_pBc7fEjPFHIaN0KXIK5VwWmv014CSi2N1ZFMG2AejxusoKi8QcpiaMZWo888ryQdMVC4W/s1600/iluminura-medieval-etiopia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="393" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIhjsGEMnu5Q8w8OvNDPuOgk9yFQWF7qjF8f6dc7H1xoTA06I4sp2CsTmFS2-_vUuz66egyO_pBc7fEjPFHIaN0KXIK5VwWmv014CSi2N1ZFMG2AejxusoKi8QcpiaMZWo888ryQdMVC4W/s400/iluminura-medieval-etiopia.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(Iluminura medieval do livro "<i>L'histoire naturelle</i>", datada do século XV -</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">clique para ampliar - Fonte: Revista História Viva #35)</div><div style="text-align: -webkit-auto;"><br />
</div><div style="text-align: -webkit-auto;"><br />
</div><div>Há ainda, na primeira estrofe de "<i>Caribenha Nação</i>", a citação do <b style="font-style: italic;">Caribe </b>como elemento (indireto) constitutivo de nossa cultura. Cristóvão Colombo havia navegado no mar caribenho (Antilhas) ao tentar encontrar uma rota marítima para a Índia. Após o descobrimento das Antilhas, a área foi rapidamente colonizada pela civilização ocidental e convertida em um local comum para as rotas comerciais européias. Um dos textos mais conhecidos no fim da Idade Média foi um relato de uma viagem do cavaleiro inglês Jean de Mandeville ao Oriente. Não se sabe ao certo se o autor realmente havia saído da Europa. Segundo Xavier Hélary, mestre em história medieval da Universidade Paris-Sorbonne e especialista em história militar da Idade Média, em seu artigo publicado na revista <i>História Viva #35 </i>(Dezembro, 2011), "<i>a narrativa de Jean de Mandeville é apenas um apanhado de invenções caluniosas que fazem referência a povos fabulosos: os cinocéfalos, homens com cabeça de cachorro que latem em vez de falar; homens sem cabeça cujo rosto aparece no peito; pessoas que se alimentam do cheiro das frutas... entre muitos outros</i>" e afirma: "<i>Jean de Mandeville não foi o inventor desses seres monstruosos. Se seus relatos tiveram tamanho sucesso, foi justamente porque confirmavam crenças sólidas do Ocidente sobre o Extremo Oriente, e em particular sobre a Índia, terra de todas as maravilhas</i>."</div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div><div style="text-align: justify;">Podemos perceber também a alusão ao movimento circular propiciado pela configuração geográfica dos elementos: <i>Capibaribe</i> (Brasil), <i>Coroado Leão</i> (Europa), <i>Caribe</i> (América Central) e, por análise histórica, <i>Índia</i> (Oriente), sugerindo um mundo cujas informações se retroalimentam e que, induzido pelo uso da aliteração na letra reforça essa sensação. Juan Eduardo Cirlot, poeta e mitologista catalão, nos diz que "<i>o caráter cíclico dos fenômenos, com o encurvamento da etapa final dos processos, tendendo a reunir-se com a etapa inicial permite sua simbolização por meio de figuras como o círculo, a espiral e a elipse. Em sua condição de ciclo, todos os processos coincidem (integrando movimento no espaço, transcorrer no tempo, modificações de forma ou condição), quer se trate do ano, do mês, da semana, ou de uma vida humana, da vida de uma cultura ou de uma raça</i>." (1)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnA7_6ZxyZipQQ01JH5HZkqhMryv3DttvYeFT7JE6ox7oOIIF2pxcHO4P0mAis0A_y8Lm553Foan7eNoczxbpoj__l09zrxwQkoJ3ISm3KZZcwChRf8-gynoSAeSxto3-xD_FY291evsV5/s1600/circulos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnA7_6ZxyZipQQ01JH5HZkqhMryv3DttvYeFT7JE6ox7oOIIF2pxcHO4P0mAis0A_y8Lm553Foan7eNoczxbpoj__l09zrxwQkoJ3ISm3KZZcwChRf8-gynoSAeSxto3-xD_FY291evsV5/s1600/circulos.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(<b>1.</b> Inicial de Ezequiel, página da <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Winchester_Bible" target="_blank">Bíblia de Winchester</a>, <i>circa</i> 1160-1170;</div><div style="text-align: center;"><b>2. </b>Máscara <i>bellacoola </i>representando o sol, costa noroeste da Índia;</div><div style="text-align: center;"><b style="text-align: center;">3. </b><span style="text-align: center;">Mandala de Vishnu, 1420; </span><b>4.</b> Árvore da morte e da vida, do missal do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Arcebispado_de_Salzburgo" target="_blank">Arcebispo de Salzburgo</a>, 1481; <b>5.</b> Manta de pele de búfalo, índios das planícies; <b>6.</b> Líder da <i>Mandan Buffalo Bull Society</i>, Karl Bodmer, 1834)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both;"></div><div style="text-align: justify;">As imagens acima ratificam o uso constante do círculo como elemento presente na história, estabelecendo-se como símbolo primário da cultura humana. "<i>A definição de círculo é de uma superfície plana limitada por uma linha curva, a circunferência, cujos pontos são equidistantes de um ponto fixo central. Por analogia, se parece com uma roda ou disco. Assim como o ponto, o círculo é usado como símbolo da perfeição, da homogeneidade, ausência de divisão, da totalidade e da eternidade, representando assim o tempo, como o alfa e o ômega</i>." (2) Reforçando a descrição do círculo, principalmente sob seu aspecto de totalidade no tempo e no espaço, encontramos em Campbell: "<i>O círculo, por outro lado, representa a totalidade. Tudo dentro do círculo é uma coisa só, circundada e limitada. Esse seria o aspecto espacial. Mas o aspecto temporal do círculo é que você parte, vai a algum lugar e sempre retorna. Deus é o alfa e o ômega, o princípio e o fim. O círculo sugere imediatamente uma totalidade completa, quer no tempo, quer no espaço</i>." (3)</div><br />
<div style="text-align: justify;">Já na segunda estrofe, "<i>É a festa dos negros coroados / Num batuque que abala o firmamento / É a sombra dos séculos guardados / É o rosto do girassol dos ventos</i>", temos referências a festas populares brasileiras oriundas da matriz Européia ("...<i>festa dos negros coroados</i>") que, com a abolição da escravatura, acabaram perdendo suas influências ("...<i>é a sombra dos séculos guardados</i> <i>/ é o rosto do girassol dos ventos").</i><br />
<br />
A "<i>festa dos negros coroados</i>" talvez queira aludir às <i>Congadas</i>. É importante salientar que uma das poucas formas de preservação das raízes culturais africanas era o agrupamento de membros de mesma nação na África, que permitiam o auxílio mútuo. Assim, os <i>minas, rebolos, cabindas, gêges, quiloas</i> e outros povos africanos constituíam irmandades entre si para melhor resistir à crueldade da escravidão. Por desconhecimento, o termo "<i>congo</i>" passou a ser empregado pelos portugueses para designar todos os agrupamentos. Da mesma forma que não reconheciam os santos católicos que ornavam seus templos (usando as imagens para camuflar o culto dos <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Orix%C3%A1" target="_blank">Orixás</a>), os escravos também não reconheciam o poder constituído de reis, vice-reis, governadores, o que ocasionava a eleição de seus próprios reis, a quem obedeciam e a quem dedicavam seus esforços para comprar a alforria. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzAWUFRewtLArJR6iqmQMhoJZTcAXKbde24WJZ6oXMXr5rPNvZ0MN9LtX6QE7j4SukNSntYTMwPKNmQFJ-UIfXTNySBsKW_91I8-wfFeu1jdcuawae4stC1ZhXkySPJUcz587z-8PAcBGD/s1600/Congada_1_foto-JorgeQuintao-ImaginarioColetivo-2011.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzAWUFRewtLArJR6iqmQMhoJZTcAXKbde24WJZ6oXMXr5rPNvZ0MN9LtX6QE7j4SukNSntYTMwPKNmQFJ-UIfXTNySBsKW_91I8-wfFeu1jdcuawae4stC1ZhXkySPJUcz587z-8PAcBGD/s640/Congada_1_foto-JorgeQuintao-ImaginarioColetivo-2011.jpg" width="427" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(<i>Festa de Nossa Senhora do Rosário -</i> <i>Congada -</i> em Jaguaraçu, Minas Gerais, 2011 - </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">clique para ampliar - Foto: <a href="http://www.imaginariocoletivo.com/index.php/tag/congado/" target="_blank">Jorge Quintão - Imaginário Coletivo</a>)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt3560dYn1741WFe94Ok84BhRv8xquHFy6oy85Y-9NiuGsMwgwZzcjPz7PZQ_arj5T2HLfazOEtLKZ7t0A3R_Y98ZZQ2pon2luhbK8LVbjnJOP-z1nUTWpO4a9J7wdrKrkhyphenhyphenIbBXBC-ENS/s1600/Congada_2_foto-JorgeQuintao-ImaginarioColetivo-2011.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt3560dYn1741WFe94Ok84BhRv8xquHFy6oy85Y-9NiuGsMwgwZzcjPz7PZQ_arj5T2HLfazOEtLKZ7t0A3R_Y98ZZQ2pon2luhbK8LVbjnJOP-z1nUTWpO4a9J7wdrKrkhyphenhyphenIbBXBC-ENS/s640/Congada_2_foto-JorgeQuintao-ImaginarioColetivo-2011.jpg" width="452" /></a></div><div style="text-align: center;">(<i>Festa de Nossa Senhora do Rosário</i> - <i>Congada</i> - em Jaguaraçu, Minas Gerais, 2011 - </div><div style="text-align: center;">clique para ampliar - Foto: <a href="http://www.imaginariocoletivo.com/index.php/tag/congado/">Jorge Quintão - Imaginário Coletivo</a>)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><br />
<div style="text-align: justify;">As cerimônias de coroação aconteciam nas festas de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Benedito">São Benedito</a> e <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Nossa_Senhora_do_Ros%C3%A1rio">Nossa Senhora do Rosário</a> (no <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_do_Natal">Ciclo do Natal</a>, quando os escravos tinham os dias livres para realizar suas festividades). Como soberano de uma nação, o rei coroado recebia os cumprimentos de membros de outras nações africanas da cidade, conhecidas como<i> Embaixadas.</i> Um dos personagens mais conhecidos é <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Chico_Rei">Chico Rei</a>, presente na tradição oral de Minas Gerais. Segundo esta tradição, Chico era o rei de uma tribo no <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_do_Congo">Congo</a>, trazido como escravo para o Brasil, que conseguiu comprar sua alforria (e de outros conterrâneos) com seu trabalho, tornando-se "rei" em Ouro Preto/MG. Esta história, porém, não possui registros históricos fidedignos. Ela aparece em uma nota de rodapé escrita pelo historiador e político <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Diogo_de_Vasconcelos" target="_blank">Diogo de Vasconcelos</a>, em seu livro "<i>História Antiga de Minas</i>", de 1904.<br />
<br />
</div><br />
<div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiokIcFoynUNLsoTU_lO8LA111VZzt7njYEmukSh9Bt5EoaDskf5y62kybT3PTTiN7JoP_MnT50Frm6xugX2WuRjEYo_SdLGCDnp6_9zn7mQkcgk7sFWlxpq42Qh6ZBKsZHObHVjjVkRpF5/s1600/Negro_do_Congo_-_Litografia_de_M._Rugendas_-_s%C3%A9culo_XIX..jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiokIcFoynUNLsoTU_lO8LA111VZzt7njYEmukSh9Bt5EoaDskf5y62kybT3PTTiN7JoP_MnT50Frm6xugX2WuRjEYo_SdLGCDnp6_9zn7mQkcgk7sFWlxpq42Qh6ZBKsZHObHVjjVkRpF5/s640/Negro_do_Congo_-_Litografia_de_M._Rugendas_-_s%C3%A9culo_XIX..jpg" /></a></div><div style="text-align: center;">(<i>Negro do Reino do Congo</i>, litografia de Johann Moritz Rugendas, 1830 - Fonte: <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Chico_Rei">Wikipedia</a>)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Na imagem abaixo, do pintor francês <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Baptiste_Debret" target="_blank">Jean Baptiste Debret</a> (um dos mais notáveis artistas-viajantes, considerado pela autora Valéria Lima ("<i>Uma viagem com Debret</i>", Jorge Zahar, 2004), como "<i>o mais requisitado e competente, naquilo que pretendia revelar por meio da arte</i>". (4) A arte de Debret revela Rei, Rainha e outros membros das hierarquias de uma uma irmandade do Rosário em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Todos estão vestidos solenemente e fazem coleta para a manutenção da igreja. À esquerda, músicos executam alguma peça para a ocasião. Situada no extremo sul do Brasil, Porto Alegre era uma cidade financeiramente precária durante os anos de 1800.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRMF3e6RVsuTa_PoMbQlb2sPrXSzepACQlTHyRblomfV971o1XZTc4Zuq7771r63TrB7E_OtvjaFr5ELypuRCotUJZlNFhnqaSPFRuJpr1SSkJhElkCMwG0bx-dbdiHIO7VVhQVFbQUdXA/s1600/05+-++DEBRET+Irmandade+do+Ros%C3%A1rio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="230" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRMF3e6RVsuTa_PoMbQlb2sPrXSzepACQlTHyRblomfV971o1XZTc4Zuq7771r63TrB7E_OtvjaFr5ELypuRCotUJZlNFhnqaSPFRuJpr1SSkJhElkCMwG0bx-dbdiHIO7VVhQVFbQUdXA/s400/05+-++DEBRET+Irmandade+do+Ros%C3%A1rio.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">("<i>Coleta para a manutenção da igreja de Nossa Senhora do Rosário em Porto Alegre</i>"<i>,</i></div><div style="text-align: center;">de Jean Baptiste Debret, 1828 - clique para ampliar - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Após a abolição da escravatura em 13 de maio de 1888 e a <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Proclama%C3%A7%C3%A3o_da_Rep%C3%BAblica_do_Brasil">Proclamação da República</a>, em 1889, já não havia tantos soberanos africanos a serem homenageados e as condições de vida haviam evoluído, comparativamente aos séculos anteriores. A tradição de homenagear as irmandades negras, entretanto, manteve-se intacta. Durante muito tempo os cortejos foram realizados no Carnaval e este hábito, então, se firmou. As antigas nações se transformaram em <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cucumbi">cucumbis</a>, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cord%C3%B5es">cordões</a>, depois em <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ranchos">ranchos</a>, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Bloco_carnavalesco">blocos</a> e escolas de samba e mantiveram muito das antigas tradições do Brasil colonial, dentre elas, as <i>Embaixadas</i>, visitas que as nações (hoje blocos carnavalescos e escolas de samba) fazem entre si nas ocasiões solenes ou festivais.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div><div style="text-align: justify;">A ideologia de um negro ser coroado rei foi propagada nos séculos seguintes pelo movimento <i>Rastafari</i>, criado pelo jamaicano Marcus Mosiah Garvey, em meados dos anos 1920. (O rastafarianismo, também conhecido como <i>movimento rastafári</i> ou <i>Rastafar-I</i> é um movimento religioso que proclama <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Haile_Selassie" target="_blank">Hailê Selassiê I</a>, imperador da Etiópia, como a representação terrena de <i>Jah</i>, Deus). Este termo advém de uma forma contraída de Jeová, na versão da Bíblia do Rei James. O termo <i>rastafári </i>tem sua origem em <i>Ras, </i>"príncipe" ou "cabeça"; <i>Tafari,</i> "da paz" Makonnen - o nome de <i>Hailê Selassiê</i> antes de sua coroação.</div><br />
<div style="text-align: justify;">O movimento surgiu na Jamaica entre a classe trabalhadora e camponeses negros, iniciado por uma interpretação da profecia bíblica (em parte baseada pelo status de Selassiê como o único monarca africano de um país totalmente independente e seus títulos de <i>Rei dos Reis</i>, <i>Senhor dos Senhores</i> e <i>Leão Conquistador da Tribo de Judah</i>, que foram dados pela <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Ortodoxa_Et%C3%ADope" target="_blank">Igreja Ortodoxa Etíope</a>). Karen Farrington conta que Garvey "<i>iniciou a Associação Universal de Melhoramento para o Negro, numa tentativa de encorajar companheiros jamaicanos a voltar para sua terra natal africana, da qual eles foram tirados contra sua vontade como escravos, séculos atrás. Os jamaicanos eram pobres e oprimidos. A noção de um lar onde pudessem encontrar paz e dignidade era, é natural, atraente. Garvey até profetizou que um rei negro seria coroado na África e receberia os negros de volta ao lar.</i>" (5)</div><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSf5L0sLGbzkKD7jEl8pVuq-SnFk6tjvgMurAI0B_EwYD9mOaLiG91KJJ6ZlB3p-5VIZi1ZsCmnzwydCAtnkHM_CTNQJLZMpnA-y_O4TiZZApiDfecv64zm_-4RFwnFsSPBXe4OpS1h9iH/s1600/Ethiopian_flag.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSf5L0sLGbzkKD7jEl8pVuq-SnFk6tjvgMurAI0B_EwYD9mOaLiG91KJJ6ZlB3p-5VIZi1ZsCmnzwydCAtnkHM_CTNQJLZMpnA-y_O4TiZZApiDfecv64zm_-4RFwnFsSPBXe4OpS1h9iH/s400/Ethiopian_flag.png" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(<i>Bandeira oficial da Etiópia</i>, com a insígnia do <i>Leão de Judá</i> - Fonte: Internet)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O jamaicano <a href="http://www.bobmarley.com/" target="_blank">Bob Marley,</a> um dos músicos mais famosos por popularizar o <i>reggae, </i>era conhecido como "<i><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Wesley">Charles Wesley</a> dos rastafáris</i>", pelo modo com o qual divulgava a religião em suas músicas. A letra de "<i>Iron Lion Zion</i>" (<a href="http://www.youtube.com/watch?v=tESLeLhYg0M" target="_blank">ouça a música aqui</a>), por exemplo, trata basicamente das crenças rastafáris. <i>Zion</i> seria a "<i>terra prometida</i>" que, na letra, refere-se à Etiópia. O leão faz alusão ao <i>Leão de Judá</i>, presente na bandeira oficial etíope, e representa Hailê Selassiê.</div><br />
<div style="text-align: justify;">Ao longo da história humana, o <i>sol </i>foi objeto de veneração em diversas culturas. Vemos que este elemento é destacado na letra: "<i>é o rosto do girassol dos ventos</i>". O girassol é uma planta cuja origem remonta à América do Sul e era cultivada pelos povos indígenas para alimentação. O girassol, como o próprio nome já nos diz, acompanha a trajetória do sol, do nascente ao poente. Durante o século XIV, o conquistador e explorador espanhol <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Pizarro">Francisco Pizarro</a> encontrou diversos objetos <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Inca">incas</a> e imagens moldadas em ouro que fazem referência aos girassóis como seu deus do sol. A <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Moeda">moeda</a> do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Peru">Peru</a>, o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sol_novo">sol novo</a>, foi assim chamada em homenagem ao sol, bem como seus antecessores, como o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Inti">Inti</a> (que significa "<i>Deus solar da civilização</i>", em <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Quechua">quechua</a>, da civilização <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Inca">inca</a>). Na mitologia grega, tinha-se que <i>Hélios</i> era o deus sol (posteriormente associado a <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Apolo" target="_blank">Apolo</a>). Além disto, "<i>sol</i>" também é o nome moderno da estrela em vários idiomas além do português, tais como espanhol, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_catal%C3%A3">catalão</a> e <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_galega">galego</a>. Em persa, "<i>sol</i>" significa "<i>ano solar</i>".<br />
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</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVapMa5MAt6HidxMNExRGMou2OfzhRmxLc81IHw0oF3GY1UgKx4rt5dpBSueKVL-0eFN1cB0Hj2Z1Qxm3ihxtyjVG0P0SZBoRz-djOCGdrm24LVCx1sRye01u88kGBluUEyj1ua9MB2Y1A/s1600/god-sun.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVapMa5MAt6HidxMNExRGMou2OfzhRmxLc81IHw0oF3GY1UgKx4rt5dpBSueKVL-0eFN1cB0Hj2Z1Qxm3ihxtyjVG0P0SZBoRz-djOCGdrm24LVCx1sRye01u88kGBluUEyj1ua9MB2Y1A/s1600/god-sun.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;">(<b>1.</b> <i>Disco de Echenique </i>que representa <i>Inti</i>, o deus Sol peruano;</div><div style="text-align: center;"><b>2. </b>Ilustração de<i> Rá</i>, o deus Sol egípcio, viajando pelo céu durante o dia e atravessando o submundo da noite, que data de 1200 a.C.; <b>3. </b>Disco de prata dedicado ao<i> Sol Invictus</i>, o deus Sol romano<i> </i>- Fontes: Internet)</div><div style="text-align: center;"><div style="text-align: -webkit-auto;"><br />
</div></div><br />
<div><div style="text-align: justify;">Em 1543, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolau_Cop%C3%A9rnico">Nicolau Copérnico</a> publicou a obra "<i>A revolução das esferas celestes</i>", na qual sustentava a teoria de que a Terra e outros planetas se moviam ao redor do sol. Este livro tinha como prefácio um "<i>Elogio ao Sol</i>", característico do neoplatonismo do século XVI. Seu modelo centrado no Sol havia criado a base para os êxitos de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Johannes_Kepler">Kepler</a> e de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Galileu_Galilei">Galileu Galilei</a>, para a ciência moderna e astronomia. Os signos zodiacais têm origem nas doze constelações do zodiaco visiveis na <i>eclíptica</i> (órbita da Terra ao redor do sol, conhecida também como <i>Via Solis</i>, ou, <i>Caminho do Sol</i>). Há 2 mil anos, o cientista grego <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cl%C3%A1udio_Ptolomeu" target="_blank">Ptolomeu</a> organizou o conhecimento recolhido à tradição astrológica dos povos com quem os gregos mantiveram contato. O <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Equin%C3%B3cio" target="_blank">equinócio vernal</a> (a primavera do hemisfério norte) era assinalado pelo ingresso do sol na <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Aries" target="_blank">constelação de Áries</a>. Como este fato marcava o retorno da vegetação e do calor após os meses de inverno (o momento em que se iniciava um novo ciclo), Áries foi considerado o primeiro signo zodiacal e as constelações seguintes passaram a nomear os signos em seqüência.</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeQDfN8gOKE-QcfAse1SFyxEAV0R6BqM8j2lnhaIMFNl4PuE3IzGVG3Bwbw3KZwcjvG7wnrXcn-q7OKR0VxbXBEivk2OS7-42qKnymBjEYUJixfYu8GH4IxSAASruj1gaIaEiq36Ao4WTN/s1600/AristotleCompleat1753Zodiacman.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeQDfN8gOKE-QcfAse1SFyxEAV0R6BqM8j2lnhaIMFNl4PuE3IzGVG3Bwbw3KZwcjvG7wnrXcn-q7OKR0VxbXBEivk2OS7-42qKnymBjEYUJixfYu8GH4IxSAASruj1gaIaEiq36Ao4WTN/s640/AristotleCompleat1753Zodiacman.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;">(O homem e a influência zodiacal, de <i>Kalender</i> de Guy Marchant - Além da crença da influência das constelações estrelares nos acontecimentos da Terra, acreditava-se também que as constelações afetavam as partes do corpo humano - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Nicholas Mann, em seu livro "<i>Grandes civilizações do passado</i>" (Folio, 2006) comenta que "<i>os astrólogos do final do século XV e do século XVI em geral acreditaram que o mundo era um globo situado no coração de um universo esférico (até na Idade Média pouca gente culta acreditava que o mundo fosse plano). Ao redor da Terra giravam sete esferas cristalinas sobre as quais descansavam os planetas e as estrelas, produzindo música celestial enquanto giravam. Os signos do zodíaco uniram as estrelas e as constelações em doze imagens separadas e seis deusas ou "decanos" (...) Estudando o movimento dos céus e averiguando que influências deviam ser esperadas, o astrólogo podia prever o futuro" </i>e completa: "<i>Durante o século XVI e início do século XVIII, os eruditos aprenderam gradualmente a rejeitar o modelo do universo herdado de Ptolomeu e do mundo antigo, segundo o qual a Terra estava situada no centro. Em primeiro lugar, necessitavam de um esquema exato para medir o movimento das estrelas a fim de estabelecer a data correta para as festas móveis da Igreja como, por exemplo, a Semana Santa. A noção de que o universo gorava em torno da Terra tinha levado a imprecisões no calendário da Igreja, e a necessidade de corrigir estas deficiências conduziu a uma observação mais sistemática dos movimentos celestes</i>. <i>Em segundo lugar, os astrólogos estavam convencidos de que o Sol estava situado metafisicamente no coração do sistema planetário e de que exercia a principal influência sobre a Terra.</i>"</div></div><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPdiHDRFiJkvoTQiM7-Y-S8aXReZUKINDr6LHVzz4QyCW02lFeLa8Iglwn7DwqGzoJlPV4jMxyO11f6mRWId4Bz7H7IotVfNJmWuuzeLJgLvNfmcKVUu6hJWG32jR54Dys_R6HTL9UaOUu/s1600/Saturne+2+-+De+Sphaera,+manuscrit+italien+-+XV%C2%B0+si%C3%A8cle.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPdiHDRFiJkvoTQiM7-Y-S8aXReZUKINDr6LHVzz4QyCW02lFeLa8Iglwn7DwqGzoJlPV4jMxyO11f6mRWId4Bz7H7IotVfNJmWuuzeLJgLvNfmcKVUu6hJWG32jR54Dys_R6HTL9UaOUu/s640/Saturne+2+-+De+Sphaera,+manuscrit+italien+-+XV%C2%B0+si%C3%A8cle.jpg" width="514" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(Tabela VIII de "<i>De Sphaera estense</i>", um manuscrito de astrologia datado do século XV. O <i>Leão</i>, signo do zodíaco mais estreitamente associado ao Sol, está entre as pernas da figura. O efeito das influências celestes do Sol sobre a natureza humana é representado na parte inferior da ilustração - Fonte: Internet)</div><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div><div style="text-align: justify;">A palavra horóscopo (<i>oroskopos</i>) é de origem grega. É constituída através da junção da palavra “<i>ora</i>” (tempo, temporada) com “<i>skopeo</i>” (observo). Pode-se dizer, então, que o horóscopo é a leitura astrológica do céu. Os doze signos zodiacais são classificados a partir da Teoria dos quatro elementos. Pertencem ao <b>elemento Fogo </b>os signos de: Áries, Leão, Sagitário; os signos do <b>elemento Terra </b>são: Touro, Virgem, Capricórnio; já os signos que compõem o <b>elemento Ar</b> são: Gêmeos, Libra, Aquário e, finalmente, o <b>elemento Água</b> reúne os signos de: Câncer, Escorpião, Peixes.</div><br />
<div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAWMX80dNFLUyDEU0YCCpqI919DPBQ4sh9En5X8R74Yad6XgwLporErvq7Qle0UU4prN-UyzYVEAVWq0cpiacfOzu3sVaRMAgW2pmaekZgZcvtJ35sIebNe6bcM-epGyjCcg6GgrvNFcjS/s400/Zodiac_pan1.jpg" /></div></div><div style="text-align: center;">(Panorama em 360º graus da eclíptica mostrando as ilustrações tradicionais das constelações zodiacais sobrepostas em um mosaico fotográfico do céu noturno, do astrônomo polonês <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Johannes_Hevelius" target="_blank">Hevelius</a> - Fonte: Wikipedia)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A imagem abaixo, uma das mais antigas da humanidade, refere-se a <i>cruz do Zodíaco</i>. Representa o trajeto do sol através das 12 maiores constelações no decorrer de um ano. Representa, também, os 12 meses do ano, as 4 estações, solistícios e equinócios. O termo <i>Zodíaco</i> está relacionado com o fato de as constelações serem antropomorfismos, ou seja, serem representações personificadas, com referências a pessoas ou animais. As primeiras civilizações não apenas seguiam o sol e as estrelas, como também as personificavam através de mitos, que envolviam os seus movimentos e relações. O sol foi personificado à semelhança de um "<i>Deus Todo-poderoso</i>", por seu poder criador e salvador da humanidade. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSNMWpOxQ0G8_c4mNkkwqmVuY2yAbkqj0aBS48y2Lu2i_RH5qc3mRTNDGFklXdK-QAYNGvjqopwkMF0q_XQYkv9_tR7AY-MQSlxlQIMCMs1ECwUTf4TbUnju11gfwrbVQC1fTSx81KZuSy/s1600/cruz_do_zodiaco.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="385" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSNMWpOxQ0G8_c4mNkkwqmVuY2yAbkqj0aBS48y2Lu2i_RH5qc3mRTNDGFklXdK-QAYNGvjqopwkMF0q_XQYkv9_tR7AY-MQSlxlQIMCMs1ECwUTf4TbUnju11gfwrbVQC1fTSx81KZuSy/s400/cruz_do_zodiaco.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(<i>Cruz do Zodíaco</i> - Fonte: Internet)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Na estrofe seguinte ("<i>É a chuva, o roncar de cachoeiras / Na floresta onde o tempo toma impulso / É a força que doma a terra inteira / As bandeiras de fogo do crepúsculo</i>") vemos os quatro elementos - respectivamente <i>água, terra, </i><i>ar</i> e <i>fogo -</i> presentes na letra como elementos que compõem as esferas temporais, em uma possível alusão a astrologia e alquimia. No mundo ocidental, a Teoria dos quatro elementos surgiu na Grécia, entre os filósofos <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%A9-socr%C3%A1ticos" target="_blank">pré-socráticos</a>. "<i>Platão, Aristóteles e a maioria dos autores clássicos estavam convencidos de que existia uma relação entre o movimento dos céus e os acontecimentos na Terra, de que o macrocosmo do Universo influi no microcosmo da vida diária." </i>(6) A Teoria dos quatro elementos advém da <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_dos_Cinco_Elementos" target="_blank">Teoria dos cinco elementos</a>, do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Taoismo" target="_blank">Taoísmo</a> chinês (<i>madeira, fogo, terra, metal </i>e <i>água</i>). </div><div><div style="text-align: justify;"><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cornelius_Agrippa"><br />
</a></div><div style="text-align: justify;"><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cornelius_Agrippa">Cornelius Agrippa</a>, intelectual influente durante o Renascimento, tentou conciliar as diversas doutrinas ocultas e unir a filosofia à cabala. Em 1533 publicou o primeiro livro, "<i>De occulta philosophia</i>" ("<i>A Filosofia Oculta</i>"), considerado uma verdadeira enciclopédia sobre magia. No primeiro volume (Magia Natural), Cornelius desenvolve a teoria dos três mundos: o elementar, o intelectual e o celeste; cada um sendo governado pelo seu superior e recebendo as suas influências. Analisa as virtudes ocultas das coisas, o modo como elas provêm das idéias, da alma, do cosmos e dos influxos planetários. No segundo volume (Números, pesos e medidas), ele aborda os segredos da harmonia universal e dos signos. Já o terceiro e último volume, Agrippa trata o efeito dos nomes divinos, da hierarquia angélica, dos espíritos planetários, das nove classes de espíritos maus, dos ritos, conjurações, pontículos sagrados, dos hieróglifos cabalísticos. É dele a frase: "<i>Embora o homem não seja um ser imortal como o é o Universo, ele não deixa de ser dotado de razão e com sua inteligência, sua imaginação e a sua alma, é capaz de influenciar e transformar o mundo inteiro</i>". O seu tratado constitui uma síntese dos ensinamentos de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mois%C3%A9s">Moisés</a>, de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cristo">Cristo</a>, de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Orfeu">Orfeu</a>, de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Dem%C3%B3crito_de_Abdera">Demócrito de Abdera</a>, de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pit%C3%A1goras">Pitágoras</a> e de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Plotino">Plotino</a>.<br />
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</div><div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3eOMcI7GSLr9-NLRXxGgARJlc4cRu9TT7w5XgDzGeo7UcDrXHq2Z8S_DKyOVzvuYM_V4tlCeBT06IfEzl8pY7xp1NAWXlFHszizpawr90DTxN3d73-qhIcm6GnDsfrlDKhonLezWFYR3C/s1600/Engenhos-de-Pernambuco-Cana-de-Acucar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="202" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3eOMcI7GSLr9-NLRXxGgARJlc4cRu9TT7w5XgDzGeo7UcDrXHq2Z8S_DKyOVzvuYM_V4tlCeBT06IfEzl8pY7xp1NAWXlFHszizpawr90DTxN3d73-qhIcm6GnDsfrlDKhonLezWFYR3C/s400/Engenhos-de-Pernambuco-Cana-de-Acucar.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(Ilustração do <i>sistema de engenho de açúcar</i> - Ilustração: Autor desconhecido -</div><div class="separator" style="clear: both;"></div><div><div style="text-align: center;">clique para ampliar - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div><div style="text-align: justify;">A alusão ao sol estende-se na estrofe seguinte: "<i>É o brilho dos trilhos que suportam / O gemido de mil canaviais</i>". Aqui vemos um cenário histórico brasileiro, que faz referência à escravidão e ao engenho colonial. Originária de Papua Nova Guiné (uma ilha do Oceano Pacífico), a cana-de-açúcar já era conhecida há cerca de 12 mil anos. Cultivada na Ásia Meridional, ela foi trazida pelos árabes da África para a Sicília e, desta, para a costa sul da Espanha. O plantio da cana-de-açúcar (matéria-prima das usinas no Brasil) durante o período colonial se iniciou em São Vicente, no ano de 1522, trazida da Ilha da Madeira pelo militar português <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Martim_Afonso_de_Sousa">Martim Afonso de Souza</a>. No nordeste brasileiro, as condições para o plantio da cana-de-açúcar eram ideais: as terras úmidas em massapê (solo siltoso-argiloso, escuro e rico em <i>húmus</i>) de Pernambuco permitiram que o estado se tornasse uma potência da Colônia portuguesa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O engenho, a grande propriedade produtora de açúcar, era constituído basicamente por dois grandes setores: o <b>agrícola</b> - formado pelos canaviais - e o de <b>beneficiamento</b> - a casa-do-engenho, onde a cana-de-açúcar era transformada em açúcar e aguardente. A parte das terras do engenho destinada ao cultivo da cana era dividida em partidos, explorados ou não pelo proprietário. As terras não exploradas pelo senhor do engenho eram cedidas aos lavradores, que eram então obrigados a moer sua cana no engenho do proprietário, entregando-lhe a metade de sua produção, além de pagar o aluguel da terra usada, o equivalente a cerca de 10% da produção. Nas fazendas de açúcar ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos recebiam uma alimentação de péssima qualidade e trabalhavam de sol a sol, vestidos com trapos de roupa. A fim de evitar fugas eram acorrentados durante a noite em suas moradias, as <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Senzala">senzalas</a>. Os escravos dormiam no chão duro de terra batida ou sobre palha. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><a href="http://www.institutoarqueologico.com.br/galeriadepresidentes.php" target="_blank">Gil de Methódio Maranhão</a>, presidente do <a href="http://www.institutoarqueologico.com.br/index.php" target="_blank">Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano</a> (IAHGP) entre os anos de 1947 e 1948 idealizou o <a href="http://www.brasilleitor.org.br/www/projeto_museu_do_acucar.aspx" target="_blank">Museu do Açúcar</a>. Criado nos anos 1960, tinha o objetivo de organizar todos os elementos (sociais, artísticos e técnicos) representativos da agroindústria açucareira no Brasil. O Museu inaugurou sua sede própria em 1963, com a abertura da exposição "<i>O Açúcar e o Homem</i>". O edifício, localizado no bairro de <a href="http://www.fundaj.gov.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=16&pageCode=300&textCode=900&date=currentDate">Casa Forte</a>, em Pernambuco, possui dois pavimentos e abriga hoje o <a href="http://www.fundaj.gov.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=16&pageCode=309&textCode=2992&date=currentDate">Museu do Homem do Nordeste</a>, da <a href="http://www.fundaj.gov.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=16">Fundação Joaquim Nabuco</a>. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div><div style="text-align: justify;">"<i>Por mais de trezentos anos a maior parte da riqueza produzida, consumida no Brasil ou exportada foi fruto da exploração do trabalho escravo. As mãos escravas extraíram ouro e diamantes das minas, plantaram e colheram cana, café, cacau, algodão e outros produtos tropicais de exportação. Os escravos também trabalhavam na agricultura de subsistência, na criação de gado, na produção de charque, nos ofícios manuais e nos serviços domésticos. Nas cidades, eram eles que se encarregavam do transporte de objetos e pessoas e constituíam a mão-de-obra mais numerosa empregada na construção de casas, pontes, fábricas, estradas e diversos serviços urbanos. Eram também os responsáveis pela distribuição de alimentos, como vendedores ambulantes e quitandeiras que povoaram as ruas das grandes e pequenas cidades brasileiras. Por isso, o número de cativos foi sempre representativo no conjunto da população brasileira, sobretudo nas regiões que exportavam gêneros tropicais</i>." (7)</div></div></div></div><br />
<br />
<div><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOYXPpyhT772N2dMBv7zIfPVYnBgtkFlUKOUUZY4audgDNK70bWy5YG6Js3p_fyuwBJPrYOfcxH3Dz1EwIBb3B4BQUhpu48rDP_4TCzUe5LdQQ967ikYfqwwaFK9h2gcCIENTJiTdWthFg/s1600/jornal.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOYXPpyhT772N2dMBv7zIfPVYnBgtkFlUKOUUZY4audgDNK70bWy5YG6Js3p_fyuwBJPrYOfcxH3Dz1EwIBb3B4BQUhpu48rDP_4TCzUe5LdQQ967ikYfqwwaFK9h2gcCIENTJiTdWthFg/s1600/jornal.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;">(Jornal "<i>A Provínicia de São Paulo</i>", de 4 de Janeiro de 1875 - Destaque para anúncio da fuga de escravos da <i>Fazenda da Fortalesa</i>, Paraibuna, interior de São Paulo - Fonte: Arquivo pessoal)</div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div></div><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;">Devido ao modo com o qual os escravos eram tratados era comum o anúncio de suas fugas nos jornais regionais, que ofereciam recompensa em troca de suas apreensões. No Jornal "</span><i style="background-color: white;">A Província de São Paulo</i><span style="background-color: white;">", de 1875 (imagem acima) vemos uma denúncia destas recorrentes fugas: "</span><i style="background-color: white;">Fugirão da fazenda de Fortalesa, e pertencentes a Joaquim Antonio Garcia, da Parahybuna, os seguintes escravos: - Jeronymo, preto, creoulo, estatura mais que regular, reforçado de corpo, rosto comprido, desdentado na frente, bem barbado, tem n'um dos pés a cicatriz d'um grande golpe de machado, falla grossa e pausada: lavra e serra madeira, e é dado a embriaguez. - João, mulato cabra, alto, delgado, olhos grandes, barbado no queixo, falla fina e pausada, pés compridos e voltados para fóra, muito deligente e activo. O primeiro d'estes escravos fugio em Agosto, e o segundo em Outubro do corrente anno. Quem apprehendel-os e puzer seguros em qualquer cadêa da provincia, será satisfatoriamente remunerado, e indemnisado das despesas que fizer. (Parahybuna, 26 de Dezembro de 1874).</i><span style="background-color: white;">"</span> </div><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2fosdFMhnkFA1oH-CpPPioyZfmaL4fdLUsxjImZ4bJ8uAvFPV87swtVv4YjtYLj0SuMTtQOWPG_sbjEn-latXrekGxgcDuQoNZpXxpnlj0bTnT6W0q_2EimSgncldNgY_H0SJoZq7W31G/s1600/ID_71.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2fosdFMhnkFA1oH-CpPPioyZfmaL4fdLUsxjImZ4bJ8uAvFPV87swtVv4YjtYLj0SuMTtQOWPG_sbjEn-latXrekGxgcDuQoNZpXxpnlj0bTnT6W0q_2EimSgncldNgY_H0SJoZq7W31G/s400/ID_71.jpg" width="387" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(Vestuário do período Barroco, que compreende meados do século XVII até o final do século XVIII. A moda barroca se distingue pelas formas largas, ornamentação elaborada e a utilização de cores escuras, brocado de seda e rendas - Fonte: <a href="http://texsite.info/">Texsite.info</a>)</div><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;"><br />
</span></div><div><div><div><div style="text-align: justify;">Durante o <a href="http://www.cocada-preta.blogspot.com/2012/01/origem-do-carnaval.html" target="_blank">Carnaval</a><i> </i>era dada permissão aos escravos para vivenciar em público suas tradições e religião. Então, em 1898 foi fundado, no <a href="http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Engenho_do_Cumbe&action=edit&redlink=1">Engenho do Cumbe</a>, em Nazaré da Mata (Pernambuco), o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Maracatu_Rural">Maracatu rural</a> (conhecido como <i>Cambinda Brasileira</i>). O Maracatu, cuja origem advém das <i>Congadas </i>(citada acima)<i>,</i> caracteriza-se principalmente pela percussão forte em ritmo frenético. Segundo o site oficial de Nazaré da Mata/PE, o Maracatu rural "<i>deriva das nações do Rei do Congo e do Alto do Congo. A instituição Rei do Congo, criada na segunda metade do século 17, tinha por finalidade executar a parte administrativa e a representação do ato dos congos, teatro, música e dança. Os escravos coroavam seus reis e rainhas às portas da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, em Recife. Chefes tribais africanos trazidos para o Brasil reproduziam gestos da nobreza europeia para mostrar a sua força e seu poder, apesar da escravidão. Viajantes do século XVIII já narravam os desfiles destas cortes e as coroações de soberanos do Congo e de Angola no pátio da Igreja do Rosário dos Pretos, no Recife. A palavra maracatu era usada, até o século XIX, para designar qualquer ajuntamento de negros. Pouco a pouco passou a ser empregada para os cortejos de Reis Africanos</i>."</div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: -webkit-auto;"><div style="text-align: justify;">Virginia Barbosa, da <a href="http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=545&Itemid=1" target="_blank">Fundação Joaquim Nabuco</a>, completa: "<i>O ritual que antecede a apresentação do caboclo de lança, quer no interior quer na cidade, envolve cerimônias que acontecem em terreiros, como a benção das lanças e da flor que carregam na boca, a consagração da Calunga (boneca representando a divindade, levada pela baiana), e a abstinência sexual dos homens, que começa alguns dias antes do carnaval. Bonald Neto (1991, p. 284) transcreve informações retiradas da entrevista realizada por Evandro Rabello com o caboclo de lança, Severino Ramos da Silva, de Goiana, que explica: '(...) os caboclos saem protegidos tanto pela 'guiada' (a longa lança de madeira) (...) como pelo 'calço' espiritual (...). É o ritual da purificação (...) que apóia o caboclo disposto a sair num Carnaval. (...). Por isso, antes de sair já na 6ª feira, começa a abstinência que faz o Caboclo, até a 4ª feira de Cinzas, não mais procurar mulher, nem tomar banho 'para não abrir o corpo', obrigando-o a dormir mesmo sujo como veio da rua. Na hora que vão sair no primeiro dia todos vão para a 'mesa'. O Mestre faz um preparo que se bebe com uma flor dentro do copo e mais três pingos de vela santa. Aí então o Mestre autoriza a saída do caboclo. Muitos saem com um cravo branco ou rosa na boca ou no chapéu para 'defesa', para fechar o corpo (...). (...) a 'rua' é sempre o exterior perigoso e repleto de riscos ocultos. Quem anda pelo “meio da rua” precisa estar 'preparado' e protegido de todo o mal. Por isso os caboclos tomam o 'azougue' (violento coquetel de pólvora, azeite e aguardente), preparado pelo Mestre. (...) Ao voltarem, na quarta-feira, vão logo à Igreja tomar Cinzas e 'se despedirem' de alguma coisa errada feita no Carnaval.</i>" </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div style="text-align: -webkit-auto;"><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgW7AAApOQOZ8t-2i7NzCIRpqAow4A9VTqabOSnVs0RTsIcBH0Ht31B3w-k1Te7L_hh-IYqan2QNpHyoz3iMi_XAStVt293Al9IHdBWwH4ZzZskANtWLUqBrVA2ONCT2ANe9evBl_LXTyD3/s1600/maracaturural.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgW7AAApOQOZ8t-2i7NzCIRpqAow4A9VTqabOSnVs0RTsIcBH0Ht31B3w-k1Te7L_hh-IYqan2QNpHyoz3iMi_XAStVt293Al9IHdBWwH4ZzZskANtWLUqBrVA2ONCT2ANe9evBl_LXTyD3/s400/maracaturural.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;">(<i>Caboclos de Lança</i>, do tradicional Maracatu rural,</div><div style="text-align: center;">em Nazaré da Mata/PE - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div></div><div><div style="text-align: justify;">Os escravos se vestiam com as roupas barrocas que eram descartadas pelos senhores e passavam a reinterpretar o Império português, aliando à celebração as suas referências culturais oriundas da África, sua terra natal. Assim, a "<i>corte</i>" era formada por: <i>Rei e Rainha</i>, <i>Príncipe e Princesa</i>, <i>Duque e Duquesa</i>, <i>Barão e Baronesa</i>, além de outros títulos reais. Além desses personagens havia também o <i>Porta-estandarte</i>, o <i>Porta-sombrinha</i>, os <i>Batuqueiros</i> (referência que encontramos no trecho "<i>(...) Batuqueiro, coração dos carnavais</i>"), <i>Damas da Corte, Dama do Paço</i> e <i>Calunga</i>. (<a href="http://cocada-preta.blogspot.com/b/post-preview?token=gb_cXzUBAAA.GC9wHE5oJ_rE8DhJXvWVIw.dV6fdyNvj0Pk1yhlIrevMg&postId=6207486879787173027&type=POST" target="_blank">Leia mais aqui</a>).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibUx4oAVTUVBgFtgrK0Blek1cQX-yp68lp0fTzRNXGTXj0eXgJzg9UPjfP-rEc6TeZ4h_zfDTYZPdvAb3GSVxr3RhUoRFf6kKWETVM5Bzi1ahdmSY85Tlhsr75W0ohzVbaa5nnYK4rUxEl/s1600/estandartes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibUx4oAVTUVBgFtgrK0Blek1cQX-yp68lp0fTzRNXGTXj0eXgJzg9UPjfP-rEc6TeZ4h_zfDTYZPdvAb3GSVxr3RhUoRFf6kKWETVM5Bzi1ahdmSY85Tlhsr75W0ohzVbaa5nnYK4rUxEl/s1600/estandartes.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(Os Es<i>tandartes </i>e suas identificações - <b>1. </b><i>Estandarte Estrela Brilhante, </i>fundado em 1824<i>;</i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b>2.</b> <i>Estandarte Maracatu Estrela do Norte,</i> fundado em 2002<i>;</i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b>3.</b> <i>Estandarte de Ur</i>, artefato sumério encontrado ao sul de Bagdá - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em "<i>(...) Estandarte em veludo e pedrarias</i>" temos a citação do estandarte como "<i>guia</i>" que introduz e identifica os diversos grupos de escravos que festejavam o Maracatu. Segundo o "<i>Dicionário de Arte-sacra e técnicas afro-brasileiras</i>" (Pallas, 2003) do antropólogo <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Raul_Lody" target="_blank">Raul Lody</a>, <i>estandarte</i> signifca uma "<i>peça basicamente em tecido, organizada em estrutura de madeira ou metal, geralmente exibindo bordados em materiais diversos e aplicações de flores de papel, medalhas, fitinhas, entre tantas outras coisas. (...) O estandarte identifica o grupo, não apenas pela legenda com o nome da agremiação, mas principalmente pelas cores e imagens - alguns claramente de origem totêmica e outras mais próximas de cópias de marcas (brasões) de instituições oficiais -, sendo um objeto-síntese da história, e identidade do grupo. Tudo isso faz com que o estandarte seja uma peça, muitas vezes sagrada, como ocorre com alguns grupos de maracatu de baque-virado ou de nação.</i>"</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div><br />
</div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_HBmlZjOc-ylIC1Vi4dh3v_lNfwK73GGTyQQptUo5yB_s1X7L7DrFkgFzIPgp830Lea0XlxbOMOBgIWuHL52aADw16RdPxBeQgMeQPTD2gIbLIcOQ_ZSEG2xpivp49rWdR4Mm5f5qpOLB/s1600/4368322710_d2a3b0af24_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_HBmlZjOc-ylIC1Vi4dh3v_lNfwK73GGTyQQptUo5yB_s1X7L7DrFkgFzIPgp830Lea0XlxbOMOBgIWuHL52aADw16RdPxBeQgMeQPTD2gIbLIcOQ_ZSEG2xpivp49rWdR4Mm5f5qpOLB/s640/4368322710_d2a3b0af24_o.jpg" width="402" /></a></div><div style="text-align: center;">(<i>20º Encontro Estadual dos Maracatus de Baque Solto</i>, realizado no Carnaval de 2010 -</div><div style="text-align: center;">Foto: Passarinho/Prefeitura de Olinda/PE)</div><div><br />
</div></div></div><div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div><div><div style="text-align: justify;">Os versos da próxima estrofe ("<i>É o frevo, a jogar pernas e braços</i>") abordam o <i>Frevo</i>, outra manifestação cultural nordestina. A palavra <i>frevo</i> seria uma corruptela de <i>ferver</i> (<i>frever</i>), que passou a designar efervescência, agitação, rebuliço. O Frevo exemplifica nossa pluralidade cultural, uma vez que o <i>passo</i> (dança que se realiza ao ritmo do Frevo) nasceu a partir das influências da <i>Capoeira.</i> O verso seguinte ("<i>No alarido de um povo a se inventar</i>") reforça a condição sincrética da cultura brasileira, que reúne elementos de diversas etnias, suas crenças e valores, recodificando-os: "<i>É o conjuro de ritos e mistérios / É um vulto ancestral de além-mar</i>". A simbologia das sombrinhas coloridas também está relacionada à luta, resistência e camuflagem, uma vez que serviam como armas de defesa dos passistas contra os grupos rivais. (De início era utilizado o guarda-chuva comum, geralmente velho e esfarrapado que, atualmente, é estilizado: pequeno, para facilitar a dança; e colorido, para embelezar a coreografia). O Frevo possui mais de 120 passos catalogados, sendo a <i>dobradiça</i>, a <i>tesoura</i>, a<i> locomotiva</i>, o<i> ferrolho</i> e o<i> parafuso </i>os mais conhecidos. Com o passar do tempo, o Frevo foi absorvendo novos elementos rítmicos; nos anos 1930 surgiram o <i>Frevo-de-Rua</i>, <i>Frevo-Canção</i> e o <i>Frevo-de-Bloco</i>. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj95Aqm5uulZnYHPmgzDw3GqLlcYJXHqb4KYViCLZK6eE-S54BGDrDITIW5EMM1Mbna7QrKsnSuZUfHTuZ79_FRW-VkOd2HgPuOJFNd98zdfKPZBihDW7Uigh87nFI4wp7Vacqp0EEUlGoI/s1600/FOTO+FREVO+PASSISTAS.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj95Aqm5uulZnYHPmgzDw3GqLlcYJXHqb4KYViCLZK6eE-S54BGDrDITIW5EMM1Mbna7QrKsnSuZUfHTuZ79_FRW-VkOd2HgPuOJFNd98zdfKPZBihDW7Uigh87nFI4wp7Vacqp0EEUlGoI/s400/FOTO+FREVO+PASSISTAS.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(<i>Passistas de Frevo</i> em Pernambuco - Foto: Internet)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: -webkit-auto;"><span style="color: red;"><b><br />
</b></span></div></div></div></div></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: -webkit-auto;">O refrão de "<i>Caribenha Nação</i>" apresenta a "<i>exploração marítima</i>" como elemento-chave para a </span>construção de novas unidades e <span style="text-align: -webkit-auto;">transformações identitárias: </span><span style="text-align: -webkit-auto;">"</span><i style="text-align: -webkit-auto;">Quando o grego cruzou Gibraltar / Onde o negro também navegou / Beduíno saiu de Dacar / E o Viking no mar se atirou</i><span style="text-align: -webkit-auto;">" e "</span><i style="text-align: -webkit-auto;">Uma ilha no meio do mar / Era a rota do navegador / Fortaleza, taberna e pomar / Num país tuaregue e nagô</i><span style="text-align: -webkit-auto;">". Temos em "<i>grego</i>" (pomar), "<i>beduíno</i>" (Oriente/fortaleza) e "<i>viking</i>" (nórdicos/taberna) uma trilogia étnica. </span></div><div style="text-align: -webkit-auto;"><br />
</div><div><div><div style="text-align: justify;">Câmara Cascudo nos diz que "<i>o mistério atordoante da orientação reduz-se à conexão harmônica de três elementos funcionais: memória topográfica, o sentido egocentrista e o domocentrista. O egocentrismo baseia-se na noção instintiva e natural que o indivíduo tenha dos pontos cardeais. (...) Devemos lembrar que nortear-se é encontrar o norte e o rumo mais antigo do mundo seria acompanhar o curso solar. (...) O domocentrismo é a consciência obstinada que o homem possui do seu ponto de partida, coincidindo com a vila de residência, aldeia natal, acampamento doméstico." </i>(8)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgROl5BUw8c5FioV25pOEZ1b5sUTNGy19yxDlooAzbAZ-F5e420frsn4RQPZzaCBUatdcrc1Tqq53rc_8SjKkBpBJw27zeP1IoN-5P3xagbQ9vaU_8Uq6xK6xwimVoE7WlygahX03549imp/s1600/1635-World-Map-by-Willem-Blaeu-Nova-Totius-Terrarum-Orbis-Geographica-Ac-Hydrographica-Tabula-1.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgROl5BUw8c5FioV25pOEZ1b5sUTNGy19yxDlooAzbAZ-F5e420frsn4RQPZzaCBUatdcrc1Tqq53rc_8SjKkBpBJw27zeP1IoN-5P3xagbQ9vaU_8Uq6xK6xwimVoE7WlygahX03549imp/s400/1635-World-Map-by-Willem-Blaeu-Nova-Totius-Terrarum-Orbis-Geographica-Ac-Hydrographica-Tabula-1.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;">(<i>Mapa do mundo</i>, de <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Willem_Blaeu">Willem Blaeau</a>, 1641. O desenvolvimento da exploração, a representação e a tipografia durante o Renascimento iriam exercer uma influência decisiva no modo como os europeus modernos observam o mundo. Apesar da distorção dos pólos pelo cartógrafo <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Gerardus_Mercator">Gerhardus Mercartor</a> foi convertido no modo padronizado de representar o mundo redondo sobre uma superfície plana - clique para ampliar - Fonte: Grandes Civilizações do Passado, Nicholas Mann, Folio, 2006)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><br />
<div style="text-align: justify;">O trecho "<i>Quando o grego cruzou Gibraltar</i>" evoca a mitologia grega. <i>Atlas</i> (conhecido também como <i>Atlante</i>) teria sido um dos titãs gregos condenado por Zeus a sustentar os céus para sempre e é retratado com um globo sobre seus ombros. Casado com <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pleione">Pleione</a> teve sete filhas, as <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pl%C3%AAiades_(mitologia)">Plêiades</a>. Segundo uma das versões existentes, Atlas teria se tornado um guardião dos <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pilar">Pilares</a> de Hércules, sobre os quais os céus foram colocados (e que também eram a passagem para o lar oceânico de <i>Atlântida</i> - o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Estreito_de_Gibraltar">Estreito de Gibraltar</a>). Seu nome passou então a significar "<i>portador</i>" ou "<i>sofredor</i>". É possível encontrarmos referências a Atlas na <i>geografia</i> (o Oceano além do Mediterrâneo homenageia o titã, ao qual denominamos <i>Atlântico</i>), na <i>cartografia</i> (<i>Atlas</i> é o coletivo de mapas, a coleção de cartas que representam o planeta Terra) e também na <i>medicina</i> (<i>Atlas</i> é a primeira vértebra da coluna cervical - uma clara referência ao local onde sustentava o gigantesco peso a que fora condenado suportar).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUMoD9tIj23PXu_OfVl0rNqVDcyjOFQakBUAG5vsiS6e90IPqc3Qat4mACs34VuqD9rVCZGUC8aCW9cM1UZZteHzg5TRXRZYFNgUkF_revE__OLKK3xe34u9QiaKRkFxyP0D0RCNOQIq0D/s1600/Atlas_Schloss_Linderhof.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUMoD9tIj23PXu_OfVl0rNqVDcyjOFQakBUAG5vsiS6e90IPqc3Qat4mACs34VuqD9rVCZGUC8aCW9cM1UZZteHzg5TRXRZYFNgUkF_revE__OLKK3xe34u9QiaKRkFxyP0D0RCNOQIq0D/s640/Atlas_Schloss_Linderhof.JPG" width="480" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(<i>Atlas carregando os céus - a esfera celestial - nos ombros</i>, presente na fachada no <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pal%C3%A1cio_de_Linderhof" target="_blank">Palácio Linderhof</a>, 2008 - Foto: Gustavo Trapp)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Já o povo <i>beduíno</i> (do árabe "<i>badawín</i>", ou seja, <i>que vive no deserto</i>) citado na letra ("<i>Beduíno saiu de Dacar</i>") é nômade, assim como os <i>tuaregs</i> (do árabe, <i>abandonados pelos deuses</i>). Originários da <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pen%C3%ADnsula_Ar%C3%A1bica">Península Arábica</a>, durante o século VII os beduínos expandiram-se pelo norte da África. Com suas caravanas, praticavam o comércio de vários produtos pelas cidades da região. Na Arábia, onde sempre viveram os grupos principais, as difíceis condições de vida no deserto geraram conflitos pelo uso de poços de água e pastagens, o que levou os grupos beduínos a eventuais ataques a caravanas e outras formas de extorsão contra vizinhos e forasteiros. Capital e maior cidade do Senegal, na península do Cabo Verde, Dacar foi o maior centro para o tráfico de escravos para toda América entre os séculos XVI e XIX. O governo senegalês restaurou e transformou em museu o <i>forte de Estrées</i>, na <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha_de_Gor%C3%A9e">ilha de Gorée</a>, onde os escravos eram reunidos para serem enviados em navios negreiros. Nicholas Mann nos diz que "<i>no início do século XV, os portugueses foram para Oriente por mar, o que implicou uma tenaz exploração da costa oeste da África: Fernando Gomes em 1469-1475, Bartolomeu Dias em 1487-1488, Vasco da Gama em 1497-1499 e Pedro Álvares Cabral em 1500. (...) A primeira viagem de circunavegação da Terra (1519-1521) aconteceu nessa época, e foi Fernão de Magalhães, um português a serviço da Espanha, que uniu o Oriente e o Ocidente.</i>"</div></div><div><br />
</div><div><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2CS3YjfmyEdti5X0aURWGefT1ZyNbh10UudibOtkCNvy3_wjabffXG1m3NkgUuU7usDh1guVFlj79pKJ9LSEIzODMYjlyE0pOJYUnENuInYCdN1H_4lQokLsDsmzFOBSe7DIzHtczMiaQ/s1600/Gor%C3%A9eMus%C3%A9eHistorique2.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="196" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2CS3YjfmyEdti5X0aURWGefT1ZyNbh10UudibOtkCNvy3_wjabffXG1m3NkgUuU7usDh1guVFlj79pKJ9LSEIzODMYjlyE0pOJYUnENuInYCdN1H_4lQokLsDsmzFOBSe7DIzHtczMiaQ/s400/Gor%C3%A9eMus%C3%A9eHistorique2.JPG" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(<i>Forte d'Estrées</i>, na ilha de Goréia: atual <i>Museu Histórico do Senegal</i>, 2006 - Foto: Ji-Elle)</div><div><br />
</div><div><br />
</div></div><div style="text-align: justify;"><div><div><div><div style="text-align: justify;">"<i>Nagô</i>" refere-se a um termo étnico (assim como os <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Jejes" target="_blank">jejes</a>, angolas, congos e <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Fula">fulas</a>). Nagô é nome dado a todos os negros da Costa dos Escravos que falavam o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Iorub%C3%A1s" target="_blank">Iorubá</a>. Os franceses colonizadores do Daomé (reino africano, atual Benin) chamavam os iorubanos de <i>nagôs</i>, que chegaram, em maior quantidade, na cidade de Salvador e tiveram muita influência na formação social e religiosa dos mestiços baianos. O <i>candomblé</i>, os <i>babalaôs</i>, os<i> babas</i>, as <i>filhas de santo</i>, os instrumentos musicais (<i>tambores, agogôs, arguês, adjás</i>), a culinária (<i>vatapá, acarajé, abará</i>), <i>Exu, Ogum, Oxumaré, Oxóssi,</i> chegaram ao Brasil por intermédio dos nagôs.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxNXDtrHM__Jhl35GHOCTJaoRqMtgD_9MNrI9V3vhtujLwwvxuEdB3SFU5UOoXbe5G8zUcAeY7JAYiIrv0EustW-8CEJwqXphgFsPV8TIcZ0pgqdbbGE9rIiWOsAVWxj57Qz5csThOKyBr/s1600/World-Map-Drawn-in-a-Fools-Head.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br class="Apple-interchange-newline" /><img border="0" height="305" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxNXDtrHM__Jhl35GHOCTJaoRqMtgD_9MNrI9V3vhtujLwwvxuEdB3SFU5UOoXbe5G8zUcAeY7JAYiIrv0EustW-8CEJwqXphgFsPV8TIcZ0pgqdbbGE9rIiWOsAVWxj57Qz5csThOKyBr/s400/World-Map-Drawn-in-a-Fools-Head.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(<i>Mapa do mundo dentro da cabeça de um idiota</i>,<i> circa </i>1590. Este é <span style="text-align: justify;">um exemplo do gosto pela cartografia combinada com o engenho e imaginação. É importante salientar que idiota provém do grego (<i>idiótes</i>) e significa "<i>o homem privado</i>" (em oposição ao homem de Estado, ou público). </span>É um desenho preciso e a tecnologia da impressão ajudou os europeus a recordar e a entender o mundo que começaram a explorar durante o Renascimento - clique para ampliar - Fonte: <i>Grandes Civilizações do Passado</i>, Nicholas Mann, Folio, 2006)</div><div style="text-align: -webkit-auto;"><br />
</div><div><br />
</div><div style="text-align: justify;">A partir desta análise histórica podemos compreender que tanto os <i>Tuaregs </i>quanto os <i>Nagôs</i>, portanto, seriam componentes formadores do <i>brasileiro</i> ("<i>Num país tuaregue e nagô</i>"). Mesmo estes dois povos, por conta da exploração marítima ao longo dos séculos, já viriam carregados de influências culturais oriundas de outros períodos históricos, implicando na reinvenção dos saberes. "<i>As raças antigas, os núcleos étnicos primários, irredutíveis em suas permanentes morfológicas, tendem a constituir-se minoria, ao passo que as secundárias, metamórficas, produtos miscigênicos, ampliam-se incessantemente. São, evidentemente, essas raças metamórficas as colonizadoras, povoadoras, sustentações das culturas, dominadoras da geografia física, senhoras do mundo.</i>" (9) O <a href="http://cocada-preta.blogspot.com/2011/07/as-raizes-celtas-do-brasil.html" target="_blank">Brasil</a>, desse modo, "<i>Era o porto para quem procurava / O país onde o sol vai se pôr</i>". É possível observar uma referência ao movimento cíclico (<i>dia/sol; noite/estrela</i>). </div><div><br />
A citação de "<i>sol</i>", neste trecho ("<i>O país onde o sol vai se pôr</i>") também pode aludir à imposição religiosa européia sobre o deus sol do povo indígena (<i>Tupã</i>), que passou a ser orientado segundo os preceitos católicos. Darcy Ribeiro, em "<i>O Povo Brasileiro</i>" (Companhia das Letras, 1996) assinala o objetivo dos jesuítas (participantes das missões salvacionistas) sobre os indígenas : "<i>(...) exercer, a ferro e fogo, se preciso, para incorporar as novas gentes ao rebanho do rei e da Igreja. Esse era um mandato imperativo no plano espiritual. Uma destinação expressa, uma missão a cargo da Coroa, cujo direito de avassalar os índios, colonizar e fluir as riquezas da terra nova decorria do sagrado dever de salvá-los pela evangelização" e continua "a tarefa que os missionários se propunham era (...) recriar aqui o humano, desenvolvendo suas melhores potencialidades, para implantar, afinal, uma sociedade solidária, igualitária, orante e pia, nas bases sonhadas pelos profetas</i>." </div><div><br />
</div><div><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixlv17xoWs0h27CS_39iVUxLZ3JWtnboGDBzf1aP4_9DsQAEt0wsMX8SE8gmmmKpyWQVS-60DnVJbAZUNOxUH8c92zPhq8NuqMbAaLaT_mfEOdzUlVYRQPuKa_CHY44sUySaGiORoxcS6w/s1600/bandeiras-brasil.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixlv17xoWs0h27CS_39iVUxLZ3JWtnboGDBzf1aP4_9DsQAEt0wsMX8SE8gmmmKpyWQVS-60DnVJbAZUNOxUH8c92zPhq8NuqMbAaLaT_mfEOdzUlVYRQPuKa_CHY44sUySaGiORoxcS6w/s640/bandeiras-brasil.jpg" width="406" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(<i>Bandeiras do Brasil em períodos distintos</i>; acima, litografia de Debret, 1768; abaixo, a bandeira oficial do Brasil - Fonte: Wikipedia)</div><div><br />
</div><div><br />
</div><div><div style="text-align: justify;">A investigação do céu sempre constituiu um importante elo entre o céu e a terra, entre o <i>homem</i> e <i>Deus. </i>"<i>As estrelas ao sul do Equador</i>" reverenciam a constelação de <i>Cruzeiro do Sul</i>, uma das mais conhecidas pelos habitantes ao sul da linha do Equador. Essa constelação é representada em diversas bandeiras nacionais, como a do Brasil, da Austrália, Nova Zelândia e Papua Nova Guiné. Ela também está presente no centro do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Bras%C3%A3o_de_armas_do_Brasil">brasão de armas do Brasil</a>. Aqui vemos o formato circular exercendo novamente sua função simbólica, ao observarmos que a constelação de Cruzeiro do Sul é inserida dentro do círculo azul, que representa o <i>céu</i>. <i>Crux</i>, como também é conhecida, foi revelada ao Ocidente no início do século XVII, pelo navegador e explorador português <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Fernandes_de_Queir%C3%B3s" target="_blank">Pedro Fernandes de Queirós</a><span style="font-family: sans-serif; font-size: x-small;"><span style="line-height: 19px;">. </span></span>Antes do desenvolvimento da bússola, os navegantes usavam os astros principalmente como referências para rumos. Notou-se que a <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Estrela_Polar" target="_blank">Estrela Polar</a> (<i>Draconis</i>) permanecia próxima de um ponto no céu ao Norte; era esta a referência aos navegantes. Quando a Estrela Polar não estava visível, estes usavam outras estrelas, como o Sol ou a Lua. </div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuRmj4eSVJYe0kJvO7ZpedHc5995lOzwrger4i-5GmRm3jXlt-9aT0sdfYDfkrgANWy4ewjhy8oSY0DLsGnPmQ3OZEg3qOHGTX0iI6kV5UxmRkPqx0tD35MqkmSdNHybHVl4BpJJzc76V8/s1600/12-8c3c121bf7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="227" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuRmj4eSVJYe0kJvO7ZpedHc5995lOzwrger4i-5GmRm3jXlt-9aT0sdfYDfkrgANWy4ewjhy8oSY0DLsGnPmQ3OZEg3qOHGTX0iI6kV5UxmRkPqx0tD35MqkmSdNHybHVl4BpJJzc76V8/s400/12-8c3c121bf7.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(Observador utilizado a <span style="text-align: justify;">placa "</span><i style="text-align: justify;">Al-Kemal</i><span style="text-align: justify;">" - Fonte: Internet)</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="text-align: justify;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><div>Os primeiros astrônomos faziam uso ou de seus pontos de vista ou de alguma ferramenta rudimentar a fim de calcular a posição das estrelas. No Oriente, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Vasco_da_Gama" target="_blank">Vasco da Gama</a>, na viagem de descoberta do caminho marítimo para as Índias, encontrou na mão dos povos asiáticos um instrumento rudimentar para medida de altura dos astros, a placa "<i>Al-Kemal</i>" (ou “<i>Kamal</i>”), a que denominou <i>Tábua da Índia</i>. O instrumento era uma pequena placa retangular, normalmente feita de chifre, com um cordão fixado ao centro, tendo uma série de nós que indicavam determinados locais, cujas latitudes haviam sido previamente determinadas. Para o uso da placa "<i>Al-Kemal</i>" (“<i>linha guia</i>”, em árabe), o observador elevava o instrumento, com o lado maior na vertical, na direção da Estrela Polar, e o movia, afastando ou aproximando do seu olho, até que sua altura ocupasse exatamente o espaço entre ela (Estrela) e o horizonte. Então, com a outra mão, distendia o cordão preso ao seu centro e verificava qual o nó próximo ao seu nariz. Como cada nó correspondia um determinado local, o navegante descobria que estava, ao largo, na Latitude de um lugar conhecido.</div></div><br />
Compreendemos, assim, que "<i>Caribenha Nação</i>" traça uma análise sobre o conjunto de influências culturais formadores da nação brasileira (expansão marítima) tomando por base a premissa de que a humanidade seria fruto de outra expansão, <i>cósmica</i>. Tal qual a existência de bilhões de anos dos átomos formadores de nosso corpo (sintetizados e recombinados extraordinariamente de maneira a constituírem a vida), assim também ocorreu com o nascimento da <i>cultura brasileira</i> que, ao longo dos séculos, tratou de recombinar elementos científicos, culturais, folclóricos e religiosidades distintas originando, assim, um complexo e irreverente "<i>corpo-nação</i>".<br />
<br />
</div></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #999999;">-------------------------</span></div></div></div></div></div>Fontes:<i><br />
(1) CIRLOT LAPORTA, Juan Eduardo. Dicionário de símbolos, Editora Moraes, 1984.<br />
<br />
(2) CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números, Editora José Olympio, Rio de Janeiro, 1982.<br />
<br />
(3) CASCUDO, Luís da Câmara. Civilização e Cultura, Editora Global, São Paulo, 2004. </i><br />
<i><br />
(4) LIMA, Valéria. Uma viagem com Debret, Editora Jorge Zahar, Rio de Janeiro, 2004. <br />
<br />
(5) FARRINGTON, Karen. História ilustrada da religião, Editora Manole, São Paulo, 1999.</i><br />
<i><br />
(6) MANN, Nicholas. Grandes civilizações do passado, Folio, 2006.</i><br />
<i><br />
(7) ALBUQUERQUE, Wlamyra; FRAGA FILHO, Walter. Uma história do negro no Brasil, Fundação Cultural dos Palmares, Salvador, 2006.<br />
<br />
(8) CASCUDO, Luís da Câmara. Civilização e Cultura, Editora Global, São Paulo, 2004.<br />
<br />
(9) SILVA MELLO, Antonio. A superioridade do homem tropical, Rio de Janeiro, 1965.</i>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-77143858567840553102012-01-05T19:43:00.011-02:002012-02-25T19:17:18.085-02:00A origem do Carnaval<div style="text-align: justify;">Através da celebração das grandes colheitas, alguns povos da Antiguidade (como hebreus, egípcios, gregos e romanos) já celebravam o Carnaval, louvando suas divindades pela fertilidade do solo. Já se acreditou que a etimologia da palavra "<i>carnaval</i>" remontasse a "<i>carrum navalis</i>" (carro naval). Essa origem, porém, já foi contestada, e atualmente a versão mais aceita é a que liga "<i>carnaval</i>" a "<i>carne vale</i>" (ou seja, "<i>adeus à carne</i>").<br />
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<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG8je1VVFXdqh9q5N1OJa4DPn8dvdI5-evdSbGMeAMb_GcxzwPxhNKCW39YMF2bTHmDn1q-T3rE1uAwKiSVx0HLUTrqZf11TXXQj3gRIssFCyJBjLrCssVC8j1tYCvPQIiCVCvdCOYJBNM/s1600/800px-William-Adolphe_Bouguereau_%25281825-1905%2529_-_The_Youth_of_Bacchus_%25281884%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="218" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG8je1VVFXdqh9q5N1OJa4DPn8dvdI5-evdSbGMeAMb_GcxzwPxhNKCW39YMF2bTHmDn1q-T3rE1uAwKiSVx0HLUTrqZf11TXXQj3gRIssFCyJBjLrCssVC8j1tYCvPQIiCVCvdCOYJBNM/s400/800px-William-Adolphe_Bouguereau_%25281825-1905%2529_-_The_Youth_of_Bacchus_%25281884%2529.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">("<i>A juventude de Baco</i>", de William Adolphe Bouguereau, 1884 - Fonte: Wikipedia)</div><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div><div style="text-align: justify;">Hiram Araújo, autor do livro "<i>Carnaval: seis milênios de história</i>" (Gryphus, 2002) comenta que o Carnaval celebrado na Antiguidade era uma celebração na qual eram "<i>marcados pela licença sexual e pela inversão dos papéis entre servos e senhores, como também pela escolha de um escravo real que era sacrificado no final da celebração</i>." Na Grécia Antiga, por exemplo, eram realizadas as famosas Festas Dionísicas, celebrações em homenagem a <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Dion%C3%ADsio" target="_blank">Dionísio</a>. (Seu equivalente romano é <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Baco" target="_blank">Baco</a>, o deus do vinho, sendo a ele atribuído os excessos sexuais). Além da festa ao deus Baco, celebrava-se também a <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Saturn%C3%A1lia" target="_blank">Saturnália</a>, onde os principais valores sociais da época eram invertidos e todo o tipo de prática era realizada sem entraves sociais e tabus chegando até ao sacrifício humano. A comemoração durava cerca de três dias e todo o tipo de atividade escolar e comercial era encerrada. Já na Idade Média, as <i>Bachanalias</i> (deriva daí o termo "<i>bacanal</i>") e <i>Saturnalias</i> eram realizadas uma vez ao ano. Neste período, em que a Igreja começava cada vez mais a exercer seu papel social e político, essas celebrações de origem pagã ganharam conotação negativa dentro dos parâmetros religiosos. Algumas intervenções por parte da Igreja foram realizadas, como tentativa de reduzir a prática das festas, consideradas <i>abomináveis</i> pelo Catolicismo.</div><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwpxVq9TbKsW-BeHdSAdup3TJl__SGATpPqbfbYzFtkoVQCWFm8P7mrZxu_bCMDv317Mpr9DAjfQ3JLLyFQ3mnl77hZ9dhlycOXDko117YDepUdKMYOwYfYkEkoLQ8fd0bBw1AivsVHKEh/s1600/489px-MardiGrasPaull1897Cover.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwpxVq9TbKsW-BeHdSAdup3TJl__SGATpPqbfbYzFtkoVQCWFm8P7mrZxu_bCMDv317Mpr9DAjfQ3JLLyFQ3mnl77hZ9dhlycOXDko117YDepUdKMYOwYfYkEkoLQ8fd0bBw1AivsVHKEh/s640/489px-MardiGrasPaull1897Cover.jpg" width="522" /></a></div><div style="text-align: center;">("<i>The Mardi Gras March & Two-Step</i>", capa de um livro de partituras, publicada em 1897</div><div style="text-align: center;">por E.T. Paull Music Co, Nova Iorque - Fonte: Internet)</div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Em 590 d.C. o papa <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Greg%C3%B3rio_I" target="_blank">Gregório I</a> instituiu a festa do Carnaval no calendário eclesiástico. Suportado com certa tolerância pela Igreja (no século XV, o papa <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Paulo_II" target="_blank">Paulo II</a> foi uma das figuras religiosas mais tolerantes à prática do Carnaval, permitindo que se realizassem comemorações na <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Via_%C3%81pia" target="_blank">Via Ápia</a>, rua próxima ao seu palácio), o Carnaval tornou-se uma das poucas festas que mantiveram suas origens pagãs após indexação católica, restringindo-se aos dias que antecedem o início da Quaresma. (Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, os três dias do Carnaval são chamados "<i>gordos</i>" - em especial a terça-feira, conhecida como <i>terça-feira gorda</i>; em francês, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Carnaval" target="_blank">Mardi Gras</a>). "<i>Quando o cristianismo chegou, já encontrou as festas, ditas orgiásticas, em uso nos povos. Por seus caracteres libertinos e pecaminosos, foram a principio condenadas pela Igreja Católica. Teólogos, doutores e papas da Igreja, como São Clemente de Alexandria (escritor e doutor da Igreja - 150-213 d.C), Tertuliano (teólogo romano, Cartago -155-216 d.C, grande pensador polemista dos primeiros séculos da Igreja, combateu tenazmente o relaxamento dos costumes); São Cipriano (Bispo e mártir; padre da Igreja latina, Cartago, iniciado no século III. Foi decapitado por ocasião das perseguições de Valério); Inocêncio II (Papa, Roma - 1130-1140), entre outros, foram contra o carnaval.</i>" (1)<br />
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Em um artigo para a revista <i>História Viva #35</i> (Dezembro, 2011) o romancista francês <a href="http://edouardbrasey.com/" target="_blank">Édouard Brasey</a> conta que na noite de 1º de janeiro de 1091, Walchelin, um jovem clérigo que servia na igreja de Bonneval, França, teria testemunhado um imenso exército, reconhecendo pessoas recentemente falecidas que não haviam tido tempo de se arrepender de por seus crimes. Segundo ele, a tropa era negra e cuspia fogo. Walchelin teria então interpretado que essa horda apavorante de almas seria a famosa lenda da tropa Hellequin. Walchelin teria assistido "<i>ao desfile de cortesãs da cavalaria, colocadas sobre celas cheias de pregos incandescentes. Esses pregos em brasa feriam-lhes as nádegas e, horrivelmente atormentadas por essas picadas e esses ferimentos, elas gritavam: 'Ai de mim!' 'Ai de mim!', e confessavam diante de todos os pecados pelos quais sofriam tais castigos</i>." Brasey ainda afirma que "<i>o grupo liderado por Hellequin, na pena do monge cristão, não seria portanto senão uma 'caçada ao diabo', no qual os pecadores impenitentes eram arrastados depois de sua morte para expiar seus crimes.</i>" Como forma de aumentar o número fiéis através de conversões em massa ao catolicismo, "<i>o espetáculo servia de advertência aos vivos que não se arrependessem a tempo</i>", completa. </div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiVQ70sUgto2ewotTL2sduMKfkMpMUz8YqfODNVsQoRv5R599bxfORBSOagck7i-tETXP9HmOwgiEHLjfN3XCOqQlpTRPgiaHKiBFqMIXhvelgRzs82Cv1iY0vHnltu2uUsg_9QIwMoG3S/s1600/similar-vdente.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="131" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiVQ70sUgto2ewotTL2sduMKfkMpMUz8YqfODNVsQoRv5R599bxfORBSOagck7i-tETXP9HmOwgiEHLjfN3XCOqQlpTRPgiaHKiBFqMIXhvelgRzs82Cv1iY0vHnltu2uUsg_9QIwMoG3S/s400/similar-vdente.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(À esquerda, <i>Arlecchino</i>, ou Arlequim, um personagem do teatro popular italiano inspirado na lenda de uma tropa de pecadores. À direita, o personagem do romance gráfico "<i>V de Vendetta</i>", de Alan Moore, em um fragmento do longa-metragem - Fonte: <i>Revista História Viva #35</i> - clique para ampliar)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div><div style="text-align: justify;">A máscara de Arlequim (um dos adornos tradicionais da festa carnavalesca da cidade de Veneza, na Itália) e a máscara do personagem de codinome "V" (do romance gráfico "<i>V de Vendetta</i>" - "<i>V de Vingança</i>", de Alan Moore) possuem aspectos convergentes. Apesar da obra de Moore conceber "V" dentro de um universo ficcional com forte influência<span style="text-align: center;"> na <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Conspira%C3%A7%C3%A3o_da_P%C3%B3lvora" target="_blank">Conspiração da Pólvora</a> (o longa dirigido </span>por McTeigue traz, inclusive, a rima tradicional em alusão a Contra-reforma: "<i>Remember, remember, the 5th of November</i>" - "<i>Lembrai, lembrai, o cinco de novembro</i>"), também é possível estabelecermos algum paralelo entre "V" e a tropa Hellequin, na medida em que as duas narrativas têm a<b> liberdade</b> como principal temática. Temos em "V" um misterioso anarquista com intenções de destruir o Estado através de ações diretas. Já o ideal libertário de Hellequin, segundo o medievalista Jean-Claude Schmitt, em seu estudo "<i>Les revenants, les vivants et les morts dans la société médievale" ("Os que retornam, os vivos e os mortos na sociedade medieval</i>") estaria presente em sua etimologia: "<i>não resta dúvida de que o nome Hellequin (ou Herlequin ou Helething), que aparece primeiro na Normandia e depois na Inglaterra, seja de origem germânica e faça referência ao exército (heer) e à assembléia dos homens livres (thing)</i>."</div><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9Go5_1tWAQrECLYGUYsbGuz1X9SOYfov1BShtiWjOaktgedtQhArAupXZZJHCe4MwDPXDJh4NLZpAJJZCmAjVoH9bpYrLdVB5JRzv-8W6KYFOZUAUXWAtKCkYHxhz8gprFvwSy7xMSX2i/s1600/sca-mask-ppl1610-cls.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="215" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9Go5_1tWAQrECLYGUYsbGuz1X9SOYfov1BShtiWjOaktgedtQhArAupXZZJHCe4MwDPXDJh4NLZpAJJZCmAjVoH9bpYrLdVB5JRzv-8W6KYFOZUAUXWAtKCkYHxhz8gprFvwSy7xMSX2i/s400/sca-mask-ppl1610-cls.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Foliões durante o Carnaval vestindo formas primitivas das<i> máscaras larva</i>, chapéus e véus, de Giacomo Franco, 1610 - clique para ampliar - Fonte: Museu Britânico)</div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Brasey ainda estabelece uma interessante relação entre o Carnaval e a cavalgada das almas danadas narrada pelo jovem padre: "<i>Walchelin a situa na noite de 1º de Janeiro. Mas o fenômeno sobrenatural evoca também os rituais folclóricos medievais ligados ao carnaval, nos quais as pessoas queimam simbolicamente os temores do inverno, enquanto se entregam a excessos, desafiando as regras sociais e religiosas antes de iniciar o austero período de Quaresma</i>." Dessa forma, talvez Walchelin tivesse testemunhado o ritual carnavalesco medieval, uma vez que o uso de máscaras durante essa data festiva data de aproximadamente 30.000 anos a.C. As máscaras eram ornamentadas para ser usadas em celebrações, cultos e rituais de povos primitivos. Durante a Antiguidade, por exemplo, os egípcios acreditavam que a colocação de uma máscara na face dos mortos ajudava na passagem para a vida eterna. Um tratado datado de 22 de Fevereiro de 1339, proibia os mascarados de vaguearem pela noite nas ruas da cidade. Seu uso, contudo, era permitido durante todo o Carnaval, exceto nas festas religiosas. Durante todas as manifestações importantes, como as festas republicanas, era consentido o uso dos trajes venezianos, que compunham o uso das máscaras.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIhVsbABJlmYnmQx_XLS1E4_dTp1fWYjDqaEnktbn3JN_wvtkhLubkIJJqQ8r0wD4NcvCJ6y-G9xxPaqUgDaAbv_IRpwbKmV2QaGk5CigclCBZRvAEfcYFTv_zl4kicA0hEf4ew8EbTeZG/s1600/mascaras-venezianas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIhVsbABJlmYnmQx_XLS1E4_dTp1fWYjDqaEnktbn3JN_wvtkhLubkIJJqQ8r0wD4NcvCJ6y-G9xxPaqUgDaAbv_IRpwbKmV2QaGk5CigclCBZRvAEfcYFTv_zl4kicA0hEf4ew8EbTeZG/s1600/mascaras-venezianas.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;">(Máscaras e fantasias tradicionais do Carnaval de Veneza, Itália - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #cc0000;"><b><br />
</b></span></div><div style="text-align: justify;">Stuart Clark, doutor em História pela Universidade de Cambridge, em seu livro <i>"Pensando com demônios - A ideia de bruxaria no princípio da Europa Moderna"</i> (Edusp, 2006), conta que tanto o escritor Jean Savaron quanto Charles Noirot tentaram vincular a história e a etimologia do verbete <i>"máscara"</i> (significativo da diversão popular) com as da <i>bruxaria</i>. "<i>Savaron acreditava que as palavras 'mommerie' e 'Mommon' tinham a mesma derivação, e que a mascarada era, portanto, inseparável da heresia: 'se o Diabo não se mascarar e se transformar no Anjo da Luz, se os falsos Profetas, Idólatras, hereges, hipócritas, feiticeiros, e seus outros seguidores não se fantasiassem e mascarassem com uma veste de inocência, não atrairiam tantas pessoas.' Savaron citou São Crisóstomo no sentido de que os que usavam máscaras estavam promulgando o sabá (la feste de Satan), e alegou ainda que a palavra 'máscara' era o mesmo que a palavra 'bruxa' nas línguas francesa, lombarda, toscana e inglesa. Noirot argumentou, no mesmo sentido, que a palavra latina para máscara (larva) sugeria a palavra latina para bruxa (lamia) e, portanto, que havia alguma conexão interna entre se fantasiar e demônios."</i><br />
<br />
Como forma de oposição à <i>Comédia Erudita</i>, a <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Commedia_dell%27Arte" target="_blank">Commedia dell'arte</a> (uma forma de teatro popular improvisado) surgida durante o século XV na Itália procurou trabalhar as figuras míticas de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Arlequim" target="_blank">Arlequim</a>, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Colombina" target="_blank">Colombina</a> e <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pierrot" target="_blank">Pierrot</a>, incluindo outros personagens durante as apresentações, que ocorriam sempre em praças públicas. "<i>As companhias de Commedia dell’arte eram itinerantes e possuíam uma estrutura de esquema familiar. Seguiam apenas um roteiro, que se denominava 'canovaccio', mas possuindo total liberdade de criação; os personagens eram fixos, sendo que muitos atores viviam exclusivamente esses papéis até a sua morte.</i>" (2)<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDs2MYQCO5WXoHZdJt4fBNTj1vZasM0MvMLDbJdTJ88E0IPZ3vT6a2d99QW3dpx2XqGr0V84VHVZSlXn_LxEIdHjNlgBxweJgIOuSQPVFXR4OKkrIx_o_VxcYgxS5rCxTKuRvN7TapBrpQ/s1600/personagens-carnaval-italia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDs2MYQCO5WXoHZdJt4fBNTj1vZasM0MvMLDbJdTJ88E0IPZ3vT6a2d99QW3dpx2XqGr0V84VHVZSlXn_LxEIdHjNlgBxweJgIOuSQPVFXR4OKkrIx_o_VxcYgxS5rCxTKuRvN7TapBrpQ/s1600/personagens-carnaval-italia.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(Personagens tradicionais do teatro popular "<i>Commedia dell'arte</i>" -</div><div class="separator" style="clear: both;"></div><div style="text-align: center;"><b>1. </b><i>Arlequim</i>, 1671; <b>2. </b><i>Brighella</i>, 1570; <b>3. </b><i>Colombina</i>, 1683; <b>4.</b> <i>Dottore</i>, 1653; </div><div style="text-align: center;"><b>5. </b><i>Pagliaccio</i>, 1600; <b>6.</b> <i>Pantalone</i>, 1550 -<span style="background-color: white; font-family: sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: -webkit-auto;"> </span>Fonte: <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Commedia_dell%27Arte" target="_blank">Wikipedia</a>)</div><br />
<br />
Já no Brasil, a introdução da festa do Carnaval ocorreu em meados do século XVI, por volta de 1641, trazida pelos portugueses durante a colonização brasileira. O <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Entrudo" target="_blank">Entrudo</a>, como era conhecida a prática de brincadeiras e folguedos, era realizado inicialmente na cidade do Rio de Janeiro. Desde o início, a comemoração contava com a participação de famílias brancas, como também de escravos. Luiz Felipe Ferreira (professor adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e coordenador do Centro de Referência do Carnaval e líder do grupo de pesquisa Laboratório da Arte Carnavalesca) em seu livro "<i>O livro de ouro do carnaval brasileiro</i>" (Ediouro, 2004) esclarece que existiam, no Rio de Janeiro do início do século XIX, duas grandes categorias de Entrudo: O Entrudo Familiar e o Entrudo Popular. O <b>Entrudo Familiar</b> era realizado dentro das casas e, por isso mesmo, era mais "delicado". Geralmente, jogavam-se limões de cheiro em quem festejava (pequenas bolas de cera recheadas de águas perfumadas característica do carnaval da Rio de Janeiro). Já o <b>Entrudo Popular</b>, realizado nas ruas, era mais violento e grosseiro. Eram lançados quaisquer tipos de pós ou líquidos nos festejantes (inclusive urina e fezes). </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_CpUt0lxB3cLA6JOZ6v5ZxnTzS_-aUKH6VCJMbu1XN5JPGaaD7ONcsnlW3wgmMGZIT2WDE-O1XDFPHDutmp_zvQANZodaGRu4FP-AIIUFm5j6EGQ3vM6ZXuCTZxJYAEFDiEO0-Dl3tlDB/s1600/carnaval-de-rua-prancha-de-jean-baptiste-debret-extrac3adda-da-obra-voyage-pittoresque-et-historique-au-brc3a9sil-paris-didot-frc3a8res-18341.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="340" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_CpUt0lxB3cLA6JOZ6v5ZxnTzS_-aUKH6VCJMbu1XN5JPGaaD7ONcsnlW3wgmMGZIT2WDE-O1XDFPHDutmp_zvQANZodaGRu4FP-AIIUFm5j6EGQ3vM6ZXuCTZxJYAEFDiEO0-Dl3tlDB/s400/carnaval-de-rua-prancha-de-jean-baptiste-debret-extrac3adda-da-obra-voyage-pittoresque-et-historique-au-brc3a9sil-paris-didot-frc3a8res-18341.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">("<i>Scène de Carnaval</i>", comemoração do Entrudo Popular nas ruas brasileiras,</div><div style="text-align: center;">de Jean-Baptiste Debret, 1834 - clique para ampliar - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div><div style="text-align: justify;">Na tentativa de conter a violência no Entrudo Popular, por volta de 1834 foi incentivado o uso de máscaras durante a comemoração. De procedência francesa e confeccionadas em cera muito fina ou em papelão, as máscaras simulavam caras de animais e caretas. As fantasias apareceram logo após o surgimento das máscaras, dando mais vida, charme e colorido ao carnaval, tanto nos salões quanto nas ruas. Ao final do século XVIII, o Entrudo era praticado por todo o país, consistindo em brincadeiras e folguedos que variavam conforme os locais e os grupos sociais envolvidos. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por influência lusitana, uma diversão carnavalesca conhecida como <b>Zé Pereira</b> parece ter influenciado no surgimento da brincadeira no carnaval carioca, que teria se tornado tradicional no Brasil por volta do ano de 1846. <i>"Há uma errônea, mas infelizmente consagrada versão, que atribui a 'invenção' do Zé-Pereira a um português de nome José Nogueira de Azevedo Paredes, comerciante estabelecido no Rio de Janeiro em meados do século XIX. Divulgada na maioria dos livros sobre carnaval, essa versão acabou ocultando toda uma série de influências que contribuíram para o surgimento dessa curiosa categoria carnavalesca. As raras referências sobre a tema na literatura carnavalesca são bastante desencontradas. Estas apontam o 'surgimento' do Zé Pereira em 1846 (Moraes, 1987), em 1852 (Edmundo, 1987) ou em 1846, 1848 e 1850 (Araújo, 2000)."</i> (3)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFZ7rwAcCD0LzLkM4loGyedQYzy3sYmxRPeVdUa0tbyIPbXPOCBGG4C3rhi24wPGyfldR9hnfGMIXzbaRmaRBOxyPSFUkoA1U4lNpFYp4uCFiiIMaXHJSsXGANzeIA8adHSx40H3UzOan6/s1600/zepereira.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFZ7rwAcCD0LzLkM4loGyedQYzy3sYmxRPeVdUa0tbyIPbXPOCBGG4C3rhi24wPGyfldR9hnfGMIXzbaRmaRBOxyPSFUkoA1U4lNpFYp4uCFiiIMaXHJSsXGANzeIA8adHSx40H3UzOan6/s400/zepereira.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Zé Pereira no Carnaval de Iguape, sul do estado de São Paulo, 2009 - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O pesquisador Nelson da Nóbrega Fernandes, em seu estudo "<i>O Carnaval e a modernização do Rio de Janeiro</i>" (Revista Geo-paisagem, 2003), apoia-se na teoria de que a introdução do Zé Pereira no Brasil teria ocorrido quando "<i>um português, sapateiro com oficina na rua São José, emigrado da cidade do Porto, numa segunda feira de carnaval, possivelmente ao se recordar com patrícios das peripécias cometidas em um antigo folguedo da terra, resolveu alugar alguns bombos e junto com eles sair à rua zabumbando-os. (...) Como se viu nos anos seguintes e por toda a segunda metade do século XIX, se formaram muitos Zé Pereiras pela cidade. Quanto ao seu nome, existem aqueles que lembram que em alguns lugares de Portugal o nome Zé Pereira era dado ao bombo, enquanto outros atribuem ao estado etílico dos companheiros de José Nogueira naquela segunda feira de carnaval, já que no auge da confusão seus amigos lhe davam vivas trocando seu nome por Zé Pereira. Na tentativa de situar o imediato sucesso do Zé Pereira e a favor da evidência de que tenha sido uma importação de um folguedo português, deve-se assinalar que a forte presença de imigrantes desta nacionalidade no Rio de Janeiro naturalmente impulsionou o início de sua trajetória. De qualquer modo, como escreveu Eneida (op. cit.: 47), 'natural de Portugal ou não, o Zé Pereira foi traduzido em brasileiro e tomou conta da cidade; virou cidadão carioca'. Em 1896, já vivendo um certo declínio, chegou a ser representado por uma companhia teatral como uma paródia da peça '<a href="http://fr.topic-topos.com/les-pompiers-de-nanterre-nanterre" target="_blank">Les Pompiers de Nanterre</a>', na qual o comediógrafo Francisco Correia Vasques, cantava: '“E viva o Zé Pereira, pois a ninguém faz mal...'"</i> (4)<br />
<br />
<div style="text-align: justify;"><span style="text-align: -webkit-auto;">Ainda o Zé Pereira tenha sido indexado na cultura brasileira nos anos 1800, após a </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia_do_Brasil" style="text-align: -webkit-auto;" target="_blank">Independência do Brasil</a><span style="text-align: -webkit-auto;">, em 1822, a elite carioca já decidia se afastar do passado lusitano, aproximando-se das novas potências capitalistas. A cidade e a cultura começavam a ser importados de Paris, sendo estabelecidos como os parâmetros para ditar a moda e os modos no Brasil. </span>A marcha<i> "Ó Abre Alas"</i>, composta pela compositora e pianista <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Chiquinha_Gonzaga" target="_blank">Chiquinha Gonzaga</a> para o cordão Rosa de Ouro, do tradicional bairro do Andaraí (RJ)<span style="font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, 'Lucida Sans Unicode', 'Lucida Grande', Arial, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="line-height: 17px;"> </span></span>em 1889, <span style="text-align: justify;">tornou-se a primeira canção de Carnaval. Em 1939, Jaime Brito teria gravado a marcha de Chiquinha Gonzaga na gravadora Odeon, visando a divulgação durante o carnaval de 1940. (Clique </span><a href="http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=4CTVXdcGyUU" style="text-align: justify;" target="_blank">aqui</a><span style="text-align: justify;"> para ouvir a versão original).</span></div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXgiC3_XRM03oe_8eSOSiJEfr9qibHCQs2nKIyFqb0ICmNeehyZPBzdXjwY6qBtCdmd2iYFyuHFI2Wu7zA4Xk7Gs9EPw5tURDe-JlaiFVYq6sXufemLUb820hB5YbXepA_lMFXfarpM_dI/s1600/Entrudo-RuadoOuvidor1884.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="330" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXgiC3_XRM03oe_8eSOSiJEfr9qibHCQs2nKIyFqb0ICmNeehyZPBzdXjwY6qBtCdmd2iYFyuHFI2Wu7zA4Xk7Gs9EPw5tURDe-JlaiFVYq6sXufemLUb820hB5YbXepA_lMFXfarpM_dI/s400/Entrudo-RuadoOuvidor1884.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Entrudo na Rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro, de Angelo Agostini, 1884 -</div><div style="text-align: center;">Fonte: Acervo particular de Gilberto Maringoni Oliveira)</div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O vídeo abaixo data de 1966 e traz <a href="http://www.chicobuarque.com.br/" target="_blank">Chico Buarque</a>, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Nara_Le%C3%A3o" target="_blank">Nara Leão</a> e <a href="http://www.mpb4.com.br/noticias/" target="_blank">MPB-4</a> em um dos <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Festival_de_M%C3%BAsica_Popular_Brasileira" target="_blank">festivais musicais</a> realizados pela TV Record, que consagraram a emissora durante os anos 1960/70. Na letra "<i>Noite dos mascarados</i>", Chico Buarque nos revela um cenário romântico das antigas comemorações do Carnaval europeu, em um clima de mistério propiciado pelo tradicional uso de máscaras. No trecho "<i>- Eu sou tão menina... / - Meu tempo passou... / - Eu sou Colombina! / - Eu sou Pierrô!</i>", Chico Buarque faz uso dos personagens Pierrot e Colombina (da <i>Commedia dell'arte</i> do Carnaval italiano), para retratar as <i>personas</i> (personalidade) dos dois indivíduos que dialogam durante a música.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="409" src="http://www.youtube.com/embed/n72vD9Wtt8Y" width="559"></iframe></div><div><br />
</div><div><br />
<b>Noite dos mascarados</b></div></div><div>(Composição: Chico Buarque)<br />
<br />
<span style="color: #b45f06;">"- Quem é você?</span><br />
<span style="color: #b45f06;">- Adivinha, se gosta de mim!</span><br />
<br />
<span style="color: #b45f06;">Hoje os dois mascarados</span><br />
<span style="color: #b45f06;">Procuram os seus namorados</span><br />
<span style="color: #b45f06;">Perguntando assim:</span><br />
<br />
<span style="color: #b45f06;">- Quem é você, diga logo...</span><br />
<span style="color: #b45f06;">- Que eu quero saber o seu jogo...</span><br />
<span style="color: #b45f06;">- Que eu quero morrer no seu bloco...</span><br />
<span style="color: #b45f06;">- Que eu quero me arder no seu fogo.</span><br />
<br />
<span style="color: #b45f06;">- Eu sou seresteiro,</span><br />
<span style="color: #b45f06;">Poeta e cantor.</span><br />
<span style="color: #b45f06;">- O meu tempo inteiro</span><br />
<span style="color: #b45f06;">Só zombo do amor.</span><br />
<span style="color: #b45f06;">- Eu tenho um pandeiro.</span><br />
<span style="color: #b45f06;">- Só quero um violão.</span><br />
<span style="color: #b45f06;">- Eu nado em dinheiro.</span><br />
<span style="color: #b45f06;">- Não tenho um tostão.</span><br />
<span style="color: #b45f06;">Fui porta-estandarte,</span><br />
<span style="color: #b45f06;">Não sei mais dançar.</span><br />
<span style="color: #b45f06;">- Eu, modéstia à parte,</span><br />
<span style="color: #b45f06;">Nasci pra sambar.</span><br />
<span style="color: #b45f06;">- Eu sou tão menina...</span><br />
<span style="color: #b45f06;">- Meu tempo passou...</span><br />
<span style="color: #b45f06;">- Eu sou Colombina!</span><br />
<span style="color: #b45f06;">- Eu sou Pierrô!</span><br />
<br />
<span style="color: #b45f06;">Mas é Carnaval!</span><br />
<span style="color: #b45f06;">Não me diga mais quem é você!</span><br />
<span style="color: #b45f06;">Amanhã tudo volta ao normal.</span><br />
<span style="color: #b45f06;">Deixa a festa acabar,</span><br />
<span style="color: #b45f06;">Deixa o barco correr.</span><br />
<br />
<span style="color: #b45f06;">Deixa o dia raiar, que hoje eu sou</span><br />
<span style="color: #b45f06;">Da maneira que você me quer.</span><br />
<span style="color: #b45f06;">O que você pedir eu lhe dou,</span><br />
<span style="color: #b45f06;">Seja você quem for,</span><br />
<span style="color: #b45f06;">Seja o que Deus quiser!</span><br />
<span style="color: #b45f06;">Seja você quem for,</span><br />
<span style="color: #b45f06;">Seja o que Deus quiser!"</span><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O <b>Corso carnavalesco</b>, ou simplesmente <i>Corso</i>, é o nome que os passeios das sociedades carnavalescas do século XIX adquiriram no início do século XX, no Rio de Janeiro, após uma tentativa de se reproduzir no Brasil as <i>"Batalhas de Flores"</i> (ou <i>"Batalhas de Confete"</i>), que foram inspiradas nas "<i>Batailles des Fleurs</i>" do carnaval de Nice, na França. (Assista ao vídeo da "<a href="http://vimeo.com/9712525" target="_blank"><i>Batailles des Fleurs</i></a>" no Carnaval de Nice, em 2010). A brincadeira do Corso consistia no desfile de carruagens enfeitadas (e, posteriormente, de automóveis sem capota) repletos de foliões que percorriam o eixo Avenida Central - Avenida Beira-Mar. Ao se cruzarem, os grupos fantasiados que ocupavam os veículos lançavam uns nos outros, confetes, serpentinas e esguichos de lança-perfume. (Dessa forma, o Corso era uma brincadeira exclusiva das elites, que possuíam veículos ou que podiam pagar seu aluguel durante o Carnaval).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi09CRcFzk71u-f49xtLbTKpM4g49TXCWzLuWjZ7GEngKeEFmFNeU_e-1X-a4TyMxz8MDw_l7h_XJ1MXmcsQtXGsq6qwNsw0XZpq1DV6zQsQ-1_7qP0P3YKEefhNpRglyUkwPeFXWS5Apeb/s1600/Corso-2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="305" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi09CRcFzk71u-f49xtLbTKpM4g49TXCWzLuWjZ7GEngKeEFmFNeU_e-1X-a4TyMxz8MDw_l7h_XJ1MXmcsQtXGsq6qwNsw0XZpq1DV6zQsQ-1_7qP0P3YKEefhNpRglyUkwPeFXWS5Apeb/s400/Corso-2.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(Corso carnavalesco realizado em 1928, em frente a Grande Fábrica de Refrescos,</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">de Ítalo Ferrari, em Ourinhos, São Paulo - Fonte: <a href="http://www.autoclassic.com.br/autoclassic2/?p=10587" target="_blank">Autoclassic</a>)</div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Segundo esclarece a jornalista e pesquisadora do Carnaval carioca Eneida de Moraes, em seu livro "<i>História do Carnaval Carioca</i>", a popularização dos automóveis teria afastado os foliões das classes alta e média e, nos anos 1940, o Corso acabaria desaparecendo de vez. Luiz Felipe Ferreira, em "<i>O Livro de Ouro do Carnaval Brasileiro</i>", sugere que o surgimento de bailes exclusivos para elite (como o famoso Baile do Municipal no Rio de Janeiro, após a organização do carnaval carioca em 1932, teve papel determinante na decadência do Corso).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTpLSZQ3qmveVUdpNNI0x5cAlTXFHVgWUCfX97w8uvsO6DauwlL9GIJaMS1g0pWTZdV2g1QfcURVmR79ZHYcxQuCVLVW80SSw61pkRAgb2wPbTjfmTD1sudvPTeBltczPumvpY1PAXhy0-/s1600/Carnaval_de_Nice_2010_Bataille_de_Fleurs89.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTpLSZQ3qmveVUdpNNI0x5cAlTXFHVgWUCfX97w8uvsO6DauwlL9GIJaMS1g0pWTZdV2g1QfcURVmR79ZHYcxQuCVLVW80SSw61pkRAgb2wPbTjfmTD1sudvPTeBltczPumvpY1PAXhy0-/s400/Carnaval_de_Nice_2010_Bataille_de_Fleurs89.jpg" width="400" /></a></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(<span style="text-align: justify;">"</span><i style="text-align: justify;">Batailles des Fleurs</i><span style="text-align: justify;">" do carnaval de Nice, França, 2010 - Fonte: Internet)</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="text-align: justify;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="text-align: justify;"><br />
</span></div></div></div><div style="text-align: justify;">A tradição de se queimar o "<i>temor do inverno</i>" também foi adicionada à nossa cultura, trazida para a América Latina pelos portugueses e espanhóis. A<i> Malhação de <a href="http://www.blogger.com/goog_75006005">Judas</a><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Judas_Iscariotes" target="_blank"> (Iscariotes)</a></i> durante o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A1bado_de_Aleluia" target="_blank">Sábado de Aleluia</a> adquiriu diversas formas nos países católicos que mantiveram a celebração. Iniciada com intento religioso, com o decorrer dos anos a prática diversificou as personalidades a serem queimadas, conservando a simbologia. A variação da data do Carnaval no calendário se deve justamente à ligação direta com a Páscoa (no hemisfério sul, a celebração ocorre sempre no primeiro domingo após a primeira lua cheia do outono. Determinada a data do feriado cristão, basta retroceder 46 dias no calendário - 40 dias da Quaresma mais seis dias da Semana Santa - para se chegar à data da Quarta-Feira de Cinzas).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju5KSdZb8rHD-3TUhT6cTwRtZTW5NDAHu_SbMn3Cq4HndK9j5HQx7q0WgIS94dLCgk2OU8xeaC0TkTsyd2XmbzWD3kaFhRrA-HeEWhgYdhUJQAl83wLVtxtjzIZ8jQf89M1uRpthvv6dAi/s1600/100415brasilia50_f_032.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="248" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju5KSdZb8rHD-3TUhT6cTwRtZTW5NDAHu_SbMn3Cq4HndK9j5HQx7q0WgIS94dLCgk2OU8xeaC0TkTsyd2XmbzWD3kaFhRrA-HeEWhgYdhUJQAl83wLVtxtjzIZ8jQf89M1uRpthvv6dAi/s400/100415brasilia50_f_032.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(<i>Malhação de Judas</i> com o boneco do então presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek,</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">realizada no <i>Sábado de Aleluia</i>, no bairro do Brás, em São Paulo -</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Março de 1959 - Fonte: Arquivo UOL)</div><div><div style="text-align: center;"><div style="text-align: justify;"><span style="color: #202020; font-family: Arial, Tahoma, Verdana;"><span style="font-size: 12px; line-height: 18px;"><br />
</span></span></div></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div><span style="font-size: large;"><b>O Cortejo de Maracatu e a história do Brasil</b></span><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ainda que a cultura brasileira tenha integrado personagens carnavalescos oriundos da matriz européia (<i>Pierrot, Arlequim, Colombina, Clóvis - </i>corruptela de "<i>clown</i>", <i>palhaço -</i><i> Rei Momo </i>e <i>Rainha do Carnaval</i>), todas essas entidades folclóricas, ao adentrarem outro universo cultural, tornaram-se parte de nosso processo de bricolagem cultural. Talvez o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Maracatu_Na%C3%A7%C3%A3o" target="_blank">Cortejo de Maracatu</a> seja o mais interessante tradutor do processo de construção da mitopoética brasileira. Dentro da esfera do folclore (<i>folk:</i> povo; <i>lore</i>: conhecimento; sendo assim, <i>o conhecimento de um povo</i>) o Cortejo trabalha pela memória do processo colonizatório europeu no Brasil, refletindo as antigas cortes africanas que, ao serem conquistadas e vendidas como escravas trouxeram suas raízes e mantiveram seus títulos de nobreza para o Brasil. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A partir do século XVIII surgem no estado de Pernambuco os Maracatus de <i>Baque Virado</i> ou Maracatus de <i><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Maracatu_Na%C3%A7%C3%A3o" target="_blank">Nação Africana</a></i>. (O Maracatu é um ritmo musical com dança típico da região pernambucana, que reúne uma interessante mistura de elementos culturais afro-brasileiros, indígenas e europeus. Acompanhado por uma banda com instrumentos de percussão - tambores, caixas, taróis e ganzás - e com forte característica religiosa, os dançarinos do Cortejo representam cada qual um personagem mítico). São eles:<br />
<br />
<div><b>1.</b> <b>Porta-estandarte</b>, que leva o estandarte; este contém, basicamente, o nome da agremiação, uma figura que o represente e o ano que foi criada;</div><div><b style="font-weight: bold;">2.</b> <b>Dama do paço</b>, mulher que leva em uma das mãos a <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Calunga_(boneca)" target="_blank">Calunga</a> (boneca de madeira, ricamente vestida e que simboliza uma entidade ou rainha já morta);</div><div><b style="font-weight: bold;">3. </b><b>Rei e rainha</b>, as figuras mais importantes do cortejo, e é por sua coroação que tudo é feito;</div><div><b style="font-weight: bold;">4. </b><b>Vassalo</b>, um escravo que leva o Palio (guarda-sol que protege os reis);</div><div><b style="font-weight: bold;">5. </b><b>Figuras da corte</b>: príncipes, ministros, embaixadores, e outras figuras da corte;</div><div><b style="font-weight: bold;">6.</b> <b>Damas da corte</b>, senhoras ricas que não possuem título nobiliárquicos;</div><div><b style="font-weight: bold;">7.</b> <i><b>Yabás</b></i>, mais conhecidas como baianas, que são escravas;</div><div><b style="font-weight: bold;">8. </b><b>Batuqueiros</b>, que animam o cortejo, tocando vários instrumentos, como caixas de guerra, alfaias (tambores), gonguê, xequerês e maracás.</div><div style="text-align: -webkit-auto;"><br />
</div><div style="text-align: -webkit-auto;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdhVErEOuenemjcArlrG6nb6KW-hToIe-w8RRdSKWCHctrU_651fzN7dOEckrpTKOYYKfUMST6Ooy0bS3hMKsgAC8krGUTAWOE_1E82Tsz9KbjLY1vdftgP_aRld1qH1LLF25RpIYMhG9m/s1600/semelhanca-maracatu.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdhVErEOuenemjcArlrG6nb6KW-hToIe-w8RRdSKWCHctrU_651fzN7dOEckrpTKOYYKfUMST6Ooy0bS3hMKsgAC8krGUTAWOE_1E82Tsz9KbjLY1vdftgP_aRld1qH1LLF25RpIYMhG9m/s1600/semelhanca-maracatu.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(Algumas semelhanças de construção da cena dos rituais religiosos africanos e do Cortejo de Maracatu nordestino: <b>1.</b> Orixás do Candomblé - Autor: Carybé - Fonte: Internet;</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b>2.</b> Cortejo de Maracatu em Olinda, Pernambuco - Fonte: Internet)</div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Um dos integrantes do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Maracatu_Rural" target="_blank">Maracatu rural</a> do Carnaval pernambucano é o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Caboclo_de_lan%C3%A7a" target="_blank">Caboclo de Lança</a>, conhecido também como <i>lanceiro africano</i>. Ele teria sido o <i>"caboclo de guiada"</i> (o guerreiro de Ogum, no <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ogum" target="_blank">Candomblé</a>). </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNx85kaiVQ3kR0GuZ9r86MLS8XmlZAVtWTlfgDDVaFwAaSNs9jQpTGfcRyBENGqdVWQcsvj0iG5tpPswIRiDrJS0cei4ATD-6xgRo2xVcSbrhztVVAgZDUscGvZPkDybGz_QkfL7-MRvjC/s1600/caboclo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br class="Apple-interchange-newline" /><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNx85kaiVQ3kR0GuZ9r86MLS8XmlZAVtWTlfgDDVaFwAaSNs9jQpTGfcRyBENGqdVWQcsvj0iG5tpPswIRiDrJS0cei4ATD-6xgRo2xVcSbrhztVVAgZDUscGvZPkDybGz_QkfL7-MRvjC/s640/caboclo.jpg" width="468" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(Acima, integrante de uma tribo do sul da Etiópia, na África Oriental - Foto: Hans Silvester;</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">abaixo, Caboclo de Lança, um dos personagens tradicionais do Maracatu rural no</div><div class="separator" style="clear: both;"></div><div><div style="text-align: center;">Carnaval pernambucano - Foto: Silvinha Rangel)</div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">O fotógrafo Hans Silvester, conhecido por seu livro <i>"Natural Fashion – Tribal Decoration from Africa"</i> (Editora Thames & Hudson, 2008) registrou algumas tribos africanas com as quais conviveu durante seis anos. É possível compreender como a estética do personagem folclórico brasileiro Caboclo de Lança foi sendo construída ao longo dos séculos, se observarmos a forte influência do universo cultural africano durante o processo de colonização do Brasil. Foram diversos grupos étnicos que forçosamente atravessaram o Atlântico, trazendo cada qual sua crença e estrutura identitária, participando ativamente do processo de construção da mitopoética brasileira. Segundo Lévi-Strauss, <i>"a mitopoética se origina, (...) em uma espécie de noûs poiétikos, ou de imaginação transcendental. Logo, a mitopoética consiste na elaboração de um conjunto a partir de resíduos e fragmentos de acontecimentos, testemunhas fósseis da história de um indivíduo ou de uma sociedade; é uma espécie de bricolagem intelectual; e a bricolagem é o modus operandi da mitopoética."</i></div></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br />
</div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibvuiyvzIR-ZOLJ1Ef_Nl8xiTb0ktK3wjuYIDi6u3EFEdxt9MNuSLKIKRYxC6ogX-c2uaQzd6w75vf5bob12VQVia_iny4aQEfKTWz_8EEv1mJ-BcKE7dRJNBIKPtxrX8WTKMLFCTR0Xrh/s1600/8df1da78f210eacb4e3f0f8fba4a96da235.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="367" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibvuiyvzIR-ZOLJ1Ef_Nl8xiTb0ktK3wjuYIDi6u3EFEdxt9MNuSLKIKRYxC6ogX-c2uaQzd6w75vf5bob12VQVia_iny4aQEfKTWz_8EEv1mJ-BcKE7dRJNBIKPtxrX8WTKMLFCTR0Xrh/s400/8df1da78f210eacb4e3f0f8fba4a96da235.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(<i>Caboclo de Lança</i> do Carnaval pernambucano - Fonte: O Nordeste)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div>As imagens abaixo trazem vestimentas adornadas que são utilizadas em rituais sagrados em regiões da Angola e por povos de língua Iorubá (Nigéria, Benin, Togo, Serra Leoa e República Dominicana). Se compararmos com o Caboclo de Lança (foto acima), poderemos observar alguma similaridade estética entre as peças de referência, o que ratifica nosso sincretismo cultural.<br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6Tgja0tesfj84lqJETkbsmkLJBvQRDgH_Gv2mV9SYXgrrU8Y0Xz4lZTAmEjC9Hiy4wXWO5QSc-Irov3andkl3j7vspqP44uVI5-2PuQcdAZoAMfN5AfZXc0UysNfoTWJdfpsl_2_I1xen/s1600/carnaval-recife-sincretismo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6Tgja0tesfj84lqJETkbsmkLJBvQRDgH_Gv2mV9SYXgrrU8Y0Xz4lZTAmEjC9Hiy4wXWO5QSc-Irov3andkl3j7vspqP44uVI5-2PuQcdAZoAMfN5AfZXc0UysNfoTWJdfpsl_2_I1xen/s1600/carnaval-recife-sincretismo.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;">(<b>1.</b> Traje de <i>Egum</i>, ou <i>Egun</i>, da mitologia Iorubá. O termo "<i>Egum</i>" é utilizado no Candomblé e significa "alma" ou espírito de qualquer pessoa falecida iniciada ou não - Fonte: Internet; </div><div style="text-align: center;"><b>2.</b> Vestimentas de <i>Babá Egum</i>, adornados com miçangas, búzios e espelhos costurados aos tecidos - Fonte: Catálogo do Museu Afro Brasil, Parque do Ibirapuera, São Paulo;</div><div><div><div style="text-align: center;"><b>3. </b><i>Kaviungo</i> ou <i>Kavungo</i>, entidade angolana responsável pela saúde. O <i>Kavungo </i>é intimamente ligado à morte e sua saudação é: "<i>Tateto Mateba Sakula Oiza - Dixibe</i>", que significa "<i>O Pai da Ráfia Está Chegando - Silêncio</i>" - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div></div></div></div><div style="text-align: center;"><br />
</div></div><div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: -webkit-auto;"><div><div style="text-align: justify;">Composta por Chico Buarque e Francis Hime em 1984, a letra de <i>"Vai passar" </i>foi um samba-enredo de versos libertários que abordavam, de modo alegórico, o fim da Ditadura Militar no Brasil. Entretanto, os versos de <i>"Vai passar"</i> também podem ser interpretados através da memória do processo colonizatório europeu. O<i> "carnaval"</i> cantado por Chico nos remeteria a um tempo-espaço em que a população se liberta de todas as repressões assumindo, nas máscaras, a sua verdadeira identidade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div></div><div style="text-align: -webkit-auto;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="405" src="http://www.youtube.com/embed/bjk0iIWqFzc" width="554"></iframe><br />
<br />
<br />
<b>Vai passar</b><br />
(Composição: Chico Buarque e Francis Hime)<br />
<br />
<span style="color: #b45f06;">"Vai passar nessa avenida um samba popular<br />
Cada paralelepípedo da velha cidade essa noite vai se arrepiar<br />
Ao lembrar que aqui passaram sambas imortais<br />
Que aqui sangraram pelos nossos pés<br />
Que aqui sambaram nossos ancestrais</span></div><div style="text-align: -webkit-auto;"><span style="color: #b45f06;"><br />
Num tempo página infeliz da nossa história,<br />
passagem desbotada na memória<br />
Das nossas novas gerações<br />
Dormia a nossa pátria mãe tão distraída<br />
sem perceber que era subtraída<br />
Em tenebrosas transações</span></div><div style="text-align: -webkit-auto;"><span style="color: #b45f06;"><br />
Seus filhos erravam cegos pelo continente,<br />
levavam pedras feito penitentes<br />
Erguendo estranhas catedrais<br />
E um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria fugaz<br />
Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval,<br />
o carnaval, o carnaval</span></div><div style="text-align: -webkit-auto;"><span style="color: #b45f06;"><br />
Vai passar, palmas pra ala dos barões famintos<br />
O bloco dos napoleões retintos<br />
e os pigmeus do boulevard<br />
Meu Deus, vem olhar, vem ver de perto uma cidade a cantar<br />
A evolução da liberdade até o dia clarear</span></div><div style="text-align: -webkit-auto;"><br />
<span style="color: #b45f06;">Ai que vida boa, ô lerê,</span><br />
<span style="color: #b45f06;">ai que vida boa, ô lará</span><br />
<span style="color: #b45f06;">O estandarte do sanatório geral vai passar</span><br />
<span style="color: #b45f06;">Ai que vida boa, ô lerê,</span><br />
<span style="color: #b45f06;">ai que vida boa, ô lará</span><br />
<span style="color: #b45f06;">O estandarte do sanatório geral... vai passar"</span></div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><br />
<span style="color: #999999; text-align: justify;">-------------------------</span> <br />
<span style="text-align: justify;">Fontes:</span><br />
<i>(1) ARAÚJO, Hiram da Costa. Carnaval: seis milênios de história, Gryphus, Rio de Janeiro, 2002.<br />
<br />
(2) "Commedia dell'arte" (www.wikipedia.org/Commedia dell'arte)</i><br />
<i><br />
</i><i> (3) "Zé Pereira" (www.wikipedia.org/Ze_Pereira)<br />
<br />
(4) FERNANDES, Nelson da Nóbrega. O Carnaval e a modernização do Rio de Janeiro. Revista Geo-paisagem. Ano 2, nº 4, 2003, ISSN Nº 1677-650 X)</i></div>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-47956819155333889362011-12-09T17:19:00.626-02:002012-02-25T19:14:16.810-02:00A origem do Natal<div style="text-align: justify;">A palavra "<i>Natal</i>" advém do latim (<i>nātālis</i>), derivada do verbo <i>nāscor</i> (<i>nāsceris, </i>nascer). "Christmas", por sua vez, provém do inglês, evoluído de <i>Christes maesse</i> (<i>Christ’s mass</i>, missa de Cristo). A tradição de celebrarmos o Natal em 25 de Dezembro e todo o simbolismo desta festividade remonta a milênios. Sua data é indefinida, porém há relatos históricos de que as comemorações antecedem de 2 a 4 mil anos o nascimento de Jesus. Durante a desintegração do Império Romano, muitos povos "bárbaros" que chegaram à Europa trouxeram consigo uma série de tradições que definiam a sua própria identidade religiosa.</div><br />
<div style="text-align: justify;">Nesse mesmo período, a expansão do cristianismo foi marcada por uma série de adaptações, de modo que as divindades, festas e mitos das religiões - até então <i>pagãs</i> - foram incorporados ao universo cristão. (Convém lembrar que o termo <i>bárbaro</i> remete a uma sociedade vista como <i>não civilizada</i>. De origem grega - <i style="background-color: white; font-family: sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px; text-align: -webkit-auto;">βάρβαρος </i>- <i>bárbaro</i> significa "<i>não grego</i>". Ou seja, esta era uma expressão para designar os povos "estrangeiros", ou seja, quem não era grego e cuja língua materna não era o idioma grego). <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Campbell" target="_blank">Joseph Campbell</a>, em entrevista ao jornalista norte-americano Bill Moyers publicada em "<i>O Poder do Mito</i>" (Editora Palas Athena, 1990) esclarece que "<i>toda mitologia cresceu numa certa sociedade, num campo delimitado. Então, quando as mitologias se tornam muitas, entram em colisão e em relação, e se amalgamam, e assim surge uma outra mitologia, mais complexa</i>. (...) <i>A característica dos povos imperialistas é ver o seu deus local promovido a senhor de todo o universo. As demais divindades deixam de contar. E o meio de conseguir isso é aniquilar o deus ou deusa que estava aí antes</i>."</div><div><br />
</div><div><div style="text-align: justify;">Uma das origens do Natal é <i>Zagmuk</i>, um antigo festival na Mesopotâmia que simbolizava a passagem de um ano para outro, geralmente durava 12 dias. Segundo <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Morris_Jastrow,_Jr." target="_blank">Morris Jastrow</a>, um pesquisador de estudos relacionados às sociedades orientais declarou em 1896 para o<i> Jornal Americano de Linguagem Semiótica e Literatura</i>, que no início do mês de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Nissan_(m%C3%AAs)" target="_blank">Nisan</a> os babilônios celebravam o festival de <i>Zagmuk</i> com sacrifícios e oferendas. Passando pelas principais ruas da Babilônia eles carregavam <i>Marduk</i>, sua esposa e filho, entre outros deuses. </div></div><div><br />
</div><div><br />
</div><div><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNOXZyCrBZWpxx3N2F5CCHt_K-YvLnzkMPEbbNKwuz9BIZLr_SedTcaqq2Ge26hgm6E3-TDjfO5YZk5FcQJO5Qo0hnJXcr8hgMBKSAwpFJnBI-7tyMQuwCI3gvV39N33zWShYBBmqh9q_N/s1600/Marduk_and_pet.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNOXZyCrBZWpxx3N2F5CCHt_K-YvLnzkMPEbbNKwuz9BIZLr_SedTcaqq2Ge26hgm6E3-TDjfO5YZk5FcQJO5Qo0hnJXcr8hgMBKSAwpFJnBI-7tyMQuwCI3gvV39N33zWShYBBmqh9q_N/s640/Marduk_and_pet.jpg" width="363" /></a></div><div style="text-align: center;">(<i>Marduk</i> e seu dragão <i>Mušḫuššu</i> - clique para ampliar - Fonte: Wikipedia)</div><div><br />
</div><div><br />
</div><div style="text-align: -webkit-auto;"><div style="text-align: justify;">Devido ao <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Solst%C3%ADcio_de_inverno" target="_blank">solstício de inverno</a>, a lenda dizia que o rei deveria morrer ao lado de <i>Marduk</i>, para ajudá-lo na batalha contra os <i>monstros do caos</i> (a escuridão). Entretanto, para poupar o rei, um criminoso era vestido com suas roupas e tratado com todos os privilégios do monarca para então ser morto e levar consigo todos os pecados do povo. Jany Canela, mestre em educação e graduada em História pela Universidade de São Paulo, comenta que "<i>os povos antigos sempre realizaram festas de celebração em deferência aos marcos de transição da natureza, como as estações ou períodos representativos de mudanças importantes, entre eles o solstício (em dezembro) e o equinócio (em março).</i>" </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Um ritual semelhante, conhecido como <i>Sacae</i> (versão latinizada do iraniano arcaico, <i>Sakā</i>), também era realizado pelos persas e babilônios. Sob os mesmos pilares da luta contra a escuridão, a versão também contava com escravos tomando lugar de seus mestres. Jany nos diz que nossa tradição de celebrar o Natal à meia-noite possivelmente remonta a estes rituais pagãos: "<i>Por conta da relação luz/escuridão trazida pela simbologia do solstício, a teoria mais difundida sobre o Natal associa a data a esse período, em que alguns povos passavam a noite em vigília com tochas acesas para garantir que o sol nascesse e imperasse sobre a escuridão</i>", diz a historiadora.</div><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg44lEyA6nVKEK05LsKaYXJR5V486sVTw9vi1EtBGKzatzS8VSk0dOpcN6QCYAKT_8SPZV6XEuW9b-Q1sVxhBzhpJbugqwEluNL9P5ZEfKabvHbrWi52v_BXJqeF-dCjVHIjM2nsgLReRVs/s1600/PazyrikHorseman.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg44lEyA6nVKEK05LsKaYXJR5V486sVTw9vi1EtBGKzatzS8VSk0dOpcN6QCYAKT_8SPZV6XEuW9b-Q1sVxhBzhpJbugqwEluNL9P5ZEfKabvHbrWi52v_BXJqeF-dCjVHIjM2nsgLReRVs/s640/PazyrikHorseman.JPG" width="480" /></a></div><div style="text-align: center;">(Inscrição de um cavaleiro Pazyryk - povo nômade que viveu na Rússia siberiana -</div><div style="text-align: center;">durante o ritual <i>Sacae</i>, cerca de 300 a.C. - Fonte: <a href="http://www.waa.ox.ac.uk/XDB/tours/nomads6.asp" target="_blank">The World of Ancient Art</a>)</div><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj88f9KhPt_3dJgKr-Z5PF-G7QpzDa-A98zjVLm-YjxYIdS-a-eXMLsSOioiTr4aMkDfD09dvQgJ4BuBAZpO_ugmGKgEMYP9rjiQsvzozUzyv21yC4Ov6J-iHNvL4ldUb-hRLO-VrlRTOLe/s1600/Golden_man2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj88f9KhPt_3dJgKr-Z5PF-G7QpzDa-A98zjVLm-YjxYIdS-a-eXMLsSOioiTr4aMkDfD09dvQgJ4BuBAZpO_ugmGKgEMYP9rjiQsvzozUzyv21yC4Ov6J-iHNvL4ldUb-hRLO-VrlRTOLe/s1600/Golden_man2.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;">(Vestimenta dos guerreiros - <i>Homens Dourados</i> - encontrada às margens do Lago Issyk Kol, no <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Quirguist%C3%A3o" target="_blank">Quirguistão</a>, na Ásia Central. O traje era usado no ritual <i>Sacae</i>,</div><div style="text-align: center;">e data do século V a.C. - Fonte: <a href="http://www.theorientalcaravan.com/" target="_blank">The Oriental Caravan</a>)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A Grécia antiga também incorporou os rituais estabelecidos pelos mesopotâmios ao celebrar a luta de Zeus contra o titã Cronos. O costume alcançou os romanos, que passaram a realizar a <i>Saturnalia</i> (em homenagem a Saturno). A festa iniciava em meados de Dezembro e decorria até o início de Janeiro. Mas outros cultos existiam também, como é o caso do deus Apolo, considerado como "<i>Sol invicto</i>" (<i>Sol Invictus</i>), ou ainda de <i>Mitra</i>, adorado como Deus-Sol. Este último, muito popular entre o exército romano, era celebrado nos dias 24 e 25 de Dezembro, data que, segundo a lenda, correspondia ao nascimento da divindade. Em 273, o Imperador Aureliano estabeleceu o dia do nascimento do Sol em 25 de Dezembro: <i><a href="http://ancienthistory.about.com/od/holidaysfestivals/a/solsticeceleb_4.htm" target="_blank">Natalis Solis Invicti </a></i>(do latim, "<i>nascimento do Sol invencível</i>"). Neste dia não havia trabalho nem aulas. Eram realizadas festas nas ruas e grandes jantares com amigos. As árvores eram ornamentadas com galhos de loureiros e iluminadas por muitas velas para espantar os maus espíritos da escuridão.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihl05kcvZdZ73DOMs0gfrMRoXPc_V2B3i-8IHf6oBkdphv5cCHGrubYc7Brd_B43l998kBe7wrPIOJCEuFpfdQ3fk7BVt0yavufECQjf8MFrBVAMSbLKtngK7w9py14mu76GgZTZkpXcIF/s1600/Antoninianus-Aurelianus-Palmyra-s3262.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="191" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihl05kcvZdZ73DOMs0gfrMRoXPc_V2B3i-8IHf6oBkdphv5cCHGrubYc7Brd_B43l998kBe7wrPIOJCEuFpfdQ3fk7BVt0yavufECQjf8MFrBVAMSbLKtngK7w9py14mu76GgZTZkpXcIF/s400/Antoninianus-Aurelianus-Palmyra-s3262.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(O imperador Aureliano e sua coroa, moeda de bronze prateado,</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">por volta de 274 - Fonte: <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Sol_Invictus">Wikipedia</a>)</div><br />
</div></div><div style="text-align: -webkit-auto;"><div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É somente durante o século IV, com a conversão do imperador Constantino ao catolicismo que o nascimento de Cristo começa a ser celebrado pelos cristãos (até aí a sua principal festa era a Páscoa) mas no dia 6 de Janeiro, com a <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Epifania" target="_blank">Epifania</a>. (Do verbo grego <i>epiphaino: </i>mostrar), a palavra epifania significa aparição, manifestação. A alteração das datas comemorativas foi realizada pelo <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Greg%C3%B3rio_XIII" target="_blank">Papa Gregório XIII</a> (responsável pelo vigente <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Calend%C3%A1rio_gregoriano" target="_blank">calendário gregoriano</a>). </div><div><br />
<br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><b>Presépio</b></span><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Etimologicamente a palavra <i>presépio</i> provém do latim (<i>praesepium</i>; <i>prae</i>: à frente; <i>saepes</i>: fechado, cercado). Durante o século XVI foram introduzidos nas igrejas os primeiros presépios em escala reduzida. Seu surgimento foi motivado por representações plásticas e teatrais. A primeira, situa-se no final do século IV, surgida com Santa Helena, mãe do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Constantino_I" target="_blank">Imperador Constantino</a>; da segunda, a teatral, os registros mais antigos que se tem conhecimento datam do ano de 1223, com Francisco de Assis. Ele teria reproduzido um "presépio vivo" com personagens e animais em sua igreja em <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Greccio" target="_blank">Greccio</a>, na Itália. Os personagens reais que realizaram a encenação eram habitantes da própria aldeia, tradição que disseminou-se rapidamente.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5PPyvFBS3JluKLyWWe_BIeGUSB4Eu7OpTqYYFhnQhX9K6oSlRx9J7OFkn2-EQhy8L9Nb-vP3_WvWmu3yxhoZEklAQOZBSALK3idC2HclTlsh0S6uGkRIxkKilLMf8zcP3hy3c7wMAsJAM/s1600/Presepio+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5PPyvFBS3JluKLyWWe_BIeGUSB4Eu7OpTqYYFhnQhX9K6oSlRx9J7OFkn2-EQhy8L9Nb-vP3_WvWmu3yxhoZEklAQOZBSALK3idC2HclTlsh0S6uGkRIxkKilLMf8zcP3hy3c7wMAsJAM/s400/Presepio+2.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Presépio natalino, costume católico em que se reúne pequenos personagens moldados</div><div style="text-align: center;">em massa e faz referência à mitologia cristã - Fonte: Internet)</div><br />
<br />
Alguns anos depois, por volta de 1803, os habitantes de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Proven%C3%A7a" target="_blank">Provença</a> começaram a reproduzir os personagens folclóricos do presépio em massa de modelar, conhecidos como <i>santons. </i>O livro "<i><a href="http://www.bertrand.pt/ficha/le-petit-monde-des-santons-de-provence?id=9435881" target="_blank">Le petit monde du santons de Provence</a></i>" ("<i>O pequeno mundo dos santinhos de Provença"</i>), de Laurent Giradou e publicado por Equinoxe em 2010 possui cerca de 130 páginas com registros da coleção de santos confeccionados por Gilbert Orsini, um dos mais conhecidos mestres artesãos).<br />
<br />
(Curiosamente, termo bastante similar ao <i>praesepium, </i>o <i>Praesepe - </i>como também é conhecido o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Praesepe" target="_blank">Messier 44</a> - é um aglomerado estelar aberto localizado na constelação de Câncer, considerado um dos mais próximos <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Aglomerado_estelar">aglomerados estelares</a>. Por ser visível a olho nu, o M-44, também conhecido como o Aglomerado do Presépio é conhecido desde a Antiguidade).</div></div></div></div><div><div><br />
<span style="font-size: large;"><b><br />
</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><b>Árvore</b></span><br />
<br />
<div style="text-align: -webkit-auto;"><div style="text-align: justify;">Na Idade Média, árvores enfeitadas faziam parte de todas as grandes festas – por exemplo, das <a href="http://www.cnfcp.gov.br/tesauro/00001869.htm" target="_blank">festas da cumeeira</a> (tradição adotada também no Brasil, durante o colonização européia). A primeira menção do uso de pinheiros na ornamentação das festas natalinas data de documentos de 1419. Nas vésperas do solstício de inverno, os povos pagãos da região dos <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADses_b%C3%A1lticos" target="_blank">países bálticos</a> (nordeste europeu) cortavam pinheiros e os levavam para seus lares, enfeitando-os para que, depois da queda das folhas no inverno, os espíritos das árvores retornassem. Entre os egípcios, o cedro se associava a <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Os%C3%ADris" target="_blank">Osíris</a>. Os gregos ligavam o loureiro a <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Apolo" target="_blank">Apolo</a>, o abeto a <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81tis" target="_blank">Átis</a>, a azinheira a <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Zeus" target="_blank">Zeus</a>. Já os germânicos colocavam presente para as crianças sob o carvalho sagrado de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Odin" target="_blank">Odin</a>.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBg1e7D21MhvLktgo8yzEsQ9Q2GhJCSejI2PcC9fIEyDxcuPW7_O7xadIVhCyMm0smELgMHZjmzoNV052qRdnrRiqt3ZDmUz22i2F1AZP2fp4mAoGbcoIhkWie8FaV0FA8op84OUznq1Ke/s1600/SaoBonifacio04.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBg1e7D21MhvLktgo8yzEsQ9Q2GhJCSejI2PcC9fIEyDxcuPW7_O7xadIVhCyMm0smELgMHZjmzoNV052qRdnrRiqt3ZDmUz22i2F1AZP2fp4mAoGbcoIhkWie8FaV0FA8op84OUznq1Ke/s1600/SaoBonifacio04.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;">(Winfried, rebatizado <i>São Bonifácio</i> pelo papa Gregório II, venerado pela</div><div style="text-align: center;">Alemanha católica, da qual é patrono - Fonte: <a href="http://heroismedievais.blogspot.com/2011/02/sao-bonifacio-monge-intrepido-que.html" target="_blank">Heróis Medievais</a>)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A tradição de adornar a árvore durante o solstício de inverno foi mantida ao longos dos séculos na Europa. A árvore de Natal tal qual a conhecemos atualmente teve origem na Alemanha, por volta do século XVI. Na tentativa de acabar com a crença dos povos pagãos, no início do século XVIII, o monge <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_de_S%C3%A3o_Bento" target="_blank">beneditino</a> <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Bonif%C3%A1cio" target="_blank">São Bonifácio</a>, cortou um pinheiro sagrado que os locais adoravam no alto de um monte. Sem sucesso na erradicação da crença, São Bonifácio decidiu então associar o formato triangular do pinheiro à <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sant%C3%ADssima_Trindade" target="_blank">Santíssima Trindade</a> e suas folhas resistentes e perenes à eternidade de Jesus. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3uhl-fSv-6xzR9ECxSnBqQ8C5jl87jV90OSoW3gC3lULGwNIazXEmN2lMg0A3WntxHS6EEDUulaugGWykua3KfnPyRdODQMyHmtfncic6tAbjbV0ORerSpLq2so5DASXyHjAGiT5SZQxe/s1600/Lucas_Cranach_d._%25C3%2584._001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3uhl-fSv-6xzR9ECxSnBqQ8C5jl87jV90OSoW3gC3lULGwNIazXEmN2lMg0A3WntxHS6EEDUulaugGWykua3KfnPyRdODQMyHmtfncic6tAbjbV0ORerSpLq2so5DASXyHjAGiT5SZQxe/s640/Lucas_Cranach_d._%25C3%2584._001.jpg" width="432" /></a></div><div style="text-align: center;">("<i>Adão e Eva</i>", óleo sobre tela de Lucas Cranach, 1526 -<br />
clique para ampliar - Fonte: Wikipedia)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div><div style="text-align: justify;">A etnóloga Christel Köhle-Hetzinger, da Universidade de Jena, na Alemanha, conhece uma série de histórias que tentam explicar a origem da tradição medieval: "<i>Sabe-se também que árvores verdes eram postas nas igrejas na época de Natal. Era, sem dúvida, uma alusão à árvore do paraíso, que desempenha um papel próprio em toda a liturgia cristã. Ou seja, uma árvore cristã da vida. Como na história de Adão e Eva</i>." O teólogo Fernando Altermeyer, da PUC-SP, ratifica: <i>"No antigo calendário cristão, o dia 24 de dezembro era dedicado a Adão e Eva, cuja história costumava ser reencenada nas igrejas. O paraíso era representado plasticamente por uma árvore carregada de frutos, colocada no meio da cena teatral."</i></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><b><br />
</b></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><b>Guirlanda</b></span><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Na simbologia das formas, o círculo é associado ao ponto e ambos podem ser considerados como sinais supremos de perfeição, união e plenitude, representando o céu e a ordem cósmica na astrologia. Símbolo do movimento, como a roda e as habitações dos povos nômades (que dispunham os seus acampamentos também em forma de circulo protetor), o círculo também representa os movimentos cíclicos dos planetas nos horóscopos e no Zodíaco, à volta do Sol.</div><br />
<div><div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><br />
<div><div style="text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3nalyY4REqBpxYx_k52xNNs1M4JYL5z-jiNfMWfyznmbL96VgdqP_tzLxc3A8jsRPj2Zf7_tOSJ_5ZPIVhCEDEYxglhlh2xR4Rw1FR0oHqo75O2RA1MjO1iFugAhDHOppeqNKRTgbD2L2/s640/Codex+Buranus+%2528Carmina+Burana%2529+Wheel+of+Fortune+%2528Schicksalsrad%2529.jpg" /></div><div style="text-align: center;">(O elemento circular presente na Roda da Fortuna. A imagem acima é parte do Codex Buranus, uma ópera do século XX, de Carl Orff, que utilizava a métrica dos hinos católicos e melodias do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Canto_gregoriano" target="_blank">canto Gregoriano</a> - Fonte: <a href="http://hecatus.blogspot.com/" target="_blank">Hecatus</a>)</div></div></div></div><br />
<br />
<div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgroIk72POXKv01yYWLTsp9-KJD6lvrDr3Q3WLo0beM8eeH75jV9Vu4xG8QEenS2Stst4xkrbYn_lxhLVa1Ui0h4ICodcxyigQCSc1_WKMM_I5OBiSQR6Wk645_dGOx874jWGyTEnGYGy2B/s1600/guirlanda.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="377" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgroIk72POXKv01yYWLTsp9-KJD6lvrDr3Q3WLo0beM8eeH75jV9Vu4xG8QEenS2Stst4xkrbYn_lxhLVa1Ui0h4ICodcxyigQCSc1_WKMM_I5OBiSQR6Wk645_dGOx874jWGyTEnGYGy2B/s400/guirlanda.png" width="400" /></a></div><div><div style="text-align: center;">(Tradicional guirlanda de Natal - Fonte: Internet)</div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Consideradas simbolicamente como "<i>adornos de chamamento</i>", as guirlandas eram muito utilizadas nos solstícios de inverno como convite para que os Deuses viessem a morar em nossas casas durante o inverno, fazendo companhia e nos abençoando o lugar. Seu permaneceu durante a <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Roma_Antiga" target="_blank">Roma Antiga</a>: oferecer um ramo de planta significava um voto à saúde, proporcionando o costume de enrolar os ramos em uma coroa. </div></div><div><br />
</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_uEEoi3YMk1Gn1_h0pD7XUKkFdqJVNDI4pb8fn1QNiNpJAn-TZw3w20MY_wCP40sJF1WdjV25Bv61Rc8Qw61Fim6ifycnGUyhTbgO0CssJD3REUoU2oZ-vLUuSjdsineeMDWygFvZzf1W/s1600/0184.hollynew.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_uEEoi3YMk1Gn1_h0pD7XUKkFdqJVNDI4pb8fn1QNiNpJAn-TZw3w20MY_wCP40sJF1WdjV25Bv61Rc8Qw61Fim6ifycnGUyhTbgO0CssJD3REUoU2oZ-vLUuSjdsineeMDWygFvZzf1W/s400/0184.hollynew.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;"> (Arbustos utilizados para a confecção das guirlandas natalinas.<br />
Da esquerda para a direita: azevinho, visco branco e hera - Fonte: Internet)</div><br />
<br />
<div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3RHL9jBEqBEVUHFWTMm_mk0S55NTobXRJJ2m_xZ2ebNKxMSRoQ0-M6h1ASpaNH3Mm01bwO1eszyaF5WUYCx2Ko6rpqxuijezfbyavHA0l6MO6pVUl2CzvWjJUdAWS0f0oZohv41SzIUr_/s1600/tumblr_lrnuzuLwK91qdnodmo1_400.jpg"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3RHL9jBEqBEVUHFWTMm_mk0S55NTobXRJJ2m_xZ2ebNKxMSRoQ0-M6h1ASpaNH3Mm01bwO1eszyaF5WUYCx2Ko6rpqxuijezfbyavHA0l6MO6pVUl2CzvWjJUdAWS0f0oZohv41SzIUr_/s400/tumblr_lrnuzuLwK91qdnodmo1_400.jpg" width="332" /></a></div><div style="text-align: center;">(A Deusa <i>Frigga</i> e suas quatro escravas: </div><div style="text-align: center;"><i>Fulla, Gna, Hiln</i> e <i>Eir - </i>Fonte: Internet)</div><div><br />
</div><br />
<div style="text-align: justify;">O mais conhecido dos três arbustos é o azevinho; ele é composto de folhas verdes e frutos em tom vermelho vivo, que simbolicamente representam o aspecto masculino das divindades celtas e dizem ter o poder de repelir o mal. Já o visco branco têm folhas mais arredondadas e de textura macia. Os frutos brancos estão ligados ao aspecto feminino das divindades celtas, representando a imortalidade e fertilidade. Todos estes arbustos são ditos protetores, pois acreditavam que traziam boa sorte e proteção, e eram colocados nas portas para afastar os maus espíritos e o azar. (As bolas nas árvores de natal também simbolizavam o azevinho e o visco, já que a bola vermelha representa o fruto do azevinho e a bola branca o fruto do visco). Na mitologia escandinava, o azevinho representava <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Thor" target="_blank">Thor</a> e <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Freya" target="_blank">Freya</a> enquanto o visco representava a deusa do amor, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Frigga" target="_blank">Frigga</a> (imagem acima). É daí que advém o mito de que beijar a pessoa que se ama debaixo de uma guirlanda natalina trará um bom futuro. </div></div><div><br />
<br />
<div style="text-align: center;"><br />
</div></div></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><b>Sinos e estrela</b></span><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Sino, do latim <i>signum </i>(sinal), tem sua origem na China, por volta de 3000 a.C. Por sua criação anteceder a religião católica o sino, conhecido até então como um objeto pagão, foi adotado por monges missionários durante o século VI d.C., que o introduziram na Europa Central. Sua finalidade era a anunciação do Evangelho e o chamado do povo para a participação em Assembléias. Segundo Voltaire Schilling, ex-diretor do <a href="http://www.memorial.rs.gov.br/" target="_blank">Memorial do Rio Grande do Sul</a> e que leciona História há mais de 30 anos, conta que "<i>o dia-a-dia de toda a cristandade era regulado pelo bimbalho forte que saindo do alto da torre da igreja inundava tudo ao redor, invadindo os silêncios dos campos vizinhos e empinando até as orelhas dos bichos. O sino foi durante muito tempo o grito do medievo. Era o que fazia soar os alarmes, os socorros, lamentava as pestes e acompanhava pesaroso os enterros. Registrava também as alegrias da comunidade, o dia do padroeiro, o nascimento do príncipe, a boda da princesa ou uma festa do senhorio</i>." (1)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A partir do ano de 1600 a fabricação de sinos na Europa era considerada uma arte. Foi então introduzida a técnica de produzir certos timbres, notas e melodias. Foi a partir dessa data que, pela primeira vez, tornou-se possível fazer soar vários sinos simultaneamente, sem que fosse sentido uma dissonância musical. "<i>É importante dizer que o som de um bom sino é captado a quilômetros de distância de sua emissão. Por isso as guerras eram o inimigo número um deles. Com o desenvolvimento dos canhões no século XV, os campanários das igrejas eram as primeiras instalações a caírem nas mãos dos invasores e eram consideradas presas de guerra. Não só para evitar a transmissão de sinais, mas também para que seus sinos fossem transformados em canhões</i>." (2)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKcNzFRW-Pcuh1ip-w5JJ36zIc9xiHeB6YQjyDtpYI4reSHhC3AHpJW09fgvEYbkyu6gQbBSMs3qqjCk3tpKJS-h2IE_2N_nVmkfhmKZh5LGGETB9-YEZKX1xBLRlBQ5F1ZyvqSyq_Kka9/s1600/Mosaico+Gaspar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="307" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKcNzFRW-Pcuh1ip-w5JJ36zIc9xiHeB6YQjyDtpYI4reSHhC3AHpJW09fgvEYbkyu6gQbBSMs3qqjCk3tpKJS-h2IE_2N_nVmkfhmKZh5LGGETB9-YEZKX1xBLRlBQ5F1ZyvqSyq_Kka9/s400/Mosaico+Gaspar.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(<i>Gaspar, Baltasar</i> e <i>Melchior </i>em mosaico datado do século VI,</div><div style="text-align: center;"><a href="http://www.sacred-destinations.com/italy/ravenna-st-apollinare-nuovo" target="_blank">Basílica de Santo Apolinário Novo</a>, em Ravenna, Itália - clique para ampliar)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="background-color: white;"><br />
</div><div style="background-color: white;"><div><div style="text-align: justify;">Já a simbologia da estrela na celebração natalina advém da mitologia de que teria servido de "guia celeste" aos <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Tr%C3%AAs_Reis_Magos" target="_blank">Reis Magos</a> (Gaspar, Baltasar e Mechior), apontando-lhes para o local do nascimento de Jesus. No ano 5 a.C. documentos astronômicos indicam que teria ocorrido uma grande explosão estrelar, resultando numa grande luminosidade que permaneceu no céu por inúmeros dias. Um fato que pode ter originado a imagem da estrela de Belém, já que Jesus nasceu entre os anos 8 e 4 antes da chamada era cristã. Em 1606, o astrônomo e matemático alemão <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Johannes_Kepler" target="_blank">Johannes Kleper</a> afirmou que a estrela era uma rara conjunção da Terra com os planetas Júpiter e Saturno, transitando por Sol. Esta conjugação se apresenta aos olhos do observador terrestre como uma estrela muito brilhante. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É conhecido que os fenômenos naturais como por exemplo a chuva, aurora boreal (nos países nórdicos) e relâmpagos eram tidos como sinais divinos pelos povos pagãos. A respeito da simbologia das manifestações da natureza, Jacques-Noël Pérès, professor de patrística e de história antiga da Igreja da Faculdade de Teologia Protestante de Paris, em seu artigo publicado na revista <i>História Viva</i> #35 (Dezembro, 2011), comenta que os cometas eram tidos como mau presságio, "<i>sinal antecipador de catástrofes naturais e epidemias devastadoras, como a fome ou a peste, e quando não pura e simplesmente o fim do mundo. Eles eram acompanhados por reações coletivas de pânico e temor, mas também por conversões em massa.</i>"</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><b>Papai Noel</b></span><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white;">Em entrevista a um programa brasileiro a atriz e modelo Elke Maravilha contou brevemente a origem mitológica do Papai Noel (vídeo abaixo).</span></div></div></div><div><div><br />
</div><div><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="415" src="http://www.youtube.com/embed/bebAshQULw4" width="560"></iframe></div><div></div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Há mais de 15 mil anos antes de Cristo, o inverno mais frio e escuro dos vikings se dava no dia 24 de Dezembro, o dia onde o sol está mais longe da Terra. Por conta das baixas temperaturas, os povos da região tinham seis meses pra armazenar um estoque relevante de comida. A localização das casas, muito bem planejadas, encontravam-se próximas as fontes de água. Eram componentes da culinária escandinava: castanhas, nozes e peixes de carne dura. O alimento podia ser desidratado (como o bacalhau), defumado, ou ainda, azedado (como as conservas); tudo sempre bem salgado para melhor conservar, pois não havia modo de refrigerar o alimento. (Outro ponto essencial era o estoque de lenha, uma vez que o fogo servia tanto para iluminar e aquecer, quanto para o preparo de alimentos).</div><div style="text-align: -webkit-auto;"><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div><div style="text-align: justify;">A temperatura chegava até -50ºC. "<i>Era o tempo em que as trevas começavam a vencer a luz, a vida perder para a morte, a sabedoria perder para a ignorância e a verdade perder para a mentira</i>", diz Elke Maravilha durante a entrevista. Os xamans das aldeias vikings se reuniam sob o pinheiro que, apesar das baixas temperaturas, continuava verde e vivo. Acendendo velas sobre as árvores eram oferecidos pedidos em seus rituais, para que a vida vencesse a morte, que a luz vencesse as trevas e a sabedoria vencesse a ignorância. "<i>Como o caçador é anterior ao guerreiro, o instinto da luta é uma consequência da caça. Todos os velhos conquistadores foram caçadores excelentes. (...) Dou ao caçador o ímpeto primário de matar, o exercício do ataque, o sabor primeiro da vitória compensadora. O guerreiro, matador de homens, nasceu do caçador, vencedor de animais</i>." (3)</div><br />
<div style="text-align: justify;">O xaman da aldeia escolhia um rapaz que estava em rito da passagem de adolescente para a idade adulta e mandava caçar um urso branco, símbolo da força viking. Este levava seu trenó e suas renas para a caça ao urso e, se retornava, como mandava o ritual, trajava a pele do urso (com o sangue para fora e os pêlos brancos na parte interior, aquecendo-lhe o corpo).</div><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBgUUg35PArRqaLDpcRJXuEvoQMXnru74xkvzqaNmGRqhW6uu1iWsv4VmoM43dGEsGoOs7IQEzCFb3ePROA1j9vetLTPGtJ7VGI4LbA0ySN9uTMf-GUcYB1b7QlsYFRVpi7J2usLapNm3X/s1600/sao-nocolau-001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBgUUg35PArRqaLDpcRJXuEvoQMXnru74xkvzqaNmGRqhW6uu1iWsv4VmoM43dGEsGoOs7IQEzCFb3ePROA1j9vetLTPGtJ7VGI4LbA0ySN9uTMf-GUcYB1b7QlsYFRVpi7J2usLapNm3X/s640/sao-nocolau-001.jpg" width="466" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(O bispo São Nicolau - padroeiro de países como Rússia, Grécia e Noruega -</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">do qual advém a figura mitológica do Papai Noel - Fonte: Wikipedia)</div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">A mitologia acerca da figura do Papai Noel nasceu por volta de 280 d.C., após a conversão dos povos pagãos à religião católica. Nascido em Patara, na Ásia Menor, o bispo <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolau_de_Mira" target="_blank">Nicolau</a> - filho de pais ricos com profunda vida de oração - foi santificado após várias lendas e milagres - e sua fama de generosidade com as crianças - terem sido a ele atribuídos. A uma delas lhe deve o mito de distribuidor de presentes. No século XI, o roubo de seus ossos promoveram sua fama por toda a Europa e por volta do século XIII a comemoração do seu dia passou para o dia 6 de Dezembro. Sua figura foi então relacionada com as crianças, para as quais ele deixava presentes, vestido de bispo e montado em um burro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3ypIA0fIeGgCCFYoLjvgRvl6Mza0kLpNoHOsSsyn4qy3OmT4BnoScbyQFVN7mQg78JHMOdCkueHg4HZa-MzjeTuyL3u0BCMQZGWnWQ5bteaMPSPX6VSkPBFbJaAw9Cl6oBFRguF5cVtDw/s1600/papainoel_.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3ypIA0fIeGgCCFYoLjvgRvl6Mza0kLpNoHOsSsyn4qy3OmT4BnoScbyQFVN7mQg78JHMOdCkueHg4HZa-MzjeTuyL3u0BCMQZGWnWQ5bteaMPSPX6VSkPBFbJaAw9Cl6oBFRguF5cVtDw/s640/papainoel_.jpg" width="442" /></a></div><div style="text-align: center;">(Caracterizações do personagem Papai Noel em períodos distintos - clique para ampliar:</div><div style="text-align: center;"><b>1</b>. <i>Christ as Sol Invictus</i> - <i>Cristo como Sol Invicto</i>, mosaico datado do século III, na Basílica de São Pedro, Vaticano, que representa Cristo como o <i>Deus Sol</i>, ou <i>Sol Invicto</i>;</div><div style="text-align: center;"><b>2</b>. Ilustração de Thomas Nast, que ajudou a modernizar a imagem do Papai Noel, 1881;</div><div style="text-align: center;"><b>3</b>. Ilustração publicitária de Haddon Sundblom, que consolidou a figura folclórica do Papai Noel; <b>4</b>. <i>Sinterklaas</i>, ou São Nicolau, padroeiro da Noruega, Rússia e Grécia)</div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Ao longo do século XIX, a imagem de Papai Noel (<i>Santa Claus</i>) foi representado de diferentes formas, com diferentes tamanhos, vestimentas e expressões. Pouco a pouco foi adquirindo estatura, barriga, mandíbula, barba e bigode branco, aparece no Pólo Norte, rodeado de complementos como o abeto e o visco. Com a chegada da cromolitografia (litografia em cores), em 1837, suas roupas foram coloridas com um vermelho brilhante. Em 1931, a Coca-Cola encomenda ao artista Haddon Sundblom a remodelação da figura do Papai Noel, que o torna ainda mais próximo e verossímil. Sundblom se inspira em seu amigo, Lou Prentice, um vendedor aposentado. A campanha de Natal constitui um grande sucesso e a partir de então, a imagem do Papai Noel se consolidou tal qual a conhecemos atualmente.</div><br />
</div></div><div><br />
<div></div></div><span style="color: #999999; text-align: justify;">-------------------------</span> </div><div>Fontes:<br />
<i>(1) "Sino" (www.educaterra.terra.com.br/voltaire/artigos)<br />
</i><br />
<i>(2) "Sino" (www.novaimprensa.com.br)<br />
<br />
(3) CASCUDO, Luís da Câmara. Civilização e Cultura, Editora Global, São Paulo, 2004.</i></div>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-47149131894003110342011-12-01T00:00:00.005-02:002012-02-25T19:08:27.727-02:00Série (En)cantando o Brasil (Florentina de Jesus - Tiririca)<div><div><br />
<div style="text-align: justify;">"<i>Florentina, Florentina / Florentina de Jesus / Não sei se tu me amas / Pra que tu me seduz...</i>". Os conhecidos versos de "<i>Florentina</i>", de Tiririca, talvez tenham alguma referência histórica, que remonta ao período da Idade Média. É provável que a reputação das mulheres florentinas tenha se mantido viva no inconsciente nordestino através da <a href="http://cocada-preta.blogspot.com/2011/11/literatura-de-cordel.html">Literatura de Cordel</a>, trazido para o Brasil durante o período da colonização, tornando-se tema da jocosa música do humorista cearense.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">(Clique abaixo para ouvir a música "<i>Florentina</i>", do humorista cearense Tiririca).</div><div><br />
</div><div><br />
<object height="81" width="100%"> <param name="movie" value="https://player.soundcloud.com/player.swf?url=http%3A%2F%2Fapi.soundcloud.com%2Ftracks%2F9794851"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed allowscriptaccess="always" height="81" src="https://player.soundcloud.com/player.swf?url=http%3A%2F%2Fapi.soundcloud.com%2Ftracks%2F9794851" type="application/x-shockwave-flash" width="100%"></embed> </object><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div><div style="text-align: justify;">Durante o Medievo, a Itália e seus tecidos se destacavam dos demais países da Europa. O comércio com o Oriente trazia todo tipo de novidades, texturas e cores para os países europeus. "<i>Ligada por estrada à França, onde tinha importantes mercados, Florença não dispunha de porto de mar e sua prosperidade de deveu mais às suas indústrias que ao comércio. Os seus mercadores e fabricantes de tecidos, bem como outros membros de corporações, tomaram o controle do governo a partir de 1282 e preservaram a sua constituição 'republicana' mesmo depois de o verdadeiro poder ter passado para as mãos de uma oligarquia, e posteriormente, para as da família Médici (1434)</i>." (1)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgquFNYyj8dAic7L7o-wtllEYOoGVuX8J7XA1w_tKKIYu1Dk08lVYUkE8Fm6-TJ3LWwQ65G6nDnw1OUaUXac-msWn0PZ-bgCcmO5KXyBwEBQkQGL1WevaA7g5Z42US_AO9ve7-Smph2I5Oh/s1600/COS2_024_8.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgquFNYyj8dAic7L7o-wtllEYOoGVuX8J7XA1w_tKKIYu1Dk08lVYUkE8Fm6-TJ3LWwQ65G6nDnw1OUaUXac-msWn0PZ-bgCcmO5KXyBwEBQkQGL1WevaA7g5Z42US_AO9ve7-Smph2I5Oh/s640/COS2_024_8.JPG" width="516" /></a></div><div style="text-align: -webkit-auto;"><div style="text-align: center;">(Trajes usados pela sociedade italiana durante o século XI - clique para ampliar.</div><div style="text-align: center;">Fonte: "<i>The Costumes of All Nations</i>", de Albert Kretschmer e</div><div><div style="text-align: center;">Carl Rohrbach. Sotheran, 1882 - Fonte: <a href="http://www.periodpaper.com/index.php/artist/kretschmer-albert/1882-costume-german-medieval-knights-queen-princess" target="_blank">Period Paper</a>)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Com a invenção do tear horizontal e da roca de fiar em 1290, houve um aumento da qualidade dos tecidos que eram confeccionados aumentando a produção cerca de dez vezes. Uma das mais interessantes referências visuais que registra o progresso técnico da Idade Média é o <i>Codex Maness</i>e, um manuscrito escrito e pintado entre 1305 e 1340 em Zurique por <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Johannes_Hadlaub" target="_blank">Johannes Hadlaub</a>. Reunindo inúmeras <a href="http://www.cocada-preta.blogspot.com/2011/11/literatura-de-cordel.html" target="_blank">canções de amor medievais</a>, o <i>Codex Manesse</i> foi dedicado ao rei Venceslau II. (Clique <a href="http://www.ub.uni-heidelberg.de/Englisch/allg/benutzung/bereiche/handschriften/manesse2010.html" target="_blank">aqui</a> e leia mais sobre o <i>Codex Manesse</i>).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div></div></div></div><div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUEgFhV_WNRbKeefGVyZ7SAPAfJCBp9rHfAB_3X-opOV8TWnbxnHUL61PEv1_CyUnrZ-Xdxpsi2Z-efLcHLiUQC83nv62unC27wfnNn_U5ogYmRsvSUTx-YL66YXlQxNTJ2aHGrYcvz9Fj/s1600/codexManesse.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="171" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUEgFhV_WNRbKeefGVyZ7SAPAfJCBp9rHfAB_3X-opOV8TWnbxnHUL61PEv1_CyUnrZ-Xdxpsi2Z-efLcHLiUQC83nv62unC27wfnNn_U5ogYmRsvSUTx-YL66YXlQxNTJ2aHGrYcvz9Fj/s400/codexManesse.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(<i>Codex Manesse</i>, manuscrito alemão da Idade Média - clique para ampliar - </div><div style="text-align: center;">Fonte: <a href="http://www.ub.uni-heidelberg.de/Englisch/allg/benutzung/bereiche/handschriften/manesse2010.html" target="_blank">University of Heidelberg</a>)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Desde o início do século XIV havia uma grande preocupação em dar forma à porção central do corpo. (Neste período, homens e mulheres usavam faixas apertadas em volta do corpo como forma de delineá-lo). As roupas medievais eram compostas por várias peças sobrepostas e de diferentes materiais, de acordo com a finalidade que possuíam. Como roupa interior, as mulheres usavam faixas de linho, não tingidas, sobre os seios. (Uma peça comum do período medieval é o espartilho, também conhecido como <i>corset</i>. Representada tipicamente como parte do traje da taberneira medieval, o seu uso foi relatado já no século XII, como roupa interior feminina. O seu uso externo está associado à cortesã do século XV e, a partir do século XVI, pelas senhoras da nobreza). R. W. Lewis em "<i>Dante - Breve Biografia</i>" (Objetiva, 2002), cita o cardeal Latino Malabranca, o erudito e talentoso sobrinho do papa Nicolau III, autor do <a href="http://www.blogger.com/goog_1682204351">hino </a><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Dies_Irae" target="_blank"><i>Dies Iræ</i></a> ("<i>Dia da Ira</i>") como um "<i>severo moralista que criticou as mulheres florentinas por suas roupas extravagantes</i>." </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div><br />
<div><div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-OXW8hNhx-T8spNEKLK2AkXe_A8wVzMe4WF8H4YHXJzKkMSGFUp1KXKIV2q_9AFnfZ_UT3RcKCQCHPtCk4vIBp0UxnVsT2F5rG7h33pDO3EiEU0AyVeB9qcsH1PAVv7HuXR61rHHPWQ78/s1600/Bayeuxtapestry.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="201" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-OXW8hNhx-T8spNEKLK2AkXe_A8wVzMe4WF8H4YHXJzKkMSGFUp1KXKIV2q_9AFnfZ_UT3RcKCQCHPtCk4vIBp0UxnVsT2F5rG7h33pDO3EiEU0AyVeB9qcsH1PAVv7HuXR61rHHPWQ78/s400/Bayeuxtapestry.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(<i>Tapeçaria de Bayeux</i> - clique para ampliar. Confeccionada em bordado no século XII, a obra foi feita na Inglaterra para celebrar os eventos da <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Hastings" target="_blank">Batalha de Hastings</a>. Conta-se que o tapete tenha sido bordado pela Rainha Matilde de Flandres e suas aias)</div></div></div></div><div><br />
<br />
</div><div style="text-align: justify;">Durante a primeira metade do século IX (mais precisamente dentre o ano 1000 a 1300 d.C.), os bordados europeus eram de grande relevância na ornamentação das vestimentas. (A importância do bordado como uma técnica decorativa foi assegurada pela raridade e alto custo das sedas). A grande maioria das vestimentas européias eram confeccionadas em lã e linho e tornaram-se símbolos de grande poder sendo ornamentadas com pedrarias, peles e botões. A <b>lã</b> é de origem mesopotâmica. A região foi pioneira na domesticação de carneiros e ovelhas, essenciais para as tramas das lãs. Já o<b> linho</b> é um dos tecidos considerados mais nobres na história da moda, sendo difundido pela Europa pelos comerciantes fenícios, que o levaram para a Irlanda, a Inglaterra e Bretanha. Entretanto foram os romanos que iniciaram o cultivo no norte europeu.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><span style="color: #999999; text-align: justify;">-------------------------</span> <br />
Fonte:<i><br />
(1) MATTHEW, Donald. As grandes civilizações do passado - Europa Medieval. Folio, Barcelona, 2006.<br />
</i></div>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-77239835097699037382011-11-21T22:44:00.019-02:002012-02-25T19:04:47.759-02:00Literatura de Cordel<div><div style="text-align: justify;">A <b>Literatura de Cordel </b>nasceu no século XVI, durante o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Per%C3%ADodo_renascentista" target="_blank">período Renascentista</a>, com a popularização dos relatos orais recitados por jograis e menestréis ambulantes. Sua origem remonta ao Trovadorismo galego-português, que teve grande relevância como construção identitária da nação portuguesa. (A origem do termo <i>cordel</i> se deve a forma como tradicionalmente os folhetos de qualidade rústica eram expostos à venda em Portugal, geralmente pendurados em cordas e barbantes).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPsi4slRvsoG99ErHn4x5tNXmVkHoTdKTbVLqZCKDyzYS0wuc1KHztmmH8pSbseU3I5XxvRzSmCkC7X2LzROSuFwIHfUJyZEBfoEUGVTboBWlPa5e3EnNNKvEiqEno7s_uK78Kqxxegl-a/s1600/cordel.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPsi4slRvsoG99ErHn4x5tNXmVkHoTdKTbVLqZCKDyzYS0wuc1KHztmmH8pSbseU3I5XxvRzSmCkC7X2LzROSuFwIHfUJyZEBfoEUGVTboBWlPa5e3EnNNKvEiqEno7s_uK78Kqxxegl-a/s400/cordel.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Literaturas de Cordel - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As cantigas do Trovadorismo (a primeira escola galego-portuguesa) podem ser divididas em: <a href="http://www.infopedia.pt/$cancioneiro-da-ajuda" target="_blank">Cancioneiro da Ajuda</a> (<i>com 310 cantigas, quase todas de amor. Esse é o mais velho cancioneiro, reunido no reinado do quinto rei de Portugal, Dom Afonso III</i>), <a href="http://www.bnportugal.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=197&Itemid=159" target="_blank">Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa</a> (<i>com 1.205 cantigas de variados autores, mas todas com as quatro modalidades: amor, amigo, escárnio e maldizer, incluindo 138 cantigas de Dom Diniz, considerado o Rei-Trovador</i>) e <a href="http://www.infopedia.pt/$cancioneiro-da-vaticana" target="_blank">Cancioneiro da Vaticana</a> (<i>Com 1.647 cantigas de todas as modalidades</i>).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5eoU1w1CJmlJJRpIJbNSnsFUox0s2LG2sMop8P9M3m05jFvjT-ntBP_gs5rjCpQkQYqyFlrtcIVaQgXN_yS0Zz1q7wmYpti0yOpOC_8cQ2mboQqgM_ftUQ6w3bDrwOfB0lO_vYbBWjnQn/s1600/68647%257EGroup-of-Troubadours-illustration-from-Cantigas-de-Santa-Maria-Posters.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5eoU1w1CJmlJJRpIJbNSnsFUox0s2LG2sMop8P9M3m05jFvjT-ntBP_gs5rjCpQkQYqyFlrtcIVaQgXN_yS0Zz1q7wmYpti0yOpOC_8cQ2mboQqgM_ftUQ6w3bDrwOfB0lO_vYbBWjnQn/s640/68647%257EGroup-of-Troubadours-illustration-from-Cantigas-de-Santa-Maria-Posters.jpg" width="496" /></a></div><div style="text-align: center;">(Arte figurativa de Jograis da Idade Média - Fonte: <span id="goog_663411252"></span>Internet<span id="goog_663411253"></span>)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">De grande relevância social e artística, a hierarquia dos poetas-músicos medievais constituía-se respectivamente de <i>Trovadores, Jograis, Segréis</i> e<i> Menestréis</i>:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- <b>Trovadores: </b>Poetas nobres, criadores cultos de cantigas e textos;</div><div style="text-align: justify;">-<span class="Apple-style-span" style="text-align: -webkit-auto;"> </span><b>Jogral: </b>Poetas humildes (também eram compositores de cantigas);</div><div style="text-align: justify;">- <b>Segrel:</b> Estabelecia uma classe intermediária entre o trovador e o jogral. O segrel existiu somente na escola galego-portuguesa. Eram da pequena nobreza, que reproduzia suas próprias composições;</div><div style="text-align: justify;">- <b>Menestrel:</b> Termo dado aos músicos da Corte a partir do século XIV, quando o nome <i>jogral</i> passou a ser desagradavelmente usado para chamar os bobos.</div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sobre a profissão jogralesca António José Saraiva, em "<i><a href="http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/letras/recen079.htm" target="_blank">História da Cultura em Portugal</a></i>" nos diz que "<i>(...) como o saltimbanco de hoje, ela animava as folgas da plebe, mas também era elemento, e até ornamento indispensável, das festas dos palácios. Num caso ou noutro, porém, a jograria era uma profissão própria de vilões e o jogral, quer nas romarias populares, quer nos palácios era, pela sua origem, um homem do povo. A transformação dos costumes trazida pelo desenvolvimento comercial da Europa desde o século XII, a prosperidade pacífica em que entravam certas regiões, fizeram aparecer ao lado do jogral o trovador, cultor das musas, que não se envergonhava de viajar para levar os seus versos através dos castelos. (...) </i><i>O jogral, vilão, recebia remuneração pelo seu trabalho, do qual vivia; o trovador, nobre ou príncipe, exercitava a poesia e a música por puro desporto ou desenfado. Havia outras diferenças: o trovador compunha as composições que o jogral se limitaria a executar. Mas esta distinção não é essencial, porque vários jograis são também autores, e muitos trovadores são também executantes. No essencial, o jogral é um profissional que não tem outras fontes de rendimento senão o seu trabalho de artista; portanto um homem que não pertence à classe nobre</i>." (1)<br />
<br />
Desde o início da impressão dos livretos em Cordel até os dias atuais a técnica utilizada é a <b>xilogravura</b>, que consiste em gravuras rústicas feitas a partir de entalhes em chapas de madeira. (Etimologicamente, a palavra <i>xilogravura</i> provém do grego. Xilo, do grego <i>xilon</i>: madeira; grafia, do grego <i>grafó</i>: escrever, gravar. A xilogravura é, portanto, um processo de impressão onde se utiliza um carimbo de madeira). Segundo o site Wikipedia, a xilogravura trata-se de "<i>uma técnica em que se entalha na madeira, com ajuda de instrumento cortante, a figura ou forma (matriz) que se pretende imprimir. Em seguida usa-se um rolo de borracha embebecida em tinta, tocando só as partes elevadas do entalhe. O final do processo é a impressão em alto relevo em papel ou pano especial, que fica impregnado com a tinta, revelando a figura. Entre as suas variações do suporte pode-se gravar em linóleo (linoleogravura) ou qualquer outra superfície plana. Além de variações dentro da técnica, como a xilogravura de topo</i>." (2)<br />
<br />
Técnica bastante simples e barata (que permitia que os gravadores desenvolvessem suas próprias ferramentas de corte e entalhes na matriz para obterem resultados criativos nos desenhos), a xilogravura mais antiga que se tem conhecimento foi aplicada para ilustrar a oração budista <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sutra_do_Diamante" target="_blank">Sutra do Diamante</a>, editada por Wang Chieh, na China, por volta do ano 868. A chegada à Europa das gravuras japonesas a cores revolucionaram a técnica da xilogravura exercendo, por sua vez, grande influência sobre as artes do século XIX.<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjms7Mn59Xr2K0IgpkMg9iS4p-salsTHPIhpDVaeVDnb_4i5jGI5epA8P-_pF6gN8_a5MLn9-Y5YW3R8EAGWsPPESzmavGW1yrhTa7EjU4IOta25HeA0-w7NB-o0dfLQ5AXkK10WNfFQAV-/s1600/Jingangjing.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjms7Mn59Xr2K0IgpkMg9iS4p-salsTHPIhpDVaeVDnb_4i5jGI5epA8P-_pF6gN8_a5MLn9-Y5YW3R8EAGWsPPESzmavGW1yrhTa7EjU4IOta25HeA0-w7NB-o0dfLQ5AXkK10WNfFQAV-/s400/Jingangjing.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;">("<i>Sutra do Diamante</i>" - clique para ampliar -</div><div style="text-align: center;">Oração budista impressa em xilogravura na China, em 868)</div><br />
<br />
A xilogravuras foram introduzidas na Europa por volta de 1418, vindo da China através da Espanha islâmica. Naquele período a xilo era utilizada principalmente para a impressão de cartas de baralho, ilustrações para livros (<i>iluminuras</i>) e também para confeccionar mementos religiosos. A Itália, Alemanha, França e Holanda foram os centros de excelência em xilogravura, onde a técnica influenciou fortemente a produção artística. Artistas como <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Albrecht_D%C3%BCrer">Albrecht Dürer</a> (<a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Apocalypse_(D%C3%BCrer)">Apocalipse</a>, 1499), <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mestre_das_Cartas" target="_blank">Mestre das Cartas</a>, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Lucas_Cranach,_o_Velho" target="_blank">Lucas Cranach</a>, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Albrecht_Altdorfer" target="_blank">Albrecht Altdorfer</a>, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Bewick" target="_blank">Thomas Bewick</a> e <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Hans_Burgkmair" target="_blank">Hans Burgkmair</a> foram alguns dos expoentes europeus que utilizaram a xilogravura como técnica de impressão de suas obras. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4E22rzrVjbYIiAm9-2jP8818IbeXjkwmI6b5HJBzI9x2E_ITh0p9Zs_81BqkczbodyfsIRwKwIbwj2p_k2sWaZw4KKTTuZBbiAsmvsO7mjaJstDZJNsJj2TWzqNkbUD1e7-gDTKrWWMnF/s1600/2683.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4E22rzrVjbYIiAm9-2jP8818IbeXjkwmI6b5HJBzI9x2E_ITh0p9Zs_81BqkczbodyfsIRwKwIbwj2p_k2sWaZw4KKTTuZBbiAsmvsO7mjaJstDZJNsJj2TWzqNkbUD1e7-gDTKrWWMnF/s640/2683.png" width="508" /></a></div><div style="text-align: center;">("<i>Adão e Eva no Paraíso</i>", xilogravura de Lucas Cranach, 1509 -</div><div style="text-align: center;">Fonte: <a href="http://www.wdl.org/pt" target="_blank">Biblioteca Digital Mundial</a>)</div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Já a partir do século XVI, a xilogravura passou a competir com a impressão de gravura em metal, que permitia obter traços mais delicados através de linhas menos espessas. Após a <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Industrial" style="text-align: justify;" target="_blank">Revolução Industrial</a> ocorrida no século XIX a impressão em xilogravura perdeu sua função utilitária, revelando-se desvantajosa em relação a impressão em clichê de metal - principalmente pelos avanços tecnológicos na área da fotografia, que permitiam uma maior longevidade do metal em relação à madeira quando do uso de substâncias químicas em contato com a matriz. Condenando ao desemprego os xilógrafos de reprodução, a técnica de xilogravura ressurgiu no campo artístico sendo utilizada como uma nova expressão plástica por artistas como <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Edvard_Munch" style="text-align: justify;" target="_blank">Edvard Munch</a><span class="Apple-style-span" style="text-align: justify;">, </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Paul_Gauguin" style="text-align: justify;" target="_blank">Paul Gauguin</a><span class="Apple-style-span" style="text-align: justify;">, </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Henri_Matisse" style="text-align: justify;" target="_blank">Matisse</a><span class="Apple-style-span" style="text-align: justify;"> e o grupo alemão expressionista </span><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Die_Br%C3%BCcke" style="text-align: justify;" target="_blank">Die Brücke</a><span class="Apple-style-span" style="text-align: justify;">. Os</span> gravuristas brasileiros <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Lasar_Segall" target="_blank">Lasar Segall</a> e <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Osvaldo_Goeldi" target="_blank">Osvaldo Goeldi</a> foram os pilares iniciais que desenvolveram a xilogravura artística. </div><div><br />
<div style="text-align: justify;">A chegada da Literatura de Cordel ao Brasil se deu com a colonização portuguesa. Por volta de 1750, apareceram os primeiros poetas populares brasileiros que narravam sagas em versos - analfabetos em sua grande maioria (as histórias eram decoradas e recitadas nas feiras ou nas praças, às vezes, acompanhadas por música de violas). Segundo Marilena Chauí, "<i>fala-se de cultura popular enquanto cultura dominada, invadida, aniquilada pela cultura de massa e pela indústria cultural, envolvida pelos valores dominantes, pauperizada intelectualmente pelas restrições impostas pela elite, manipulada pela folclorização nacionalista, demagógica e explorada, em suma, impotente face à dominação e arrastada pela potência destrutiva da alienação</i>." Entretanto é importante lembrar que na Literatura Cordelista há uma grande quantidade de personagens estradeiros, trapaceiros e anti-heróis, que sobrevivem através de artimanhas como alternativa para escapar de um sistema opressor.</div></div><div><br />
</div><div><div style="text-align: justify;">"<i>Enfim, foram esses cantadores do improviso, itinerantes, os precursores da literatura de cordel escrita. E verdadeiros repórteres, pois eram eles quem divulgavam as notícias nos lugares mais longínquos, especialmente, os acontecimentos históricos do Brasil, narrados em verso. O fenômeno só despertou o interesse dos estudiosos letrados em fins do século 19, começo do século 20. O poeta paraibano Leandro Gomes de Barros é considerado por esses pesquisadores, o primeiro a imprimir e vender seus versos, por volta de 1890.</i>" (3)</div><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAED2GxWzgjQ2OCy-IkAJGhOOxZ1QvJaYcQFQfFJHY9LlDj1oRqGcyG58FSU4yHE5zHiuHVqSDMlGffIa-uMnJi_PwoANtK9upnx4BtPQzRRt12wVg_4Tqf3m31qoIBdfDem4CYtSTH__i/s1600/Folheto_de_Leandro_Gomes_de_Barros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAED2GxWzgjQ2OCy-IkAJGhOOxZ1QvJaYcQFQfFJHY9LlDj1oRqGcyG58FSU4yHE5zHiuHVqSDMlGffIa-uMnJi_PwoANtK9upnx4BtPQzRRt12wVg_4Tqf3m31qoIBdfDem4CYtSTH__i/s640/Folheto_de_Leandro_Gomes_de_Barros.jpg" width="398" /></a></div><div style="text-align: center;">(<i>"Os Dez réis do Governo</i>", folheto raro do poeta Leandro Gomes de Barros publicado em 1907.<br />
O texto aborda a cobrança abusiva dos impostos durante a República Velha - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Na rica <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_de_cordel" target="_blank">produção Cordelista nordestina</a> há uma grande variedade de temas, que refletem a vivência popular, desde problemas atuais até a conservação de histórias da atmosfera ibérica). "<i>Ocorre ainda a presença da jocosidade, em textos abertamente humorísticos ou em textos irônicos, ou ainda na exploração de boatos (que o autor popular logo capta e utiliza para sua criatividade). Alguns títulos ajudam a compreensão desse grande número de folhetos, cá e lá: Piadas de Bocage, de António Teodoro dos Santos; O grande debate de Camões com um sábio, de Arlindo Pinto de Souza; As perguntas do rei e as respostas de Camões, de Severino Gonçalves de Oliveira; Disparates em verso, de Armando Barata e Artur do Intendente; A padeira de Aljubarrota, de J. A. d’Oliveira Mascarenhas (estes dois de Portugal). </i><i>Mas a lista seria interminável: O homem que casou com a jumenta, de Olegário Fernandes da Silva; A mulher que engoliu um par de tamancos com ciúme do marido, de José Costa Leite; História do macaco que quis se virar gente, de Minelvino Francisco Silva; O rapaz que casou com uma porca no estado de Alagoas, de José Soares; O rapaz que virou burro em Minas Gerais, de Rodolfo Coelho Cavalcante; História da razão dos cachorros cherarem o feofó uns dos outros, de Abraão Batista; e também História de um galego que trocou a mulher por uma vaca (sem assinatura, editado em Lisboa).</i>"<i> </i>(4)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" height="277" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXtrcf0XGA19PvCf_kPI9IAZARn6NK4yMyLzWBrlf9WuWBdCbfOIdUdfQydv5TG2zV4S3nvB1FpHBhI7dJHfCz6V9o3g53kz3yKjgITNUzHOcOc_9WU8KP8KufGVeMqCFl0V-uilEINes7/s400/xiloecordel.jpg" width="400" /></div><div style="text-align: center;">("<i>Uma noite de Lua de Mel</i>" e "<i>O Periquito de Chiquinha e a Rolinha de Jacinto</i>", </div><div style="text-align: center;">obras Cordelistas do poeta José Costa Leite - xilogravura do autor - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Um bom exemplo do sincretismo cultural presente na essência da Literatura de Cordel brasileira é a música "<i>Pavão Mysterioz</i>o", do cantor e compositor cearense Ednardo, que tem como referência a obra Cordelista "<a href="http://www.onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/index.php?titulo=Pav%C3%A3o+Misterioso&ltr=p&id_perso=1278" target="_blank"><i>O Romance do Pavão Misterioso</i></a>", escrita ao final dos anos 1920 por José Camelo de Melo Rezende. Esta obra, por sua vez, teve como influência o conto popular do Oriente Médio "<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/As_Mil_e_uma_Noites" target="_blank"><i>Mil e Uma Noite</i>s</a>". A música "<i>Pavão Mysterioz</i>o" (vídeo abaixo) foi trilha sonora da novela "<i>Saramandaia</i>", de Dias Gomes, veiculada pela Rede Globo em 1976. Segundo a revista "<i>Discutindo Literatura</i>" (edição 19, Editora Escala Educacional, 2008), "<i>a editora de cordéis Luzeiro, de São Paulo, que publica O Pavão Misterioso desde 1970, vendeu mais de 50 mil exemplares dessa obra, no ano em que Saramandaia foi ao ar.</i>"</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="440" src="http://www.youtube.com/embed/pvCoXJcdHu4" width="554"></iframe></div><div style="text-align: justify;"><br />
<br />
Mais de uma década após o sucesso de "<i>Saramandaia</i>", em 7 de Setembro de 1988 foi fundada a <a href="http://www.ablc.com.br/" target="_blank">ABLC</a> (Academia Brasileira de Literatura de Cordel), no Rio de Janeiro. O objetivo era reunir os expoentes deste gênero no Brasil. Hoje, a sede da ABLC, no bairro de Santa Teresa, Rio de Janeiro, já conta com mais de 13 mil títulos. (O poeta <a href="http://www.ablc.com.br/historia/hist_ablc.htm" target="_blank">Gonçalo Ferreira da Silva</a>, seu atual presidente, capitaneou a fundação no Rio que, com apoio da Federação das Academias de Letras no Brasil, culminou com a aquisição de sede própria). Dentre os xilógrafos brasileiros pode-se destacar <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/J._Borges" target="_blank">J. Borges</a><span class="Apple-style-span" style="text-align: -webkit-auto;">,</span><span class="Apple-style-span" style="text-align: -webkit-auto;"> </span><a href="http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=1934&cd_idioma=28555" style="text-align: -webkit-auto;" target="_blank">Gilvan Samico</a><span class="Apple-style-span" style="text-align: -webkit-auto;">,</span><span class="Apple-style-span" style="text-align: -webkit-auto;"> </span><a href="http://babeldasartes.wordpress.com/2009/05/07/do-berco-da-xilogravura-a-arte-de-jose-lourenco/" style="text-align: -webkit-auto;" target="_blank">José Lourenço</a><span class="Apple-style-span" style="text-align: -webkit-auto;">,</span><span class="Apple-style-span" style="text-align: -webkit-auto;"> </span><a href="http://www.camarabrasileira.com/cordel05.htm" style="text-align: -webkit-auto;" target="_blank">Abraão Batista</a><span class="Apple-style-span" style="text-align: -webkit-auto;"> </span><span class="Apple-style-span" style="text-align: -webkit-auto;">e</span><span class="Apple-style-span" style="text-align: -webkit-auto;"> </span><a href="http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=369&Itemid=189" style="text-align: -webkit-auto;" target="_blank">José Costa Leite</a><span class="Apple-style-span" style="text-align: -webkit-auto;">.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="text-align: -webkit-auto;"><br />
</span><br />
<br />
<div style="text-align: -webkit-auto;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0TGgeBaX_DVuTyuCsxER8TsZXveR5wj9bdGpumWIz-KiDSKbY8LBy-e3bojjOGQRxuwpnhGrw1L1lheU8DGqhGMbYAOpbSujHzrTjwOKeO2UwIE0KxfiOHC543pFJvIfkvVLY8hNgUxBp/s1600/mudanca-de-sertanejo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="302" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0TGgeBaX_DVuTyuCsxER8TsZXveR5wj9bdGpumWIz-KiDSKbY8LBy-e3bojjOGQRxuwpnhGrw1L1lheU8DGqhGMbYAOpbSujHzrTjwOKeO2UwIE0KxfiOHC543pFJvIfkvVLY8hNgUxBp/s400/mudanca-de-sertanejo.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">("<i>Mudança de Sertanejo</i>", xilogravura de J. Borges - clique para ampliar)</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQALEK5W_9k0BR5xkBGy6SQ6K7keJVUY1tkXvh2XiGRKGbaeQnvgLfAxJEswiEheWEjIKAOvelhgYJowVcxscgkon8vjMgNMZMtyGYJQAlegIY3lAUcu-PJ03IUgIsNYH3pNJnFPqQF8Eg/s1600/Mat%25C3%25A9ria-Mark-Curran-Jornal-do-Commercio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQALEK5W_9k0BR5xkBGy6SQ6K7keJVUY1tkXvh2XiGRKGbaeQnvgLfAxJEswiEheWEjIKAOvelhgYJowVcxscgkon8vjMgNMZMtyGYJQAlegIY3lAUcu-PJ03IUgIsNYH3pNJnFPqQF8Eg/s640/Mat%25C3%25A9ria-Mark-Curran-Jornal-do-Commercio.jpg" width="563" /></a></div><div style="text-align: center;">("<i>Versos que enfeitiçaram o gringo</i>", extraída do Caderno C do <i>Jornal do Commercio</i><br />
e publicada em 26 de abril de 2011, em Pernambuco - PE - Clique <a href="http://blog.atelie.com.br/wp-content/uploads/2011/05/Mat%C3%A9ria-Mark-Curran-Jornal-do-Commercio.pdf" target="_blank">aqui</a> para ampliar)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><br />
Em "<i>História do Brasil em Cordel</i>", publicado pela Edusp em 1998, <a href="http://www.currancordelconnection.com/pt/" target="_blank">Mark Curran</a> reuniu mais de 300 folhetos que narram em Cordel a história de nosso país. Eles são acompanhados de uma reflexão sobre a temática, sua estrutura formal, seus autores e sua história concebendo a Literatura de Cordel do Brasil como o reflexo dos anseios e sonhos de nosso povo. Em 2010, Curran lançou um novo livro, "<i>Retrato do Brasil em Cordel</i>", publicado pela Editora Ateliê. Nesta obra Curran reconta a "estória" do cordel, "<i>e acredita que o cordel é realmente uma epopéia folclórica-popular do Brasil, o livro consta de dez capítulos ou álbuns (...) Em resumo, é a continuação do namoro sentido sempre para o Brasil.</i>"<br />
<br />
<br />
</div><span style="color: #999999; text-align: justify;">-------------------------</span> <br />
Fontes:<i><br />
(1) SARAIVA, António José. História da Cultura em Portugal. Gradiva, Lisboa, 2000.<br />
<br />
(2) "Xilogravura" (www.wikipedia.org/Xilogravura)</i><br />
<i><br />
</i><i>(3) "Cordel" (www.educacao.uol.com.br/folclore/)</i><br />
<i><br />
(4) "Literatura de Cordel" (www.bahai.org.br/cordel/viva.html)</i>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-1383801082627463692011-11-10T11:05:00.003-02:002011-11-10T11:24:39.329-02:00Doc - Alquimistas do Som<div style="text-align: justify;">O doc "<i>Alquimistas do Som</i>" é um documentário que traça um panorama das experimentações na Música Popular Brasileira. Dirigido por Renato Levi em 2003, "<i>Alquimistas do Som</i>" conta com depoimentos exclusivos de artistas brasileiros (Tom Zé, Lenine, Arnaldo Antunes, Egberto Gismonti, Arrigo Barnabé, e de letristas como Carlos Rennó e do maestro Julio Medaglia), e suas incursões no experimentalismo musical (suas origens e motivações) construindo a linha evolutiva da MPB. Os depoimentos são ilustrados com musicais do produtor Fernando Faro (criador do programa <a href="http://tvcultura.cmais.com.br/ensaio">Ensaio</a>, da TV Cultura), além de outras imagens do arquivo da emissora. </div><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="435" src="http://www.youtube.com/embed/oFdEbC_RRNY" width="560"></iframe></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">"<i>Nós todos (compositores aqui de São Paulo e do Brasil) somos mulheres com peitos enormes para a periferia mamar. Somos alimento! Esse alimento chamado 'informação', sem o qual o povo tem a morte mais desgraçada. Antes a morte da fome da comida do que a morte da falta de informação.</i>" (Tom Zé) </div>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-46990629977412697832011-10-18T14:55:00.015-02:002012-02-25T18:59:56.035-02:00Série (En)cantando o Brasil (Perisséia - Tom Zé)<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Com o objetivo de ampliar a visão acerca da cultura brasileira e das influências culturais externas que ajudaram a construir o identitário nacional, a série (<b>En)cantando o Brasil</b> procura analisar nosso rico acervo musical. Através da pesquisa das referências presentes nas obras dos artistas brasileiros será possível ampliar nossa compreensão cultural à medida em que as composições revelam nossas influências mitológicas e folclóricas, socioculturais e religiosas ratificando nossa pluralidade cultural.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A letra escolhida para abrir esta série é "<i>Perisséia</i>", de Tom Zé e Capinan. A interpretação mais clara do neologismo presente no título da faixa 12 do álbum "<i>Jogos de Armar</i>" (2000) margeia algo como a <i>Odisséia de Peri</i>. Primogênito brasileiro, o habitante das matas e da literatura transpõe-se sobre as páginas de "<i>O Guarani</i>", de José de Alencar, para sobreviver nas regiões periféricas do Brasil. Podemos notar que a letra "<i>Perisséia</i>" traça um esboço poético acerca do contexto sociocultural brasileiro construído a partir do contato entre índios e o colonizador europeu. A presença de vocábulos estrangeiros e indígenas na letra de "<i>Perisséia</i>" traduzem-se como elementos formadores de um multifacetado panorama etnocultural.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-6CAJV94oNg6RZFfXKDgicuiS_PK-W7atm_8D0rl04JHmiSkdGGps3lGBruN8gMy1MLQRsbmWSbAFiZ1suEC2HEJl3Q5eZfzGj_VdBTGZWXkI8p5GbQAEUBe0hff8vv2NANMZDSbZOnuj/s1600/capa+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-6CAJV94oNg6RZFfXKDgicuiS_PK-W7atm_8D0rl04JHmiSkdGGps3lGBruN8gMy1MLQRsbmWSbAFiZ1suEC2HEJl3Q5eZfzGj_VdBTGZWXkI8p5GbQAEUBe0hff8vv2NANMZDSbZOnuj/s400/capa+%25281%2529.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Capa do álbum "<i>Jogos de Armar</i>", de Tom Zé, 2000 - Fonte: Internet)<br />
<br />
</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="385" src="http://www.youtube.com/embed/4ZbS_Jbk31w" width="510"></iframe></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both;"></div><span style="font-weight: bold;">Perisséia</span><br />
(Composição: Tom Zé e Capinan)<br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #b45f06;"><br />
"Sabe com quem tá falando?<br />
Eu sou amigo do rei...<br />
Que importa o nome que eu tenho<br />
Que importa aquilo que eu sou<br />
Se eu tenho um sonho impossível<br />
Pra mim o tempo parou<br />
Meu nom, meu nome é Peri<br />
Meu nom, meu nome é Zumbi</span><br />
<div class="separator" style="clear: both;"><span class="Apple-style-span" style="color: #b45f06;"><br />
Meu nom, meu nome é Galdino</span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span class="Apple-style-span" style="color: #b45f06;">Meu nome é Brasil<br />
Um gigante-menino<br />
Um navio sem destino<br />
No ano dois mil<br />
<br />
Coro<br />
<br />
Se eu pudesse atrasaria<br />
Este relógio dois mil<br />
Pra rezar na primeira missa<br />
Pelo futuro do Brasil</span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span class="Apple-style-span" style="color: #b45f06;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span class="Apple-style-span" style="color: #b45f06;">Acalanto</span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span class="Apple-style-span" style="color: #b45f06;"><br />
Inhem inhem inhem<br />
Inhem inhem inhem<br />
Nhem... nhem nhem<br />
Nhem nhem</span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span class="Apple-style-span" style="color: #b45f06;"><br />
Coro</span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span class="Apple-style-span" style="color: #b45f06;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span class="Apple-style-span" style="color: #b45f06;">Iê peri iê peri iê camará</span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span class="Apple-style-span" style="color: #b45f06;">Iê peri camará<br />
Peri brasil<br />
Peri</span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span class="Apple-style-span" style="color: #b45f06;"><br />
E eu, o que sou?<br />
E eu, o que sei?<br />
Macunaíma, sou eu?<br />
Tiradentes, sou eu?<br />
Sou eu um poeta<br />
Sou eu um pião?</span></div><div class="separator" style="clear: both;"><span class="Apple-style-span" style="color: #b45f06;"><br />
Quantos anos eu tenho<br />
Quantos anos terei?<br />
Eu que vivo sem, jamais saberei<br />
Ó meu pai, não me abandone,<br />
Minha mãe, como é meu nome<br />
Este mundo tem lei?<br />
Este mundo tem rei?<br />
<br />
Coro<br />
<br />
Se eu pudesse atrasaria..."</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">A letra "<i>Perisséia</i>" confunde-se com a própria história do Brasil. Repleta de referências históricas, podemos interpretar que esta <i>Odisséia de Peri </i>(composta<i> </i>por Tom Zé e Capinan) vai se construindo do mesmo modo como se deu o contato cultural entre índios e europeus estabelecido no princípio da colonização. Relação historicamente marcada pela imposição cultural do europeu sobre os povos indígenas, tem-se em "<i>Perisséia</i>" um Brasil dual: de um lado <i>rei e navios </i>e, do outro, <i>sonhos e Peris</i>. A citação de cinco importantes ícones da história (<i>o <b>índio Peri</b>, da Trilogia Indianista de José de Alencar; <b>Zumbi dos Palmares</b>, o escravo negro líder do Quilombo dos Palmares; o <b>índio Galdino</b>, líder indígena queimado vivo enquanto dormia em um ponto de ônibus em Brasília; o <b>índio Macunaíma</b>, da obra do modernista Mário de Andrade e <b>Tiradentes</b>, reconhecido como mártir de Inconfidência Mineira</i>) remontam a diferentes momentos históricos do Brasil e constroem, assim, nosso mosaico sociocultural.</div><div><br />
<div style="text-align: justify;">O primeiro trecho da composição são indagações em tom empolado: "<i>Sabe com quem tá falando? / Eu sou amigo do rei... / Que importa o nome que eu tenho? / Que importa aquilo que eu sou?</i>". (Percebe-se na introdução de "<i>Perisséia</i>" uma possível referência aos versos de Manuel Bandeira: "<i>Vou-me embora pra Pasárgada / Lá sou amigo do rei / Lá tenho a mulher que eu quero / Na cama que escolherei</i>."). As perguntas inicias de "<i>Perisséia</i>" aludem à relação entre as castas sociais brasileiras e ao modo como a elite burguesa e a plebe compreendem suas diferenças, não apenas econômicas como também étnicas. "<i>A apologia do poder enfatizava as propriedades inatas do soberano com seu caráter paternal para com seu povo e sua procedência divina e sua capacidade divina de conceder graças. Porém a nobreza migrada, composta da mais alta nobreza de sangue e espada como os Caparicas, Lavradios, Pombais, Belas, Redondos e a nobreza de toga, mais recente e influente nos cargos da administração do reino, como os Anadia, Vagos, Angeja, Belmonte ou Cadaval, empenhou-se como pode para alargar as distâncias que as separavam das elites nativas criando uma tensão sócio cultural que marca a estada da corte no Brasil.</i>" (1)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwj_BjyqNcGkcUSOET_B2cscB-dWPZKg6slnpeZf7USgQwb5zQnE86gDTeGl9-wua0bZniDXPi-Mbxt-to2pzrM6j3W2ihAd15gx8WhTPtPapriKaxceKPlqQH6Iv4h-urBFGPrkStUI_G/s1600/%257B7BAF8073-C7DD-4DD8-8A7C-70226CC477CC%257D_ics_fi10.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwj_BjyqNcGkcUSOET_B2cscB-dWPZKg6slnpeZf7USgQwb5zQnE86gDTeGl9-wua0bZniDXPi-Mbxt-to2pzrM6j3W2ihAd15gx8WhTPtPapriKaxceKPlqQH6Iv4h-urBFGPrkStUI_G/s400/%257B7BAF8073-C7DD-4DD8-8A7C-70226CC477CC%257D_ics_fi10.JPG" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(As damas ricas da Corte Portuguesa eram carregadas por escravos negros.<br />
Tanto a vestimenta da Corte quanto da classe escrava eram inspiradas<br />
pela moda francesa - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div><div style="text-align: justify;">A influência cultural européia também é explicitada nos versos seguintes ("<i>Meu nom, meu nome é Peri / Meu nom, meu nome é Zumbi</i>"). Ao substituir o vocábulo "<i>nome</i>" para "<i>nom</i>" (<i>sobrenome</i>, em francês) percebe-se uma nítida referência à cultura francesa, que já exercia certo domínio na Corte Portuguesa na Europa. Incorporada à Família Real Portuguesa durante a colonização do Brasil, esta também tornou-se influente por aqui sob diversos aspectos, como na arte, arquitetura e na moda. "<i>As famílias mais abastadas, cerca de 1/8 da população, mostraram-se entusiasmadas e privilegiadas em poder conviver na mesma cidade que abrigava a monarquia portuguesa. Os modelos trazidos e oferecidos pela realeza criaram novos valores culturais e ideológicos para elite carioca. Com a família real portuguesa, o Rio de Janeiro passou a ser palco de grandes e luxuosas festas. A moda parisiense foi acompanhada de perto e incorporada pelas famílias ricas da cidade – que desconsideravam o infortúnio inerente à disparidade climática.</i>" (2) Isso porque, apesar de beleza e suntuosidade, os trajes franceses eram incompatíveis com o clima tropical do Rio de Janeiro. Entretanto, isso era um mero detalhe para quem estava disposto a estabelecer uma nova identidade visual, travestindo-se do imaginário de glamour europeu.</div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl-mdwZ0oiHK9b4MRFdSGk6CFcKjQe3CtNMfmXc_FIBHw9J237I-LkNF3lg9c-xBXWGhfnKaAN4AQ_VHStq_kGKk97MP8i0XnoPqT-a-S6V9fZFjjJ7N8sasQlTkQMwh42sJxrN8VEWBYq/s1600/1910.11.12-MODA-FRANCESA2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgl-mdwZ0oiHK9b4MRFdSGk6CFcKjQe3CtNMfmXc_FIBHw9J237I-LkNF3lg9c-xBXWGhfnKaAN4AQ_VHStq_kGKk97MP8i0XnoPqT-a-S6V9fZFjjJ7N8sasQlTkQMwh42sJxrN8VEWBYq/s400/1910.11.12-MODA-FRANCESA2.jpg" width="373" /></a></div><div style="text-align: center;">(Anúncio de moda de 1910 - Coleção masculina importada da França pela loja</div><div style="text-align: center;">“La Ville de Paris", que ficava no número 45 da Rua Direita - Fonte: <a href="http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/2010/08/">Estadão</a>)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div><div style="text-align: justify;">"<i>Rei Brasil 500 anos</i>", a peça teatral de Capinan (poeta baiano e parceiro de Tom Zé em "<i>Perisséia</i>") foi realizada em 2000. Sua história é utilizada como referência para os versos de "<i>Perisséia</i>": <i>"...um gigante-menino / um navio sem destino / no ano dois mil</i>" e "<i>Se eu pudesse atrasaria / Este relógio dois mil / Pra rezar na primeira missa / Pelo futuro do Brasil</i>." Criada em parceria com Fernando Cerqueira e Paulo Dourado, a ideia inicial de apresentação de "<i>Rei Brasil 500 ano</i>s" teria sido uma missa. Porém, a convite da Universidade Federal de Música da Bahia (UFBA), a concepção evoluiu para um espetáculo popular multimídia, com a base em um libreto (feito pelo próprio Capinan), com composições de Cerqueira e encenação de Dourado.</div><br />
<div style="text-align: justify;">"<i>Rei Brazil 500 anos</i>" é uma crítica as comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil. A história - uma ópera da <i>odisséia tropical brasileira - </i>se passa em um desfile de escola de samba narrando a viagem histórica de Pedro Álvares Cabral (desde o Tejo, em Lisboa, até o Monte Pascoal) e culminando na descoberta do Brasil, em abril de 1500. <i>"Um menino de rua, Brasil, deseja participar do desfile, representando Peri, para fazer par romântico da ópera Il Guarani com Ceci. O garoto rouba o ponteiro do relógio 2000, que marca a contagem regressiva das comemorações do evento histórico, provocando uma viagem descontínua no tempo para diversos momentos da história brasileira e do mundo. Brasil, no entanto, encontra o passado e o deseja transformar, rezando e pedindo pelo futuro do País na Primeira Missa, celebrada na Coroa Vermelha: 'Se eu pudesse atrasaria / Este relógio dois mil / Pra rezar na primeira missa / Pelo futuro do Brasil.'"</i> (3)</div><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwQRBflOVumEhw2xV3VR6xi5HHxHn0863wzqJEMm35Cs4Opizsi5icC6qiIr8KMwsKxw4Ifq7utIB_BoPgquhEjfmvqQ9PTl_ROnukXlUUa68TqQu2oJ8b4w44rvD6d6CuBN0DOrQJK2eP/s1600/tarsila-do-amaral-operarios.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="295" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwQRBflOVumEhw2xV3VR6xi5HHxHn0863wzqJEMm35Cs4Opizsi5icC6qiIr8KMwsKxw4Ifq7utIB_BoPgquhEjfmvqQ9PTl_ROnukXlUUa68TqQu2oJ8b4w44rvD6d6CuBN0DOrQJK2eP/s400/tarsila-do-amaral-operarios.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(<i>"Operários"</i>, de Tarsila do Amaral, 1931 - Fonte: Internet)</div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Sobre a colcha de retalhos cultural que forma o Brasil, Darcy Ribeiro em "<i>O Povo Brasileiro</i>" nos diz que "<i>é bem provável que o brasileiro comece a surgir e a reconhecer-se a si próprio mais pela percepção de estranheza que provocava no lusitano, do que por sua identificação como membro das comunidades socioculturais novas, porventura também porque desejoso de remarcar sua diferença e superioridade frente aos indígenas. (...) talvez até se desgostasse da ideia de não ser europeu, por considerar, ele também, como subalterno tudo que era nativo ou negro. Mesmo o filho de pais brancos nascidos no Brasil, mazombo, ocupando em sua própria sociedade uma posição inferior com respeito aos que vinham da metrópole, se vexava muito da sua condição de filho da terra, recusando o tratamento de nativo e discriminando o brasilíndio mameluco ao considerá-lo como índio</i>." (4) Os versos seguintes ("<i>E eu, o que sou? / E eu, o que sei? / Macunaíma, sou eu? / Tiradentes, sou eu?/ Sou eu um poeta / Sou eu um pião?</i>") refletem as incertezas étnicas, sociais e econômicas presentes permanentemente nos filhos descendentes da matriz européia. <i>Brasileiros que somos</i>, frutos de uma mistura racial secular nos tornamos <i>inclassificáveis</i>. <b>O Brasil é e existe apenas na pluralidade</b>.</div><br />
<br />
<div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="color: #999999; text-align: justify;">-------------------------</span> </div></div></div></div><div>Fontes:<br />
<i>(1) "Colonização Portuguesa" (www.portalsaofrancisco.com.br)<br />
<br />
(2) "Lei Estética" ( www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=939)<br />
<br />
(3) "Capinan" (www.revista.agulha.nom.br/capinan.html)<br />
<br />
(4) RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro. Ed Companhia das Letras, São Paulo, 1995.</i></div>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-27835150669511730262011-10-06T10:25:00.004-03:002012-02-25T18:54:26.827-02:00As comemorações de 12 de Outubro<b><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Descobrimento da América</span></b><br />
<div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both;"><br />
</div>Em meados do século X, Eric, o Ruivo, teria sido expulso da Islândia após um assassinato (uma disputa com um vizinho em torno de gado). "<i>O julgamento de Eric ocorreu numa assembléia-geral chamada Althing, na qual representantes de toda a população se reuniam anualmente para discutir assuntos da comunidade e disputas legais. A instituição existe até hoje na Islândia e, mais de mil anos depois, é atualmente considerada o mais antigo parlamento em vigor em todo o mundo</i>." (1)<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ0FRq-1k9f0I_0qKz9dx1Q1BCjbLJUJHN804d10r0Su8lpORKY5AmBJ2R-y9M1oLgc0y4hUEXN85L7O5P7_gbdyd4e9dSZmQpi2VGvMM7zRxCrYa1snu4wyMXx7rdPvz5gRUpyHmeI-sX/s1600/christopher_columbus3-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="255" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ0FRq-1k9f0I_0qKz9dx1Q1BCjbLJUJHN804d10r0Su8lpORKY5AmBJ2R-y9M1oLgc0y4hUEXN85L7O5P7_gbdyd4e9dSZmQpi2VGvMM7zRxCrYa1snu4wyMXx7rdPvz5gRUpyHmeI-sX/s400/christopher_columbus3-1.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Cristóvão Colombo na América - Arte: autor desconhecido - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><br />
O ensino escolar nos apresenta Cristóvão Colombo - o intrépido navegador genovês - e Américo Vespúcio - o mercador florentino - como os possíveis descobridores da América. Entretanto, a história já nos provou que este título se deve, na realidade, a um viking. O "bárbaro" já teria explorado as terras da América muito antes das conhecidas expedições marítimas comandadas por Colombo.</div><div><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9fpkZOaV4aizsailVWTZG3QiObMBApoibexJtdM2htkrWVfcrUo3ch3W7Www7CEGJpkAPeo-b50rKX61pPQKWQ-4mnD9WltNeokUAG4EgvA5l0OLnSfTOPVofsZNwIGxOUVDPI-71O14n/s1600/448px-Leif_Ericson_on_the_shore_of_Vinland.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9fpkZOaV4aizsailVWTZG3QiObMBApoibexJtdM2htkrWVfcrUo3ch3W7Www7CEGJpkAPeo-b50rKX61pPQKWQ-4mnD9WltNeokUAG4EgvA5l0OLnSfTOPVofsZNwIGxOUVDPI-71O14n/s640/448px-Leif_Ericson_on_the_shore_of_Vinland.gif" width="475" /></a></div><div style="text-align: center;">(O viking Leif Erickson, filho de Eric, o Ruivo, em terras americanas</div><div style="text-align: center;">Arte: Monro S. Orr, 1908 - Fonte: Wikipedia)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div></div><div style="text-align: justify;">Mandado em exílio forçado à Groelândia (ou <i>Greeland</i>, "<i>terra verde</i>"), o viking construiu uma fazenda e constituiu sua família. Eric e sua mulher (a cristã Thjodhild) tiveram três filhos - Leif, Thorvald e Thorstein - e uma filha, Freydis. Após alguns anos, Leif, empolgado com a possibilidade da existência de novas terras ainda não descobertas, resolveu aventurar-se pelos mares gelados do norte.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As embarcações mercantes e destinadas ao transporte (<i>knorrs</i>) eram maiores e mais largas que as embarcações destinadas à guerra (<i>drakkars</i>). Nessas últimas, "<i>cada homem ia sentado em cima de um pacote que continha suas armas e armadura. Este pacote servia-lhe de banco, cada um também tinha um remo, e o último homem era o encarregado do leme, que dava direção ao navio. Quando o navio estava para chegar ao local do ataque, os homens desfaziam seus pacotes e se preparavam para o ataque. Cada drakkar transportava em média quarenta guerreiros. (...) Foi graças as drakkars e as knorrs que os vikings conseguiram colonizaram grande parte das ilhas Britânicas, assaltar a Europa e descobrir a Islândia, a Groenlândia e a América</i>." (2)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjY4Tmtb0bJCYbVEKDmNLaWN_zVg54TIGYfMbpfyXMUoKiXnsFc1WJMkoPHjK4tju6IfsC6OiHnoltnQ1Ly9vDG5ay9_AzKYHL5a2hfhJYkFzvAHVjxB_goIqjFEWGPT55F2npgVG142SWo/s1600/naviomer.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="235" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjY4Tmtb0bJCYbVEKDmNLaWN_zVg54TIGYfMbpfyXMUoKiXnsFc1WJMkoPHjK4tju6IfsC6OiHnoltnQ1Ly9vDG5ay9_AzKYHL5a2hfhJYkFzvAHVjxB_goIqjFEWGPT55F2npgVG142SWo/s400/naviomer.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(Navio mercante nórdico - clique para ampliar -</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Ilustração: autor desconhecido - Fonte: <a href="http://www.klepsidra.net/">Klepsidra</a>)</div><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLnBqKrSxgSCYCCrchF2eqB4IOxhbjtulYo_U-Tr-s9mh-8OPhUZEGB7nQPY4aE0mYElkmLO_oBff77pUJ_4_qtKSAuQ2b2NBK-VkPRmFojZ6otbyYYV3hQigh68SLG5qxSJTww4q4fe1P/s1600/20300.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="276" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLnBqKrSxgSCYCCrchF2eqB4IOxhbjtulYo_U-Tr-s9mh-8OPhUZEGB7nQPY4aE0mYElkmLO_oBff77pUJ_4_qtKSAuQ2b2NBK-VkPRmFojZ6otbyYYV3hQigh68SLG5qxSJTww4q4fe1P/s400/20300.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">("<i>A Descoberta da América Nórdica</i>", de A. M Reeves, 1906 - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div><div style="text-align: justify;">Por volta do ano 1000, Leif Erickson teria estabelecido um colonato na costa norte da Terra Nova (atual Canadá). O contato dos nórdicos com os habitantes locais não teria sido tão harmonioso, em virtude da cultura naturalmente agressiva destes exploradores. Apesar do pequeno período que Leif permaneceu na região (aproximadamente uma década), isto representou o primeiro contato europeu com a América, cerca de 500 anos antes das viagens de Cristóvão Colombo.</div><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiy7R0p6grU2yBBrksBA38uYSTlI3ATdVGv05Azs7SuCuzz4iN7tshSdCUhQw3V26znwJ3bhmLzY7ok99AlDbIbaWDYyFOVwq1w1stSyxB4vAU3H1UVijCPLxg6d4EMXu6RtaIaUc01bYB9/s1600/800px-Authentic_Viking_recreation.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiy7R0p6grU2yBBrksBA38uYSTlI3ATdVGv05Azs7SuCuzz4iN7tshSdCUhQw3V26znwJ3bhmLzY7ok99AlDbIbaWDYyFOVwq1w1stSyxB4vAU3H1UVijCPLxg6d4EMXu6RtaIaUc01bYB9/s400/800px-Authentic_Viking_recreation.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Povoado viking de L'Anse aux Meadows - <i>Terra Nova, Canadá</i> - descoberto em 1960</div><div style="text-align: center;">e declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO - Foto: Dylan Kereluk - Fonte: <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Coloniza%C3%A7%C3%A3o_viquingue_da_Am%C3%A9rica">Wikipedia</a>)</div><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em 1965, um <i>mapa mundi</i> (abaixo) foi descoberto por pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, colocando em xeque os títulos de Cristóvão Colombo ou Américo Vespúcio como os possíveis<i> descobridores</i> da América. "<i>O chamado mapa de Vinland, escrito em um antigo idioma nórdico, mostra uma representação da Europa, da Ásia e da África e, do outro lado do Oceano Atlântico, um lugar chamado Vinland. Essa região corresponderia ao local explorado no começo do século 11 pelo viking Leif Eriksson.</i>" (3). Em 2002, um exame realizado com carbono 14 indicou que os vestígios seriam mesmo do ano 1000, o que coincide com os relatos vikings sobre a viagem de Eriksson à América. </div><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXndi-7K7vgvT76RgE68Huje-g07dZKd1Nz6EdRxkY2MEQP8rFr6G_epEfN2zr4kaj9E1M3_v2oPJByzbiPrbsPnXBrbd5OpOenBx9wtULDIw1hdcRS4S_sy-1B8gsY68olbpzSfthmHB0/s1600/vinland_map.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXndi-7K7vgvT76RgE68Huje-g07dZKd1Nz6EdRxkY2MEQP8rFr6G_epEfN2zr4kaj9E1M3_v2oPJByzbiPrbsPnXBrbd5OpOenBx9wtULDIw1hdcRS4S_sy-1B8gsY68olbpzSfthmHB0/s400/vinland_map.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(<i>Vinland map</i>, o controverso <i>mapa mundi</i> nórdico, descoberto em 1965 - Fonte: Internet)</div><div><br />
</div><div><br />
</div></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7YgvO7jKgiaGestlx8F1_zr8FJ-oSvEJWH_MfwYgWoIh06lpVedddmo82i5PQOMmgxUdUStZKxZb62HeQEKL2WgKxKRv9ue0d7UWn7LT_YYDx7KFSloyMF4MR3JYDNztUcDT-8pEnG99E/s1600/MC2mundosg.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7YgvO7jKgiaGestlx8F1_zr8FJ-oSvEJWH_MfwYgWoIh06lpVedddmo82i5PQOMmgxUdUStZKxZb62HeQEKL2WgKxKRv9ue0d7UWn7LT_YYDx7KFSloyMF4MR3JYDNztUcDT-8pEnG99E/s400/MC2mundosg.gif" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Moeda comemorativa de 500 Cruzeiros - Descobrimento da América -</div><div style="text-align: center;">Fonte: <a href="http://www.bcb.gov.br/">Casa da Moeda do Brasil</a>)</div><br />
<br />
</div><div><div style="text-align: justify;">É provável que o momento histórico da vinda de Leif Erickson à América tenha sido ignorada ao longo dos séculos em decorrência do fortalecimento da religião católica em todo o mundo; sua vinda teria permanecido apenas como um mito. Por volta do século X, o comércio marítimo europeu ainda estava adormecido - isso logo após a entrada dos árabes na Península Ibérica. Foi justamente nesse contexto em que os vikings existiram, impondo sua força sobre árabes, francos, germânicos e principalmente ingleses.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div><br />
<br />
</div><div><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil</span></b></div><div><br />
</div><div><div style="text-align: justify;">Nossa Senhora da Conceição Aparecida, ou apenas Nossa Senhora Aparecida, é o título católico de Maria, considerada a mãe de Jesus de Nazaré. Desde a declaração como padroeira do Brasil em 1928 pelo <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Pio_XI" target="_blank">Papa Pio XI</a>, a comemoração de Nossa Senhora Aparecida era em 8 de Dezembro. A partir de 1954, a celebração à Santa foi alterada pelo governo brasileiro para o dia 12 de Outubro.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsEkg13kUNjPipj6NgB37jQWqog7zjRGeh1lh3142N0mTWQWNhrQN_MAeAJWMDGC-VNEN__RAqATMQA99DQ8prve3RzH_8TJWf3CDJRq9_3NdrJcryUvbESPEvBR4E3EShlge3IV8guvLX/s1600/NS_Aparecida.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsEkg13kUNjPipj6NgB37jQWqog7zjRGeh1lh3142N0mTWQWNhrQN_MAeAJWMDGC-VNEN__RAqATMQA99DQ8prve3RzH_8TJWf3CDJRq9_3NdrJcryUvbESPEvBR4E3EShlge3IV8guvLX/s640/NS_Aparecida.png" width="460" /></a></div><div style="text-align: center;">(Para os católicos, Nossa Senhora Aparecida é considerada a</div><div style="text-align: center;">padroeira do Brasil - Fonte: Wikipedia)</div></div></div><div><br />
</div><div><br />
<div style="text-align: justify;">Segundo a mitologia cristã brasileira, em outubro de 1717, os pescadores Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves ficaram encarregados de garantir o almoço do governador de São Paulo e Minas Gerais, Dom Pedro Miguel de Almeida Portugal (conhecido como <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Conde_de_Assumar" target="_blank">Conde de Assumar</a>) e de sua comitiva, que visitavam a Vila de Guaratinguetá, no vale do Paraíba, em São Paulo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sem sucesso na pescaria, após várias horas no rio Paraíba, os pescadores curiosamente teriam retirado das águas a imagem de uma santa sem cabeça que, ao ter sido lançada a rede novamente, retornaria com a cabeça da imagem. Domingos, Felipe e João teriam percebido que a santa em questão era Nossa Senhora da Conceição. A partir de então, a pescaria teria lhes rendido muitos peixes, fazendo com que os pescadores atribuíssem à imagem o sucesso milagroso da farta pescaria. A partir de então, Felipe Pedroso teria permanecido com a imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida até 1732. A devoção à Santa crescia à medida que a fama dos milagres realizados era espalhada pela região.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCQb67qd7YqPpQhj8nYEfyhr5Q-atGxoF0YQQKEHlZ8pOOJaVZ2jM99svcFUcBddOdLuEq59RSl_mTsPVLcoex3tfS9Tf2AXF9pNlK1tTYGD2Xlbg2oJl1v4KFm-AXbuJWaL6oW2H80FX9/s1600/capa15.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="306" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCQb67qd7YqPpQhj8nYEfyhr5Q-atGxoF0YQQKEHlZ8pOOJaVZ2jM99svcFUcBddOdLuEq59RSl_mTsPVLcoex3tfS9Tf2AXF9pNlK1tTYGD2Xlbg2oJl1v4KFm-AXbuJWaL6oW2H80FX9/s400/capa15.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Capela no alto do Morro dos Coqueiros, aberta ao público apenas em 1945 - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A família de Pedroso teria construído um oratório, que, logo constatou-se, era pequeno para abrigar os fiéis que chegavam em número cada vez maior. <span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: 'Comic Sans MS', Verdana, Arial; font-size: x-small;">E</span>m meados de 1734, o vigário de Guaratinguetá mandou construir uma capela no alto do Morro dos Coqueiros para abrigar a imagem da santa; foi aberta ao público apenas em 1945. A imagem passou a ser chamada de Aparecida e deu origem à cidade de mesmo nome.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWgQWr26lpu_ST6jShf5FfbJo8k5r5SEmR3_dATs8x618S3xAXs2WoVJZrsdF8Le9X42EnAzl5w2pnu0yn2dGsPJTi8z9mFxj3DSUvt7WSM09kNWlHUbHbTBpOde2_UmqCCbVc1FdFC8X6/s1600/nossasenhora03.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWgQWr26lpu_ST6jShf5FfbJo8k5r5SEmR3_dATs8x618S3xAXs2WoVJZrsdF8Le9X42EnAzl5w2pnu0yn2dGsPJTi8z9mFxj3DSUvt7WSM09kNWlHUbHbTBpOde2_UmqCCbVc1FdFC8X6/s400/nossasenhora03.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Basílica de Nossa Senhora Aparecida, na cidade que leva seu nome - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Há duas fontes sobre o achado da imagem, que se encontram no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida (anterior ao ano de 1743) e no Arquivo Romano da <a href="http://books.google.com.br/books?id=yPItnMufTq4C&lpg=PA146&dq=Companhia%20de%20Jesus&pg=PA146#v=onepage&q=Companhia%20de%20Jesus&f=false" target="_blank">Companhia de Jesus</a> (ARSI), em Roma, Itália. A história foi primeiramente registrada pelos Padres José Alves Vilela (1743) e João de Morais e Aguiar (1757).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A construção da atual Basílica (foto acima) foi iniciada em 1946 e assinada pelo engenheiro Benedito Calixto de Jesus. A inauguração aconteceu 21 anos depois, por ocasião da comemoração do 250º aniversário do encontro milagroso da imagem, ainda com o templo inacabado. É possível perceber alguma similaridade arquitetônica entre a Basílica de Nossa Senhora Aparecida e o Santuário Nacional da Imaculada Conceição (foto abaixo), situado em Washington D.C. Segundo o redentorista Júlio João Brustoloni, um religioso interessado na História da Igreja em Aparecida, a Basílica de Nossa Senhora Aparecida seria uma "cópia adaptada" (sic) do Santuário Nacional da Imaculada Conceição. (<a href="http://www.jornalolince.com.br/2011/jun/pages/panopticum-basilica.php" target="_blank">Clique aqui</a> e leia o artigo completo).</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #f8f8f8; color: #333333; font-family: Verdana, Helvetica, sans-serif, Arial; font-size: 11px; line-height: 20px;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #f8f8f8; color: #333333; font-family: Verdana, Helvetica, sans-serif, Arial; font-size: 11px; line-height: 20px;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirUO5MMegI7a6_cgwk5738jsGCldMzX84fWk73wm4xcNVIqSv-NsRwfqOUpEmZTUFi3B_drgAWvDA12LzpSQYpGWG6LlZPhqZXBcF7GQJQafQwdaLZeQy9bgZefcYRv4XT2FnMdDP5WaT0/s1600/091.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirUO5MMegI7a6_cgwk5738jsGCldMzX84fWk73wm4xcNVIqSv-NsRwfqOUpEmZTUFi3B_drgAWvDA12LzpSQYpGWG6LlZPhqZXBcF7GQJQafQwdaLZeQy9bgZefcYRv4XT2FnMdDP5WaT0/s640/091.jpg" width="456" /></a></div><div style="text-align: center;">(Santuário de Washington D.C. - Fonte: <a href="http://www.jornalolince.com.br/" target="_blank">Jornal Lince</a>)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div><br />
<div style="text-align: justify;">Nossa Senhora Aparecida compõe, também, o universo imagético da peça teatral "<i>O Auto da Compadecida</i>", escrita pelo romancista e poeta paraibano <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ariano_Suassuna" target="_blank">Ariano Suassuna</a>. "<i>Auto, como designado no título, é um tipo de encenação popular, corrente durante muito tempo no nordeste do Brasil, e que se propunha a um ensinamento religioso. Os autos tinham a função de levar ao público as exemplares vidas dos santos, assim como os atos que os dignificaram. O auto obedece a um modelo de composição, uma das formas teatrais e dramatúrgicas, que está muito ao gosto do povo, sua função sendo o de instrumento de catequese, didática pelo ensinamento teológico dos evangelhos, moralizante através do exemplo cristão da vida dos santos. Encenam-se nos autos, portanto, enredos populares, e no caso brasileiro renovado pelo caudal de elementos indígenas e africanos (lapinhas, pastoris, congadas, etc) e personagens folclóricos eivados do próprio povo</i>. <i>O Auto aqui é da compadecida, porque fala justamente de Nossa Senhora Aparecida, padroeira dos brasileiros."</i> (4)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMSQrhAj847lrYskuXVpLfw33SeztnNUvtM6foO8AOiaBd0-UbTXQ6f5HE4LSUuLXhKqdVkvyhx85ZOHUpnSAl7udY0gizax-oQT0gqJVn34jOyVZZ-fqqO5eZFqIfaflTJUY9lclU4MhZ/s1600/O_Auto_da_Compadecida_Frente.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMSQrhAj847lrYskuXVpLfw33SeztnNUvtM6foO8AOiaBd0-UbTXQ6f5HE4LSUuLXhKqdVkvyhx85ZOHUpnSAl7udY0gizax-oQT0gqJVn34jOyVZZ-fqqO5eZFqIfaflTJUY9lclU4MhZ/s640/O_Auto_da_Compadecida_Frente.JPG" width="454" /></a></div><div style="text-align: center;">(Projeto gráfico do longa "<i>O Auto da Compadecida</i>", de Ariano Suassuna - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Publicada originalmente em 1955, o livro alcançou sua 35ª edição em 2005. A obra "<i>O Auto da Compadecida</i>" pode ser compreendida como um documento sobre a sociedade brasileira, pois revela sua faceta burlesca ao retratar a figura humana (ainda que em uma condição miserável) sob a ótica cômica. O livro traz o texto de apresentação de autoria do escritor e compositor <a href="http://mundofantasmo.blogspot.com/" target="_blank">Bráulio Tavares</a> e ilustrações do cenógrafo e figurinista <a href="http://www.romerodeandradelima.com.br/ral/home.html" target="_blank">Romero de Andrade Lima</a>.</div><br />
<div style="text-align: justify;">Em 2000, dirigida por Guel Arraes, a obra "<i>O Auto da Compadecida</i>" ganhou sua adaptação para o cinema, com a inclusão de elementos narrativos presentes nas peças teatrais "<i>O Santo e a Porca</i>" e "<i>Torturas de um coração</i>", ambas de autoria de Suassuna.</div></div><div style="text-align: justify;"><br />
<br />
<br />
</div><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Dia das Crianças</span></b></div><div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div><div><div style="text-align: justify;">O Dia das Crianças é comemorado em diversos países, porém em datas diferentes. Já o dia Universal da Criança é comemorado em 20 de Novembro e foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (<a href="http://www.onu-brasil.org.br/" target="_blank">ONU</a>), em referência ao dia no qual foi aprovada a Declaração dos Direitos da Criança, em 1959.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As datas da celebração à criança variam de acordo com cultura local: em Moçambique, por exemplo, a comemoração ocorre no dia 1º de Junho para marcar o dia em que as forças Nazistas, em 1943, assassinaram cruelmente muitas crianças pequenas. Já na Nova Zelândia, aproveitando esse dia para passar mais tempo com a família e sem fins comerciais, a comemoração acontece no primeiro domingo de março.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKdW0ygpSdoLv3eVYkmC5ZXpYwSvKQHidHxoriFDZcJ6c-lWgyAtKOziCmnwHaPZXujT7jmsayV0CqAV5QqovOE7AI9d9stvT-RsEHdezhs8HPTCMTeaqcSQU9e81Ga2gIo442KE0YfrD0/s1600/estrela1960a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKdW0ygpSdoLv3eVYkmC5ZXpYwSvKQHidHxoriFDZcJ6c-lWgyAtKOziCmnwHaPZXujT7jmsayV0CqAV5QqovOE7AI9d9stvT-RsEHdezhs8HPTCMTeaqcSQU9e81Ga2gIo442KE0YfrD0/s640/estrela1960a.jpg" width="516" /></a></div><div style="text-align: center;">(Encarte de brinquedo Estrela, de 1960 - Fonte: <a href="http://www.girafamania.com.br/" target="_blank">Girafamania</a>)</div><br />
<br />
No Brasil, o Dia da Criança foi criado em 1924 pelo deputado federal <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Galdino_do_Valle_Filho" target="_blank">Galdino do Valle Filho</a>. Por essa ocasião, o deputado elaborou um Projeto de Lei e o arremeteu à Câmara. O dia 12 de Outubro foi então oficializado pelo presidente <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Artur_Bernardes" target="_blank">Arthur Bernardes</a> como o Dia das Crianças. Bernardes havia sido eleito por São Paulo e Minas Gerais, porém houve uma grande insatisfação das demais regiões brasileiras, que começavam a se cansar da política oligárquica que reinava no país. Assim, torna-se compreensível entender o motivo pelo qual a data em comemoração às crianças tenha sido instituída durante a presidência da Arthur Bernardes, como uma tentativa de popularização de seu governo.<br />
<br />
Entretanto, a data passou a ser efetivamente comemorada somente em 1960, através de uma promoção da Fábrica de Brinquedos Estrela, em parceria com a empresa de cosméticos e produtos farmacêuticos Johnson & Johnson. Para aumentar as vendas, a empresa lançou a "<i>Semana do Bebê Robusto</i>". A estratégia havia dado certo; a partir do ano seguinte passou-se a comemorar a "<i>Semana da Criança</i>". Assim, com o aumento das vendas de brinquedos em Outubro, todo o comércio começou a divulgar a data.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5oxjM0vMzQwTHa1J6mUHa97d78tnR-AJ1y4ov_ScJV_Os0Dnq21Fm7_Cn-4q8i_zMTZ8ye8pUrAR7xOOPOBgemI9jei4sK9yb4m9pfy9dck7TFcwIpsm-pXdH2lyitGfeKfar1p5LAkmB/s1600/estrela.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5oxjM0vMzQwTHa1J6mUHa97d78tnR-AJ1y4ov_ScJV_Os0Dnq21Fm7_Cn-4q8i_zMTZ8ye8pUrAR7xOOPOBgemI9jei4sK9yb4m9pfy9dck7TFcwIpsm-pXdH2lyitGfeKfar1p5LAkmB/s640/estrela.jpg" width="472" /></a></div><div style="text-align: center;">(Catálogo nº 33 dos brinquedos Estrela - 1969 a 1970 - Fonte: Internet)</div><br />
<br />
O <a href="http://cocada-preta.blogspot.com/2011/07/museu-dos-brinquedos.html" target="_blank">Museu dos Brinquedos</a>, em Belo Horizonte (MG), foi criado em 1986 por Luiza de Azevedo Meyer. O Museu conta com um acervo de aproximadamente 5.000 peças (nacionais e internacionais), dentre elas: bonecas, carrinhos, máquinas de costura, ferros de passar roupa, trenzinhos, velocípedes, pelúcias, cavalos de pau, fantoches, robôs, brinquedos musicais, livros infanto-juvenis e lanternas mágicas.</div></div><div><div><div><br />
<br />
<span style="color: #999999; text-align: justify;">-------------------------</span> <br />
<div><div>Fontes:<br />
<i>(1) "Leif Erickson" (http://guiadoestudante.abril.com.br)<br />
<br />
(2) "Viking" (www.klepsidra.net)</i><br />
<i><br />
(3) "Viking" (http://guiadoestudante.abril.com.br)<br />
<br />
(4) "O Auto da Compadecida" (http://www.kinodigital.ufba.br)</i></div></div></div></div></div>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-5730076775723391992011-09-27T14:18:00.007-03:002012-02-25T18:45:55.067-02:0027 de Setembro - Cosme e Damião<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Os gêmeos <i>Acta</i> e <i>Passio</i> (os nomes reais de <i>Cosme</i> e <i>Damião</i>) nasceram na Síria, no século III, onde estudaram Medicina. Mais tarde, exerceram a profissão na <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Civiliza%C3%A7%C3%A3o_egeia">Egéia</a> e na Ásia Menor. Por recusarem receber qualquer tipo de pagamento eram chamados anargiros, ou seja, "<i>desafeitos ao dinheiro</i>". A riqueza que mais os atraía era fazer de sua arte médica também o seu apostolado para a conversão dos pagãos, o que conseguiam a cada dia mais.</div></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiB5wmh6WhDela_u5-wmNba2la3wUK2GShB3koaK0_IZnCrIJgOMARF5IZOAoq_9sJE3e4-ATop6syZkx-TBdMghX5yTUqx1Q8N5s-jGTg5JfkL4IJXzWcNED8xFCKcGqSQ1g-5UUw3k4Ha/s1600/ss-cosme-e-damiao.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiB5wmh6WhDela_u5-wmNba2la3wUK2GShB3koaK0_IZnCrIJgOMARF5IZOAoq_9sJE3e4-ATop6syZkx-TBdMghX5yTUqx1Q8N5s-jGTg5JfkL4IJXzWcNED8xFCKcGqSQ1g-5UUw3k4Ha/s640/ss-cosme-e-damiao.jpg" width="468" /></a></div><div style="text-align: center;">(Os irmãos gêmeos Acta e Passio - Cosme e Damião - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Isso, obviamente, despertou a ira do então imperador, Diocleciano. Implacável perseguidor dos cristãos, os irmãos Cosme e Damião foram presos e acusados de feitiçaria, sendo forçados a negar sua fé. Negando a aceitação dos deuses pagãos, foram condenados à morte, em Ciro (Síria), onde foram sepultados. Muitos esforços foram feitos para demonstrar que Cosme e Damião não existiram de fato, na tentativa de serem considerados apenas a versão cristã dos filhos gêmeos pagãos de Zeus (<i>Castor</i> e<i> Pólux</i>).<br />
<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc0uxx_ibYg_UG0m0y8EHb1o2PmTUSVmHG5zf53-2CtSJbaJ10aop5fGOlRbdmltt81t175TJ9nudDfACb2b_O0kvwJZJGTw4l6s9XKgNnsOZOKqDBjPW2ZhFDHSxDvuhhZCEp7WXuDZal/s1600/250px-Grupo_de_San_Ildefonso_%2528Museo_del_Prado%2529_02.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc0uxx_ibYg_UG0m0y8EHb1o2PmTUSVmHG5zf53-2CtSJbaJ10aop5fGOlRbdmltt81t175TJ9nudDfACb2b_O0kvwJZJGTw4l6s9XKgNnsOZOKqDBjPW2ZhFDHSxDvuhhZCEp7WXuDZal/s640/250px-Grupo_de_San_Ildefonso_%2528Museo_del_Prado%2529_02.jpg" width="418" /></a></div><div style="text-align: center;">(<i>Castor</i> e <i>Pólux</i>, filhos de Zeus - Museu do Prado, em Madrid - Fonte: Wikipedia)</div><div style="text-align: justify;"><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv9T6wRkKBTQZOXudm-5sc27J7Xq33MLxnn13qN6Mo7Gv2BWyti_oaOziKPKDs3Ifuci7Jmoo-cuvQYI_vZ2-MQCR-aGxJOSFenGBDmX5vynOTVpuNM4981uQECNKhb4FUXr-0U_vz-AFA/s1600/Engraving+Of+Constellation+Gemini.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="276" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv9T6wRkKBTQZOXudm-5sc27J7Xq33MLxnn13qN6Mo7Gv2BWyti_oaOziKPKDs3Ifuci7Jmoo-cuvQYI_vZ2-MQCR-aGxJOSFenGBDmX5vynOTVpuNM4981uQECNKhb4FUXr-0U_vz-AFA/s400/Engraving+Of+Constellation+Gemini.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(<i>Castor</i> e <i>Pólux</i> formariam a constelação de Gêmeos - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div></div><div style="text-align: justify;">Segundo o mito dos filhos de Zeus, após a morte de Castor, Pólux teria recusado sua imortalidade enquanto permanecesse separado de seu irmão. Zeus não pôde convencer Hades, o deus dos mortos, a trazer Castor novamente à vida, ficando então acertado que os irmãos Castor e Pólux passariam metade do ano nos infernos e a outra metade, no Olimpo. (Uma outra versão mitológica nos diz que Zeus teria transformado Castor e Pólux na constelação de Gêmeos).</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: sans-serif; font-size: x-small;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 19px;"><br />
</span></span></div><div style="text-align: justify;">São Cosme e São Damião são considerados os padroeiros dos Farmacêuticos, das Faculdades de Medicina, dos barbeiros e cabeleireiros. São também os protetores dos orfanatos, creches e das doceiras.<br />
<br />
</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9zSW2g_0GhQPuwRWl5W6NRq4QgL2Z1ufLl7vCyaXU0y5X0KjSOe-7U7gXwDLbfi5yziKv4zXBLLnT-whJTL8Ja_Q4ILtqyjuL8ftDCAeSO7TIIJVFSfIn1zNWgGLKyQ7jsfWH4pSEiuOB/s1600/152042388_f0a7911dc4_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9zSW2g_0GhQPuwRWl5W6NRq4QgL2Z1ufLl7vCyaXU0y5X0KjSOe-7U7gXwDLbfi5yziKv4zXBLLnT-whJTL8Ja_Q4ILtqyjuL8ftDCAeSO7TIIJVFSfIn1zNWgGLKyQ7jsfWH4pSEiuOB/s640/152042388_f0a7911dc4_o.jpg" width="480" /></a></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"></span></span></div><div style="text-align: center;">(Igreja dos Santos Cosme e Damião, em Igarassu, na região</div><div style="text-align: center;">metropolitana do Recife/PE - Fonte: <a href="http://www.photography-discussions.info/en/OTTzQy7" target="_blank">Photography discussions</a>)</div><br />
<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;">No Brasil, em 1530, a igreja de Igarassu, em Pernambuco, consagrou os irmãos Cosme e Damião como padroeiros. (Vale lembrar que foi nesse período que o então Rei de Portugal, D. João III, organizou a primeira expedição com objetivos de colonização, comandada por Martin Afonso de Souza. O principal objetivo era povoar o território brasileiro, expulsando os invasores e iniciando o cultivo de cana-de-açúcar). "<i>O europeu que, forçando a tradição bíblica, fizera do deus dos hebreus o rei dos homens, agora tinha de incluir aquela indianidade pagã na humanidade do passado.</i>" (1)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Na Umbanda, Cosme e Damião foram crianças que desenvolveram a vocação para medicina desde muito cedo, colocando em prática seus conhecimentos na área. Eles teriam morrido com cerca de 40 anos e a oferenda de balas serviria para que os doadores protegessem os espíritos de seus filhos, preservando-os contra doenças. Na Umbanda, além de Cosme e Damião também é homenageado <i>Doum</i>, igualmente médico e pediatra, espírito <i>Ogum</i> (que teria desfrutado de vida terrena). </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEjPN-Makepno9pfiXanNJnxDjJCOaoJ6D5EJpVHc_M1YSTXbDa50UnfVoNnHUgymvSoi4WmkeEqWnLGeaF-A3gOUA2Ldbn7qQqnSB1sdTPi05zCVI_fKIwq-A-rpDq3m9lb_e2PzuAhdg/s1600/ibeji.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEjPN-Makepno9pfiXanNJnxDjJCOaoJ6D5EJpVHc_M1YSTXbDa50UnfVoNnHUgymvSoi4WmkeEqWnLGeaF-A3gOUA2Ldbn7qQqnSB1sdTPi05zCVI_fKIwq-A-rpDq3m9lb_e2PzuAhdg/s640/ibeji.jpg" width="508" /></a></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span">(</span><span class="Apple-style-span"><i>Ibejì</i> ou <i>Ìgbejì</i>, a divindade gêmea da vida, protetor </span>dos gêmeos,</div><div style="text-align: center;">segundo a mitologia Yorubá - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div><div style="text-align: justify;">Na tradição católica, a festa a Cosme e Damião é celebrada em 26 de Setembro. Já no Candomblé, as oferendas realizadas pelo Umbandismo se estendem de hoje (27 de Setembro) até o dia 12 de Outubro (Dia das Crianças e também de Nossa Senhora Aparecida, pela tradição católica). O ritual consiste em depositar, em um jardim ou parque, doces, refrigerante de guaraná, velas azuis (para homenagear meninos) e rosas, para meninas. Durante a festa em comemoração aos santos gêmeos, as igrejas e os templos das religiões afro-brasileiras são enfeitados com bandeirolas e alegres desenhos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_kFLvLikOAGNuW2jAsiQVE6SVcd-86L2zGcDcAMhTTwC7a7R293yQCw2ziJ1t0m6WDQz4XgQ1iBiWr3Neik53I4mRyDNjxdKHO0MxaBpYw2IbreyfLXEFycpL5zTldV-rpq_Mrp8c4HCl/s1600/cosme_dami%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_kFLvLikOAGNuW2jAsiQVE6SVcd-86L2zGcDcAMhTTwC7a7R293yQCw2ziJ1t0m6WDQz4XgQ1iBiWr3Neik53I4mRyDNjxdKHO0MxaBpYw2IbreyfLXEFycpL5zTldV-rpq_Mrp8c4HCl/s400/cosme_dami%25C3%25A3o.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Altar dos Santos Cosme e Damião - Foto: Marco Boaventura - Fonte: Internet)</div><br />
<br />
<span class="Apple-style-span">Entre as divindades africanas, </span><i>Ìgbejì</i><span class="Apple-style-span"> indica a contradição, os opostos que caminham juntos, a dualidade. </span><i>Ìgbejì</i><span class="Apple-style-span"> mostra que todas as coisas, em todas as circunstâncias, têm dois lados e que a justiça só pode ser feita se as duas medidas forem pesadas. </span><span class="Apple-style-span">Na África, o <i>Ìgbejì</i> é indispensável em todos os cultos; seu poder<i> </i>jamais pode ser negligenciado, pois o que um Orixá faz, </span><i>Ìgbejì</i><span class="Apple-style-span"> pode desfazer porém, o que um </span><i>Ìgbejì</i><span class="Apple-style-span"> faz, nenhum outro Orixá desfaz. </span><br />
<br />
O <i>Erê</i>, comumente confundido com <i>Ìgbejì</i> é, na verdade, segundo os preceitos da Umbanda, o intermediário entre a pessoa e seu Orixá, "<i>é o aflorar da criança que cada um guarda dentro de si; reside no ponto exato entre a consciência da pessoa e a inconsciência do Orixá. É por meio do Erê que o Orixá expressa sua vontade, que o noviço aprende as coisas fundamentais do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Candombl%C3%A9" target="_blank">Candomblé</a>, como as danças e os ritos específicos de seu Orixá</i>." (2). A música "<i>O Erê</i>", da banda Cidade Negra, revela as características do estado pueril e inocente do <i>Erê</i>: "<i>O mundo visto / De uma janela / Pelos olhos / De uma criança /</i> <i>O Erê, é a criança / Sincera, convicção / Fazendo a vida / Como o sol nos traz... / Você sabe / Que o sentimento não trai / Um bom sentimento não trai..."</i></div><div style="text-align: justify;"><br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="445" src="http://www.youtube.com/embed/HcMX8XygWf8" width="555"></iframe><br />
<br />
<br />
</div></div><br />
<span style="color: #999999; text-align: justify;">-------------------------</span> <br />
Fontes:<i><br />
(1) RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro. Ed Companhia das Letras, São Paulo, 1995.<br />
<br />
(2) "Erê" (http://pt.wikipedia.org/wiki/Erê)</i>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-43873019231277893502011-09-16T17:05:00.006-03:002012-02-25T18:43:49.938-02:00Um pé de quê?<div><div style="text-align: justify;">Você sabe identificar uma árvore? O programa "<a href="http://www.umpedeque.com.br/umpedeque.php">Um pé de quê?</a>", sob apresentação de Regina Casé, foi criado e produzido pela Pindorama Filmes e é exibido pelo Canal Futura.</div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilcfaqcZy76BK5CAy3d_s9C3FeDlqKqTlBaRrEUKVn7sG3Sg91IyCPy4DzXSKErRgNgcAefyzBFG_CIBq6eiwmcL54Nn45bSnwJBFFTjrXU5Vp5MC4PpYkjAXOL1Q_ig5jWZvoiypYfnQn/s1600/updq_1276489614.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilcfaqcZy76BK5CAy3d_s9C3FeDlqKqTlBaRrEUKVn7sG3Sg91IyCPy4DzXSKErRgNgcAefyzBFG_CIBq6eiwmcL54Nn45bSnwJBFFTjrXU5Vp5MC4PpYkjAXOL1Q_ig5jWZvoiypYfnQn/s400/updq_1276489614.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Fonte: <a href="http://www.pindoramafilmes.com.br/">Pindorama Filmes</a>)</div><br />
<div style="text-align: justify;">O programa tem como eixo a apresentação mórfica das plantas. A cada novo vídeo, através de uma abordagem histórica sobre a origem de nossas árvores e frutas, o programa envolve aspectos da rica culinária brasileira, da tecnologia e antropologia, sempre com uma abordagem bem descontraída. </div><br />
<div style="text-align: justify;">O site possui um <a href="http://www.umpedeque.com.br/guia_nome.php">acervo dos vídeos</a> que já foram exibidos na TV e ainda conta com um <a href="http://www.umpedeque.com.br/glossario.php">glossário</a>, com informações que auxiliam a identificação dos vocábulos de nossa flora. Abaixo, o vídeo do programa "<i>Um pé de quê?</i>", que conta a origem e história do abacate:</div></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="435" src="http://www.youtube.com/embed/Hqk-CoBJKdk" width="565"></iframe></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span><br />
<div style="text-align: justify;">Estevão Ciavatta, um dos idealizadores do projeto juntamente com Casé, comenta que as viagens que fizeram pelo Brasil durante os primeiros anos do programa revelaram a degradação de nossa fauna e flora, além da deterioração das paisagens naturais. "<i>Foi ficando claro que algo estava muito errado no ontem e hoje do Brasil. Em 2004 fizemos a primeira série totalmente dedicada a um bioma específico: a Amazônia. Os dados eram alarmantes, a velocidade da destruição estonteante, visitamos com dor no coração áreas devastadas onde enormes Castanheiras remanescentes testemunhavam o fim do que há poucos tinha sido uma floresta exuberante. Em compensação, conhecemos de perto a generosidade da Seringueira, do Assacú, da Sumaúma, do Tucumã e de todos que convivem com essas árvores. Nunca vou me esquecer de um almoço numa localidade remota do Marajó onde comi um do melhores almoços de minha vida: camarão, farinha e açaí</i>." (1)</div><br />
<br />
<span style="color: #999999; text-align: justify;">-------------------------</span> <br />
Fonte:<br />
<i>(1) "Um pé de quê?" (http://www.umpedeque.com.br/umpedeque.php)</i></div>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-901565030349041592011-09-13T21:11:00.006-03:002012-02-25T18:41:26.899-02:00Macunaíma, o herói sem nenhum caráter<div style="text-align: justify;">A obra "<i>Macunaíma</i>" foi escrita em 1928 pelo modernista Mário de Andrade. Carente de um editor para sua publicação, a obra foi impressa em uma tiragem de apenas 800 exemplares. A história tem como personagem que intitula a obra o índio Macunaíma, considerado um anti-herói (ou, <i>o herói sem nenhum caráter</i>). A natureza ambivalente e contraditória de Macunaíma está contida em seu próprio nome, composto da raiz <i>maku</i> ("<i>mau</i>") e o sufixo <i>-ima</i> ("<i>grande</i>"). Assim, o personagem Macunaíma configura-se sob um parâmetro dual: é <i>bom e mau, corajoso e covarde, capaz e inapto</i>. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEge6snVaMdXSlgLhc9WsmYLItXlDiI7xFnJWjwpjI-ddbCsHv1kAQJeXOSnBlo8wgGnjVV2a4cxTUmpD4IP-h8dLCqJxwzBhVgf0SDglwU-F2-iwH0xmoKnTwYux007IZZ_MS1Z3tbqH9Ts/s1600/batizado-macunaima-tarsila.jpg" imageanchor="1"><img border="0" height="215" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEge6snVaMdXSlgLhc9WsmYLItXlDiI7xFnJWjwpjI-ddbCsHv1kAQJeXOSnBlo8wgGnjVV2a4cxTUmpD4IP-h8dLCqJxwzBhVgf0SDglwU-F2-iwH0xmoKnTwYux007IZZ_MS1Z3tbqH9Ts/s320/batizado-macunaima-tarsila.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">("<i>O Batizado de Macunaíma</i>", de Tarsila do Amaral, 1956 - Fonte: Internet)</div><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O Modernismo brasileiro tinha como principal objetivo a reorganização dos elementos artísticos, exaltando a cultura popular nacional. Os Modernistas criticavam os valores antigos (o passadismo cultural) dominante no meio acadêmico, nos teatros e na política cultural vigente do Estado brasileiro.</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Geneva, Arial, Helvetica, san-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 12px; line-height: 19px;"><br />
</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><b><br />
</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><b>"Macunaíma", o filme</b></span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div><div style="text-align: justify;">Dirigido e produzido por Joaquim Pedro de Andrade em 1969, o filme "<i>Macunaíma</i>" foi baseado na obra modernista de Mário de Andrade. O longa foi lançado um ano após a decretação do AI-5 (Ato Institucional nº 5), enfrentando obstáculos impostos pela Ditadura Militar e sofrendo 15 cortes na primeira passagem pela censura.</div><br />
<div style="text-align: justify;">A preocupação com o caráter nacional (a definição do que é <i>brasileiro</i>), a reorganização dos elementos artísticos e assimilação das ideias europeias (de modo a ajustá-las às singularidades culturais brasileiras) foi um dos traços mais marcantes do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Modernismo" target="_blank">Modernismo</a>. Nas palavras do próprio Joaquim, sobre a compreensão da influência antropofágica em seu longa: "<i>A antropofagia não é uma idéia nova no Brasil. Mas eu demorei muito a entender o alcance político das idéias de Oswald de Andrade, por exemplo, que redigiu seu manifesto antropofágico antes de 1930. A antropofagia é a denúncia de uma condição primitiva de luta, uma luta resumida ao seu nível mais primário. Uma dentada, afinal de contas, destrói muito pouco</i>." (1)</div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Esteticamente podemos categorizar o filme "<i>Macunaíma</i>" na intersecção entre o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Modernismo_no_Brasil" target="_blank">Modernismo brasileiro</a> e o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cinema_Novo" target="_blank">Cinema Novo</a> (movimento cultural nasceu de jovens cineastas em resposta à falência de companhias cinematográficas paulistas na busca pela produção de um cinema barato). Com a ideia de "<i>uma câmera na mão e uma idéia na cabeça</i>", os filmes produzidos durante o Cinema Novo tinham como enfoque a realidade social, a política e o subdesenvolvimento do Brasil.</div><div style="text-align: justify;"><div class="MsoNormal"><div style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></span></span></div><div style="line-height: normal;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></span></span></div><div style="line-height: normal;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiuXWaJ06Jc0b80GUzIZzznDdrkZiu9X-dFy884HyoDjMGlt0PT1U1uGNOgAk5FmONESLcoqsenzuKkcc_CZLzSHAbfc6Jz4_LLY-is5BiOl7wzJqUpUTLqA9cj13DNCFpCzcZA46vDwel/s1600/macunaima-poster02.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiuXWaJ06Jc0b80GUzIZzznDdrkZiu9X-dFy884HyoDjMGlt0PT1U1uGNOgAk5FmONESLcoqsenzuKkcc_CZLzSHAbfc6Jz4_LLY-is5BiOl7wzJqUpUTLqA9cj13DNCFpCzcZA46vDwel/s640/macunaima-poster02.jpg" width="417" /></a></div><div style="text-align: center;">(Primeiro poster de divulgação do filme "<i>Macunaíma</i>", de 1969 - Fonte: Internet)</div><br />
<br />
Podemos observar isto de modo bastante claro nos minutos iniciais do filme. O nascimento de Macunaíma faz alusão ao nascimento do próprio brasileiro. Logo após o parto, a "mãe" (uma mulher masculina e branca, como metáfora do europeu colonizador), possui apenas o sentimento de desprezo pelo filho. "<i>O primeiro brasileiro consciente de si foi, talvez, o mameluco, esse brasilíndio mestiço na carne e no espírito, que não podendo identificar-se com os que foram seus ancestrais americanos - que ele desprezava -, nem com os europeus - que o desprezavam -, e sendo objeto de mofa dos reinóis e dos lusonativos, via-se condenado à pretensão de ser o que não era nem existia: o brasileiro</i>." (2)</div><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 24px;"><br />
</span></div></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white;"><span id="goog_1651104792"></span><span id="goog_1651104793"></span></span></span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf-kT2LfANc2-FVVVhI-UaMinj2QZqpyWJLh_zX8P0hMnoDv_IFjP2lY0rF5cJgXuRgtY1yuo1vn71BnzxnwKtgZuodaZ9dil9f81njpdw1T5NQrTfsnUpoC-ZRBwVq3psF_ilq3Ectfp5/s1600/macunaima.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="291" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf-kT2LfANc2-FVVVhI-UaMinj2QZqpyWJLh_zX8P0hMnoDv_IFjP2lY0rF5cJgXuRgtY1yuo1vn71BnzxnwKtgZuodaZ9dil9f81njpdw1T5NQrTfsnUpoC-ZRBwVq3psF_ilq3Ectfp5/s400/macunaima.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Cena do filme "<i>Macunaíma</i>", de Joaquim Pedro de Andrade. </div><div style="text-align: center;">Macunaíma, interpretado por Grande Otelo, sendo parido pela "mãe",</div><div style="text-align: center;">interpretado pelo ator Paulo José)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Outra metáfora para a "mãe" ser configurada como uma mulher masculina talvez se deva ao fato de que, para os índios, "<i>a mulher é apenas um saco em que o macho deposita sua semente. Quem nasce é o filho do pai, e não da mãe, assim visto pelos índios</i>." (3) Sob uma ótima neo-antropofágica do Tropicalismo, o filme "<i>Macunaíma</i>", de Joaquim de Andrade (filho de Rodrigo Melo Franco de Andrade, o fundador do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Instituto_do_Patrim%C3%B4nio_Hist%C3%B3rico_e_Art%C3%ADstico_Nacional" target="_blank">IPHAN</a> - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), pode ser considerado como uma alegoria do Brasil moderno. Segundo Darcy Ribeiro, "<i>o brasilíndio como o afro-brasileiro existiam numa terra de ninguém, etnicamente falando, e é a partir dessa carência essencial, para livrar-se da ninguendade de não-índios, não-europeus e não-negros, que eles se vêem forçados a criar sua própria identidade étnica: a brasileira</i>." (4)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Durante o longa os demais personagens (Jiguê, Sofara, Maanape, Ci e Venceslau Pietro Pietra) estruturam a premissa modernista da obra de Mário de Andrade. Venceslau Pietro Pietra, por exemplo, reflete a cultura aristocrática vigente, que exaltava o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Romantismo" target="_blank">Romantismo</a> do século XIX europeu, descartando a cultura popular brasileira.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ8SMeY3Dxr6snU4s5pgNyCewRCORP_zX7_g9fRyXyZkHJeMbkAArEa5r56T7n9nBWAPh2QaiNQD1LJmk8_XjxC9A8dh_CgFu_sVHugPnkl2xJvvrkegSBu5PWSwuWE79BUEDYXuN6CQFE/s1600/macu.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="141" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ8SMeY3Dxr6snU4s5pgNyCewRCORP_zX7_g9fRyXyZkHJeMbkAArEa5r56T7n9nBWAPh2QaiNQD1LJmk8_XjxC9A8dh_CgFu_sVHugPnkl2xJvvrkegSBu5PWSwuWE79BUEDYXuN6CQFE/s400/macu.jpg" width="400" /></a></div></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div style="text-align: center;">(Em "<i>Macunaíma</i>", à esquerda, Grande Otelo como Macunaíma negro; à direita,</div><div style="text-align: center;">Macunaína "renascido" como homem branco, interpretado pelo ator Paulo José)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A transformação de Macunaíma criança para a idade adulta é marcada visivelmente pela transformação de sua cor. Não é possível perceber nenhum tipo de envolvimento emocional entre Macunaíma (já "branco") e seu primeiro descendente (interpretado novamente por Grande Otelo). As poucas falas com o filho resumem-se em: "<i>Vai, filho. Cresce depressa para você ir a São Paulo e ganhar muito dinheiro.</i>"</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEii3ZJ1VMTdu3bG9KL0KahbUD261GeUZfzZXHYsUbFerRVTUheuqBbtiSXlTewrvIMc1C6xou1_XfTmds5Ps8NO7U39IxqPhE6GhmlcaAO1j0AakJKMqpJqHJ7nWhNC205OOGGhx7auhWGg/s1600/macunaima2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEii3ZJ1VMTdu3bG9KL0KahbUD261GeUZfzZXHYsUbFerRVTUheuqBbtiSXlTewrvIMc1C6xou1_XfTmds5Ps8NO7U39IxqPhE6GhmlcaAO1j0AakJKMqpJqHJ7nWhNC205OOGGhx7auhWGg/s400/macunaima2.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Cena de "<i>Macunaíma</i>", de 1969 - À esquerda, o personagem Macunaíma "branco",</div><div style="text-align: center;">interpretado por Paulo José; à direita, seu filho, interpretado por Grande Otelo)</div><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Darcy Ribeiro, em "<i>O Povo Brasileiro</i>", analisa que o reconhecimento de um brasileiro por seu concidadão talvez se dê justamente por sua não-identificação, sendo "<i>bem provável que o brasileiro comece a surgir e reconhecer-se a si próprio mais pela percepção de estranheza que provocava no lusitano, do que por sua identificação como membro das comunidades socioculturais novas, porventura também desejoso de remarcar sua diferença e superioridade frente aos indígenas.</i>" (5)</div><br />
<div style="text-align: justify;">O filme "<i>Macunaíma</i>", tendo como história base a obra de Mário de Andrade, ganha um corpo original na direção de Joaquim Pedro de Andrade; pode-se dizer que o longa seria uma espécie de crítica alegórica ao período da Ditadura Militar no Brasil. "<i>Macunaíma, o herói sem nenhum caráter</i>" torna-se o símbolo de um Brasil em crise de identidade, sem noção de coletividade, que devora a si mesmo.</div><br />
<br />
<span style="color: #999999; text-align: justify;">-------------------------</span> <br />
Fontes:<br />
<i>(1) "Macunaíma" (www.febf.uerj.br/tropicalia/tropicalia_joaquim_pedro.html)<br />
<br />
(2) RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro. Ed Companhia das Letras, São Paulo, 1995.<br />
<br />
(3) Idem, Ibidem, pg. 108.<br />
<br />
(4) Idem, Ibidem, pg. 131.<br />
<br />
(5) Idem, Ibidem, pg. 127.</i></div>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-83261123548777536892011-09-09T00:51:00.074-03:002012-02-25T18:38:59.646-02:00Biblioteca Digital Mundial<div style="text-align: justify;">A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) lançou em 2009 a <a href="http://www.wdl.org/pt/">Biblioteca Digital Mundial</a>, que permite a consulta gratuita pela internet do acervo de grandes bibliotecas e instituições culturais de inúmeros países, entre eles o Brasil. Reproduções das mais antigas grafias e fotografias estão entre os vários documentos raros apresentados em sete idiomas (árabe, chinês espanhol, francês, inglês, português e russo).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: black; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjauu8ACNcxApjSWhURi9C4kh_0RD3Bl7PUlXIgFJRgPUHxBr9Uk0dZuBusslT2IHKa4AxMFPoe1VoRq37zxLah8jvLFfjgvPuMpUxZ3I9goO5bTFVCPn5g6snY13mYN5HNRoewy-gNhPfd/s1600/Manuscrito03_1410+.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjauu8ACNcxApjSWhURi9C4kh_0RD3Bl7PUlXIgFJRgPUHxBr9Uk0dZuBusslT2IHKa4AxMFPoe1VoRq37zxLah8jvLFfjgvPuMpUxZ3I9goO5bTFVCPn5g6snY13mYN5HNRoewy-gNhPfd/s400/Manuscrito03_1410+.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;">(Manuscrito Enciclopédico de 1410)</div><div style="color: black; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 19px; orphans: 2; text-align: justify; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span"><span class="apple-style-span"><span style="background-color: white; line-height: 19px;"><br />
</span></span></span></span></span></div><div style="color: black; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 19px; orphans: 2; text-align: justify; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span"><span class="apple-style-span"><span style="background-color: white; line-height: 19px;"><br />
</span></span></span></span></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEMJHjFIzk4VtpqBCeR4vuS7YkOx0pbMNVM6C7qaEocSZHk-gRZbjWdxuq-l_KdUq-KAIItQMamhr1sWksROE9HHB26rRZDDRe1REaJnAsPVBpqenq6N10M7b8bAH14BPiNZJKpIOFDJKQ/s1600/Manuscrito01_1410+.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEMJHjFIzk4VtpqBCeR4vuS7YkOx0pbMNVM6C7qaEocSZHk-gRZbjWdxuq-l_KdUq-KAIItQMamhr1sWksROE9HHB26rRZDDRe1REaJnAsPVBpqenq6N10M7b8bAH14BPiNZJKpIOFDJKQ/s400/Manuscrito01_1410+.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;">(Manuscrito Enciclopédico de 1410)</div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">O manuscrito sobre <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Papel_velino">velino</a> (acima) foi produzido no sul da Alemanha em torno de 1410. Contém desenhos feitos em bico de pena, com textos explicativos em alemão e latim. Alguns desenhos mostram a terra e sete planetas; o homem do Zodíaco (um homem nú mostrado com os 12 signos do zodíaco, cada um relacionado a uma parte específica do corpo).</div><div style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 19px; orphans: 2; text-align: justify; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span"><span class="apple-style-span"><span style="background-color: white; line-height: 19px;"><br />
</span></span></span></span></span></div><div style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 19px; orphans: 2; text-align: justify; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span"><span class="apple-style-span"><span style="background-color: white; line-height: 19px;"></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;">Da coleção Jay I. Kislak, a escultura de cerâmica amarelada pintada (abaixo) foi feita ao sul de Veracruz, no México, em 600-900 AD, ou no Último Período Clássico da Civilização Mesoamericana. "<i>Os estudiosos tradicionalmente definem a Mesoamerica como uma região cultural compreendendo os países modernos do México, Guatemala, Belize, Honduras Ocidental e el Salvador. Sua história é dividida em Período Arcaico (circa 12,000-1500 BC), Período Pré-Clássico ou Formativo (circa 1500-200 AD), Período Clássico (circa 200-900 AD) e Período Pós-Clássico (circa 900-1500 AD). O jaguar tropical era uma criatura sagrada importante em grande parte da Mesoamérica, cujos povos acreditavam que eles possuiam os espíritos acompanhantes do animal ou co-essências. Estas formas animais ou compostas eram frequentemente retratadas através de vários meios artísticos</i>." (1)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBwRPcWIg9gKmAyfxBcJtfMVRphbANdqXnkValoQIB8YwpikgREhUKYNlcfO-U-dmZ0CO1C2eBYsSLErD64luUR3iGUxQoy-rt1jZcToSvDgTE55S5AWTjQUDTKRxbm5FL88PqQ1BoWtm0/s1600/jaguarVII+ao+s%25C3%25A9culo+X+.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBwRPcWIg9gKmAyfxBcJtfMVRphbANdqXnkValoQIB8YwpikgREhUKYNlcfO-U-dmZ0CO1C2eBYsSLErD64luUR3iGUxQoy-rt1jZcToSvDgTE55S5AWTjQUDTKRxbm5FL88PqQ1BoWtm0/s400/jaguarVII+ao+s%25C3%25A9culo+X+.jpg" width="316" /></a></div><div style="text-align: center;">(Escultura Monumental de Jaguar, século VII ao século X)</div><br />
<br />
<div><div style="text-align: justify;">Nesta escultura, a modelagem do corpo é mais humana do que felina, conotando a divinização do animal. Os jaguares eram os mecenas e protetores especiais dos reis, bem como divindades que representavam o sol no seu aspecto noturno. Muitos reis maias escolhiam o nome "<i>Balam</i>", que significa "<i>jaguar</i>", quando subiam ao trono. Esta escultura, em particular, é pouco comum por tratar-se de uma figura de corpo inteiro. Originalmente, ela pode ter ladeado o trono de um lorde ou rei maia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><br />
<div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6GaLUIHHTwCk9p8oZBIL_oi4zs5OPLLENrOk7apTV63b3tMZkffKNqE-Hp5VV09vM_yKZcEMpFZiLgBxbE8aLdEk-O5pXP7efKg2jBlCei_Dzs8_6yYFKlkR47EpnxdXqBSXc3ziX2Dvg/s1600/therezachristina_ultimaimperatrizBrasil.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6GaLUIHHTwCk9p8oZBIL_oi4zs5OPLLENrOk7apTV63b3tMZkffKNqE-Hp5VV09vM_yKZcEMpFZiLgBxbE8aLdEk-O5pXP7efKg2jBlCei_Dzs8_6yYFKlkR47EpnxdXqBSXc3ziX2Dvg/s400/therezachristina_ultimaimperatrizBrasil.jpg" width="328" /></a></div><div style="text-align: center;">(Thereza Christina, nascida em 1822, foi a última imperatiz do Brasil.<br />
Filha do Rei Francisco I e de Maria Isabella, da Espanha. Thereza Christina e D. Pedro II<br />
permaneceram casados por 46 anos. Thereza morreu em 1889).</div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Como parte do acervo da Biblioteca Digital Mundial também é possível ter acesso a <a href="http://www.wdl.org/pt/search/gallery?ql=por&s=Cole%C3%A7%C3%A3o+Thereza+Christina+Maria">Coleção Thereza Christina Maria</a>, que compõe mais de 20.000 fotografias, reunidas pelo Imperador Pedro II e por ele doadas à Biblioteca Nacional do Brasil. A coleção inclui uma grande variedade de assuntos. Documenta as conquistas do Brasil e do povo brasileiro no século XIX, e também inclui muitas fotografias da Europa, África e da América do Norte. </div><br />
<br />
<span style="color: #999999; text-align: justify;">-------------------------</span> <br />
Fonte:<i><br />
(1) "Escultura Monumental de Jaguar" (www.wdl.org/pt/item/2659)</i></div>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-45874979140805416942011-09-02T23:29:00.002-03:002012-02-25T18:35:04.723-02:00Ex isto<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqnboP3AWmjyK9O1bt48e2k_pio0ig0Td8vy9go9CVhNNq2OgQ3vRrQSLLil8aS5ZKCbkc5lTt5r5YkeZCXv878B8W7Y1w_o1aWRZNhk_nQzk1QctSzt07fGcXSVq8u-simBmqVI_bp9aw/s1600/Ex-Isto-6-Descartes-na-praia-Ator-Jo%25C3%25A3o-Miguel-Divulga%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqnboP3AWmjyK9O1bt48e2k_pio0ig0Td8vy9go9CVhNNq2OgQ3vRrQSLLil8aS5ZKCbkc5lTt5r5YkeZCXv878B8W7Y1w_o1aWRZNhk_nQzk1QctSzt07fGcXSVq8u-simBmqVI_bp9aw/s400/Ex-Isto-6-Descartes-na-praia-Ator-Jo%25C3%25A3o-Miguel-Divulga%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: center;">(Descartes interpretado pelo ator João Miguel, no filme </div><div style="text-align: center;">"<i>Ex isto</i>", de Cao Guimarães - Fonte: <a href="http://pipocamoderna.com.br/" target="_blank">Pipoca Moderna</a>)</div><div><br />
</div><br />
<div style="text-align: justify;">O filme "<i>Ex isto</i>", dirigido por Cao Guimarães, é inspirado na obra "<i>Catatau</i>", publicado em 1975 pelo poeta e escritor curitibano <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Leminski" target="_blank">Paulo Leminski</a>. A partir da premissa da vinda de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ren%C3%A9_Descartes" target="_blank">René Descartes</a> ao Brasil junto com o holandês <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Maur%C3%ADcio_de_Nassau" target="_blank">Maurício de Nassau</a>, "<i>Ex isto</i>" procura recriar o universo da prosa experimental de Leminski. </div><br />
<div style="text-align: justify;">Matemático, físico e filósofo francês, considerado como "<i>o pai da matemática moderna</i>" e "<i>o pai da filosofia modern</i>a", Renatus Cartesius (nome em latim de Descartes durante a Idade Moderna), ao sugerir a fusão da álgebra com a geometria, acabou por contribuir no campo da matemática com o sistema de coordenadas cartesianas.</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtNaFaL6M_3GOjH0h_f9TatVZLzQUl3v3zlHzT634jkBNwOLtFv6mzEhRVhmh80PyNjkUu43L__Yc-BOsi7uTWAnKXNP1pexRm6-xFTxYvJm2pzSGlje5G4G1On3f44qWM8G91wzYTnUex/s1600/ex-isto-filme.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="255" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtNaFaL6M_3GOjH0h_f9TatVZLzQUl3v3zlHzT634jkBNwOLtFv6mzEhRVhmh80PyNjkUu43L__Yc-BOsi7uTWAnKXNP1pexRm6-xFTxYvJm2pzSGlje5G4G1On3f44qWM8G91wzYTnUex/s400/ex-isto-filme.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Descartes interpretado pelo ator João Miguel, no filme </div><div style="text-align: center;">"<i>Ex isto</i>", de Cao Guimarães - Fonte: <a href="http://pipocamoderna.com.br/" target="_blank">Pipoca Moderna</a>)</div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Durante o filme há a aparição de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Piet%C3%A0" style="text-align: justify;" target="_blank">Pietà</a>, sendo interessante observar que essa imagem simboliza a mística cristã, atribuindo um caráter de devoção, piedade, pertinente ao período Renascentista da Idade Moderna; período este marcado pela tentativa de "reacender" ideias e valores de civilizações antigas de Grécia e Roma. (Para o filósofo <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Jules_Michelet" style="text-align: justify;" target="_blank">Michelet</a>, o Renascimento poderia ser compreendido entre 1400 a aproximadamente 1600, presenciando tanto "a descoberta do mundo" quanto "a descoberta do homem").</div><br />
<div style="text-align: justify;">A obra "<i>Catatau</i>", de Leminski, foi considerada por muitos um texto difícil, o que fez o poeta repensar, logo em seguida ao lançamento do livro, um contexto de aproximação da poesia com o universo do cotidiano. Nas palavras do próprio Leminski: “<i>O Catatau é o fracasso da lógica cartesiana branca no calor, o fracasso do leitor em entendê-lo, emblema do fracasso do projeto batavo, branco, no trópico." (1) Leminski pode ser considerado como "um representante da segunda geração da poesia concreta, aquela que é uma resposta de sua geração ao gesto revolucionário do movimento tropicalista, encontrado no trabalho de Caetano Veloso, Gilberto Gil, José Celso Martinez Correia, entre outros.</i>" (2) </div><br />
<div style="text-align: justify;">O programa "<i>Entrelinhas</i>" (TV Cultura) entrevistou o diretor e artista plástico <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cao_Guimar%C3%A3es_(cineasta)">Cao Guimarães</a>, que conta um pouco sobre sua experiência com a obra de Leminski, e como a obra do poeta de influência concretista o levou a produzir o longa-metragem:</div><br />
<div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="345" src="http://www.youtube.com/embed/zTpCtCaobq8" width="560"></iframe></div><div><br />
</div><div style="text-align: center;">Assista abaixo ao trailer de "<i>Ex isto</i>":</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="345" src="http://www.youtube.com/embed/5izGFCHFpcE" width="560"></iframe></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #999999;">-------------------------</span> </div>Fonte:<br />
<i>(1) LEMINSKI, Paulo. Catatau. Travessa dos Editores, Curitiba, 2004.<br />
<br />
(2) "Paulo Leminski" (http://busca.unisul.br/pdf/85041_Caio.pdf)</i>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-35178737269491289492011-08-29T16:46:00.032-03:002012-02-25T18:31:29.879-02:00O "inclassificável" Brasil<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-outline-level: 1;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman';"></span></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Primeiramente é importante enfatizar que para compreender um<i> povo</i> (suas vivências e a forma como cada grupo pensa sua sociedade) é necessário conhecer sua história de modo abrangente, em todas as suas vertentes, tendo a consciência de que a análise do grupo étnico em questão não estará deturpada apenas se abandonarmos nossos preconceitos pessoais e não isolarmos os fatos históricos do contexto. Dessa forma, quando se estuda um grupo étnico não há o emprego de termos como "<i>culto</i>" ou "<i>inculto</i>", "<i>bom</i>" ou "<i>ruim</i>", pois estas são terminologias rasas que se fundamentam tendo como base de julgamento uma outra vivência cultural. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj79kxd56UC3EKuYvfIsdGP8eORaOgmc36pufuSZOoqAjJGMzxAsCGbmsTW4emdKbNPWU6d4LW-rEQISx07cQ3KDGOcfxDeHZl2AjzYNcKXSUoTqpd69rUBqR1EsejLxDb_9HeR_aI8tdno/s1600/20090923215189_brasil_e_cultura.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj79kxd56UC3EKuYvfIsdGP8eORaOgmc36pufuSZOoqAjJGMzxAsCGbmsTW4emdKbNPWU6d4LW-rEQISx07cQ3KDGOcfxDeHZl2AjzYNcKXSUoTqpd69rUBqR1EsejLxDb_9HeR_aI8tdno/s400/20090923215189_brasil_e_cultura.jpg" width="395" /></span></a></div><div style="text-align: center;">(Fonte: Internet)</div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Em <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Antropologia_cultural">Antropologia cultural</a> (a palavra "<i>antropologia</i>" provém do grego - <i>anthrōpos </i>: homem; <i>logia</i> : estudo, ciência; dessa forma, a Antropologia cultural estuda o homem e suas obras), não há juízo de valor de determinada cultura, pois nenhuma <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura">cultura</a> é superior à outra. "<i>A atitude científica se nota pelo hábito de formar juízo sobre os fatos, sem sujeitá-los aos sentimentos pessoais</i>." (1)</div><br />
<div style="text-align: justify;">O “<i>descobrimento</i>” de uma terra remota, secundária no momento de seu “<i>achamento</i>” para o Império português, torna-se o princípio e o fundamento de nossa identidade brasileira, como se já então possuísse como pura potencialidade o que hoje somos. Segundo o historiador <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Alfredo_Bosi" style="text-align: justify;">Alfredo Bosi</a> em "<i style="text-align: justify;">Cultura Brasileira - temas e situações</i>", "<i style="text-align: justify;">da cultura brasileira já houve quem a julgasse ou a quisesse unitária, coesa, cabalmente definida por esta ou aquela qualidade mestra. E há também quem pretenda extrair dessa hipotética unidade a expressão de uma identidade nacional. Ocorre, porém, que não existe 'uma' cultura brasileira homogênea, matriz dos nossos comportamentos e dos nossos discursos. Ao contrário: a admissão do seu caráter plural é um passo decisivo para compreendê-la como um 'efeito de sentido', resultado de um processo de múltiplas interações e oposições no tempo e no espaço</i>." (2)</div><br />
<div style="text-align: justify;">A letra "<i>Inclassificáveis</i>", de Arnaldo Antunes, trabalha com neologismos e construções sonoras de modo a formar a grande colcha de retalhos etno-culturais que formam a identidade do povo brasileiro, questionando a matriz clássica (índio, branco e negro). A letra faz referência a novas formas etno-culturais que se originaram a partir dos três <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Etnia">grupos étnicos</a>: o mulato, a partir da mistura de branco com negro; o cafuzo, mestiço de negro com índio; e o mameluco, oriundo da mistura de índio com branco. A partir de "<i>opostos</i>" étnicos que se mesclam vemos surgir <b>crilouros</b> (crioulos e louros);<b> tupinamboclos</b> (tupinambás e caboclos); <b>guaranisseis</b> (guaranis e nisseis), <b>ciganagôs</b> (ciganos e nagôs) e <b>judárabes</b> (judeus e árabes).</div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 23px;"></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="370" src="http://www.youtube.com/embed/l4kaPisfVUI" width="490"></iframe></b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b><br />
</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b><br />
</b></span></div><b>Inclassificáveis</b><br />
(Arnaldo Antunes)<br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #b45f06;">"Que preto, que branco, que índio o quê?<br />
que branco, que índio, que preto o quê?<br />
que índio, que preto, que branco o quê?<br />
<br />
que preto branco índio o quê?<br />
branco índio preto o quê?<br />
índio preto branco o quê?<br />
<br />
aqui somos mestiços mulatos<br />
cafuzos pardos mamelucos sararás<br />
crilouros guaranisseis e judárabes<br />
<br />
orientupis orientupis<br />
ameriquítalos luso nipo caboclos<br />
</span><br />
<div><span class="Apple-style-span" style="color: #b45f06;">orientupis orientupis<br />
iberibárbaros indo ciganagôs<br />
<br />
somos o que somos<br />
inclassificáveis<br />
<br />
não tem um, tem dois,<br />
não tem dois, tem três,<br />
não tem lei, tem leis,<br />
não tem vez, tem vezes,<br />
não tem deus, tem deuses,<br />
<br />
não há sol a sós<br />
<br />
aqui somos mestiços mulatos<br />
cafuzos pardos tapuias tupinamboclos<br />
americarataís yorubárbaros<br />
<br />
somos o que somos<br />
inclassificáveis<br />
<br />
que preto, que branco, que índio o quê?<br />
que branco, que índio, que preto o quê?<br />
que índio, que preto, que branco o quê?<br />
<br />
não tem um, tem dois,<br />
não tem dois, tem três,<br />
não tem lei, tem leis,<br />
não tem vez, tem vezes,<br />
não tem deus, tem deuses,<br />
não tem cor, tem cores,<br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: #b45f06;">não há sol a sós<br />
<br />
egipciganos tupinamboclos<br />
yorubárbaros carataís<br />
caribocarijós orientapuias<br />
mamemulatos tropicaburés<br />
chibarrosados mesticigenados<br />
oxigenados debaixo do sol"</span><br />
<div><br />
<div style="text-align: justify;">Nós, brasileiros, somos "<i>inclassificáveis</i>", pois somos fruto de nossa mistura racial secular. Nossa diversidade étnica é enfatizada quando Arnaldo Antunes emprega todas as palavras no plural e, sobretudo, ao dizer que “<i>não tem deus, tem deus</i>”, “<i>não tem cor, tem cores</i>”. O Brasil é e existe na pluralidade.</div><br />
<div style="text-align: justify;">Da mesma forma, a música "<i>Paratodos</i>" trabalha com a pluralidade etno-cultural. O próprio título da canção, onde as duas palavras se misturam ("para todos"), enfatiza a mestiçagem entre as etnias que geraram o brasileiro. Composta em 1993 por Chico Buarque, "'<i>Paratodos' trata-se de uma toada homenagem aos personagens que integram a tradição da música popular. (...) Partidário do conceito de música popular que privilegia o aspecto nacional em sua heterogeneidade - uma proposta distinta modernista -, o compositor considera as manifestações locais como diferenças que se suplementam ao conceito de nação.</i>" (Clique <a href="http://www.chicobuarque.com.br/texto/artigos/artigo_cienciahoje_1204.htm">aqui</a> e leia a análise na íntegra). (3)</div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="410" src="http://www.youtube.com/embed/eEXwfAzRR1I" width="540"></iframe></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><br />
<b> Paratodos</b><br />
(Chico Buarque)<br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #b45f06;">"O meu pai era paulista<br />
Meu avô, pernambucano<br />
O meu bisavô, mineiro<br />
Meu tataravô, baiano<br />
Meu maestro soberano<br />
Foi Antonio Brasileiro<br />
<br />
Foi Antonio Brasileiro<br />
Quem soprou esta toada<br />
Que cobri de redondilhas<br />
Pra seguir minha jornada<br />
E com a vista enevoada<br />
Ver o inferno e maravilhas<br />
<br />
Nessas tortuosas trilhas<br />
A viola me redime<br />
Creia, ilustre cavalheiro<br />
Contra fel, moléstia, crime<br />
Use Dorival Caymmi<br />
Vá de Jackson do Pandeiro<br />
<br />
Vi cidades, vi dinheiro<br />
Bandoleiros, vi hospícios<br />
Moças feito passarinho<br />
Avoando de edifícios<br />
Fume Ari, cheire Vinícius<br />
Beba Nelson Cavaquinho<br />
<br />
Para um coração mesquinho<br />
Contra a solidão agreste<br />
Luiz Gonzaga é tiro certo<br />
Pixinguinha é inconteste<br />
Tome Noel, Cartola, Orestes<br />
Caetano e João Gilberto<br />
Viva Erasmo, Ben, Roberto<br />
<br />
Gil e Hermeto, palmas para<br />
Todos os instrumentistas<br />
Salve Edu, Bituca, Nara<br />
Gal, Bethania, Rita, Clara<br />
Evoé, jovens à vista<br />
<br />
O meu pai era paulista<br />
Meu avô, pernambucano<br />
O meu bisavô, mineiro<br />
Meu tataravô, baiano<br />
Vou na estrada há muitos anos<br />
Sou um artista brasileiro"</span></div><div><br />
<br />
<span style="color: #999999; text-align: justify;">-------------------------</span> <br />
Fontes:<br />
<i>(1) CHILDE, Vere Gordon. A evolução cultural do homem. Ed Zahar, Rio de Janeiro, 1986.<br />
<br />
(2) BOSI, Alfredo. Cultura Brasileira - temas e situações. Ed Ática, São Paulo, 1987.<br />
<br />
(3) "Paratodos" (Chicobuarque.com.br/texto/artigos/artigo_cienciahoje_1204)</i></div></div>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-71576928798315719202011-08-23T23:20:00.005-03:002012-02-25T18:15:00.373-02:00Vídeo nas Aldeias - Vicent Carelli<div style="text-align: justify;">O antropólogo e documentarista franco-brasileiro Vicent Carelli iniciou o projeto <b>Vídeo nas Aldeias</b> em 1987, que registra partes do cotidiano indígena, as vivências e expressões de cada tribo, com o objetivo de fortalecer a identidade indígena, seus patrimônios culturais e territoriais. Há 16 anos o projeto <i>Vídeo nas Aldeias</i> forma diretores cinematográficos indígenas, o que permite aos povos indígenas mostrarem a si próprios, sem a visão exotista européia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvw0wpz_QBvZFe6N1f-ZOzYUpp_S_zlvMkjvtdcLCJ3NsVz37_GVyrzLwhXyQoXPDjQVoR6wPbXiaaz2rJiuHq7FY_S3ydV8LOfuDOwhU0OiGPIW9GJGzhYhh7FZGWlZpUguYqHu68WVqo/s1600/1231245138.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvw0wpz_QBvZFe6N1f-ZOzYUpp_S_zlvMkjvtdcLCJ3NsVz37_GVyrzLwhXyQoXPDjQVoR6wPbXiaaz2rJiuHq7FY_S3ydV8LOfuDOwhU0OiGPIW9GJGzhYhh7FZGWlZpUguYqHu68WVqo/s400/1231245138.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Fonte: <a href="http://www.videonasaldeias.org.br/">Vídeo nas Aldeias</a>)</div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuART_UHieHpkYPgStsPhUqRXtxNVGUbRfQ4pRUyW5MsYYEGdjWI2SCpHoO0XxdgDx1ALsMjx9T6SlwgohGT04Fo3QtjeZSZ6tWIcr2IBJcXlQt3LWFoO1eZz_oL6MFm-nx10sJDp3lxmX/s1600/kuikuro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuART_UHieHpkYPgStsPhUqRXtxNVGUbRfQ4pRUyW5MsYYEGdjWI2SCpHoO0XxdgDx1ALsMjx9T6SlwgohGT04Fo3QtjeZSZ6tWIcr2IBJcXlQt3LWFoO1eZz_oL6MFm-nx10sJDp3lxmX/s400/kuikuro.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Fonte: <a href="http://www.videonasaldeias.org.br/" target="_blank">Vídeo nas Aldeias</a>)</div><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
"<i>O ato de filmá-los e deixá-los assistir o material filmado, foi gerando uma mobilização coletiva. Diante do potencial que o instrumento apresentava, esta experiência foi sendo levada a outros grupos, e gerando uma série de vídeo sobre como cada povo incorporava o vídeo de uma maneira particular. (...) Em 1997, foi realizada a primeira oficina de formação na aldeia Xavante de Sangradouro. O VNA foi distribuindo equipamentos de exibição e câmeras de vídeo para estas comunidades, e foi criando uma rede de distribuição dos vídeos que iam produzindo. Foi se desenvolvendo e gerando novas experiências, como promover o encontro na vida real dos povos que tinham se conhecido através do vídeo, 'ficcionar' seus mitos, etc. O VNA foi se tornando cada vez mais um centro de produção de vídeos e uma escola de formação audiovisual para povos indígenas.</i>" (1)</div><br />
<div style="text-align: justify;">Seu último longa-metragem foi "<i>Corumbiara</i>", finalizado em janeiro de 2009, que documenta sua trajetória junto aos índios isolados da Gleba Corumbiara no sul de Rondônia. Em 1985, a região foi cenário de um massacre de índios isolados. O conflito na fazenda Santa Elina teve a mesma gênese de outros inúmeros massacres acontecidos contra camponeses, posseiros e índios ao longo de quinhentos anos de luta pelo acesso e posse à terra. "<i>Corumbiara</i>" venceu no 37º Festival de Gramado nas categorias de melhor filme, melhor diretor, melhor filme do júri popular e melhor montagem. </div><br />
<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="345" src="http://www.youtube.com/embed/b6-Dx1gFxsk" width="560"></iframe></span></div><br />
<a href="http://www.videonasaldeias.org.br/2009/realizadores.php?c=53" target="_blank">Visite o site</a> do projeto <b>Vídeo nas Aldeias</b> e saiba mais.<br />
<br />
<br />
<span style="color: #999999; text-align: justify;">-------------------------</span> <br />
Fonte:<br />
<i>(1) "Vídeo nas Aldeias" (Videonasaldeias.org.br)</i>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-88229293211775567352011-08-18T20:36:00.007-03:002012-02-25T18:27:40.771-02:00Coleção TABA - Histórias infantis<div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjATqHKkxOymiuTF04r_NB8vW2Sm71DKgYk6ENZ3Qkou1dQe5SL1cEWJe0_ip9K22HCZj9IrrBQVnh7uF5BlR_m2ghthhmuepxBBM3ZBxKiJvVxATKc49drorpV4LbSDahK6hiqtWPFTKNZ/s1600/taba.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="390" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjATqHKkxOymiuTF04r_NB8vW2Sm71DKgYk6ENZ3Qkou1dQe5SL1cEWJe0_ip9K22HCZj9IrrBQVnh7uF5BlR_m2ghthhmuepxBBM3ZBxKiJvVxATKc49drorpV4LbSDahK6hiqtWPFTKNZ/s400/taba.jpg" width="400" /></a></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;">A <b>coleção TABA</b> foi uma publicação brasileira lançada em 1982 pela Editora Abril Cultural que trazia a cada fascículo uma história infantil em disco vinil e um livro ilustrado, reunindo contos escritos por Ana Maria Machado, Ruth Rocha, Maria Clara Machado, Luis Camargo, Cristina Porto, Sylvia Orthof, Myrna Prinsky, entre outros.<br />
<br />
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFMnFpiY6_gVGeAn3aQ9jRDhHDuOOQmcIrAkOfH1DuCJeLD8uAI7RkD8yhyphenhyphenvhPKkRZmoRKiUfJZeLgtvtna5M9CXmAjja-Zmm9COt-kTp7kt7nvtfruBLv_GxRWm-cNQkFKKPql0V47IxK/s1600/006+-+Malaquias%252C+o+Macaco+Cismado+-+Tom+Z%25C3%25A9+e+Cristina+Porto+01.jpg" imageanchor="1" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" height="302" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFMnFpiY6_gVGeAn3aQ9jRDhHDuOOQmcIrAkOfH1DuCJeLD8uAI7RkD8yhyphenhyphenvhPKkRZmoRKiUfJZeLgtvtna5M9CXmAjja-Zmm9COt-kTp7kt7nvtfruBLv_GxRWm-cNQkFKKPql0V47IxK/s400/006+-+Malaquias%252C+o+Macaco+Cismado+-+Tom+Z%25C3%25A9+e+Cristina+Porto+01.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">("<i>Malaquias, o macaco cismado</i>", de Cristina Porto, com ilustrações de</div><div style="text-align: center;">Alcy Linares e música de Tom Zé e Cristina Porto - Fonte: Internet)<br />
<br />
</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaFcrQAwJTRBm9ffIMprQJ7ZSJ2NWLiu-rTqMxHkr0-0kDhohp0MHpeEMwKAoS35bATSfMysXFS7zTSwx0TYZEcKSj2Mox40apmAvXrED6pZeqOAMtuiOABvtMeGg26Txj1KaJVnRbBGpD/s1600/003+-+O+Segredo+do+Curumim+-+Chico+Buarque+e+Francis+Hime+01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaFcrQAwJTRBm9ffIMprQJ7ZSJ2NWLiu-rTqMxHkr0-0kDhohp0MHpeEMwKAoS35bATSfMysXFS7zTSwx0TYZEcKSj2Mox40apmAvXrED6pZeqOAMtuiOABvtMeGg26Txj1KaJVnRbBGpD/s400/003+-+O+Segredo+do+Curumim+-+Chico+Buarque+e+Francis+Hime+01.jpg" width="400" /></a></span></div><div style="text-align: center;">("<i>O segredo do Curumim</i>", de Sonia Robatto, com ilustrações de</div><div style="text-align: center;">Sérgio Cântara e música de Chico Buarque - Fonte: Internet)</div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Num total de 40 fascículos, a coleção TABA foi um projeto inovador que reuniu vários artistas brasileiros como intérpretes e narradores, dentre eles Chico Buarque, Caetano Veloso, Lenine, Tom Zé, Secos e Molhados e Gal Costa.</div><br />
<div style="text-align: justify;">O projeto trazia uma grande influência do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Tropicalismo" target="_blank">Tropicalismo</a> (movimento cultural brasileiro das décadas de 1960/70). Carregadas de uma forte referência ao folclore brasileiro, as histórias trabalham habilmente o jogo de palavras e recriam de forma muito criativa e lúdica o imaginário infantil. Para ouvir todas as histórias da <b>coleção TABA</b>, clique <a href="http://www.enzo.flog.br/?p=175" target="_blank">aqui</a>.</div><br />
Veja abaixo toda a coleção:</div><div><br />
</div><div>01 – <b>Marinho Marinheiro </b>– Gilberto Gil e Babuska<br />
02 – <b>Sapo Vira Rei vira Sapo</b> – Nara Leão<br />
03 – <b>O Segredo do Curumim </b>– Chico Buarque e Francis Hime<br />
04 – <b>Tião das Selvas</b> – Caetano Veloso e Betina<br />
05 – <b>Bom Dia, Todas as Cores</b> – Renato Terra e Fernando Gama<br />
06 – <b>Malaquias, o Macaco Cismado</b> – Tom Zé e Cristina Porto<br />
07 – <b>Folia de Feijão</b> – Guarabyra & Grupo Terra Molhada<br />
08 – <b>O Barquinho</b> – Musica Tavito e Jane Duboc – Irupe e Menino Navegador<br />
09 – <b>O Circo Cheio de Lua</b> – Nara Leão<br />
10 – <b>Curupaco Papaco</b> – Gal Costa<br />
11 – <b>Ratinha Ritinha</b> – Tom Zé – Folclore Brasileiro<br />
12 – <b>O Jacaré Que Comeu a Lua </b>– Joel Rufino dos Santos<br />
13 – <b>O Coronel e o Barbeiro</b> – Caetano Veloso<br />
14 – <b>Saci Perere da Mata Esucra</b> – Secos & Molhados<br />
15 – <b>Malandragens de um Urubu </b>– Angela Herz, Ruy Quaresma<br />
16 –<b> Marte Invade a Terra </b>– Ruy Quaresma<br />
17 – <b>Filhote de Trem</b> – Edu Lobo e Tulio Mourão<br />
18 – <b>Dona Lua Vai Casar</b> – Caetano Veloso e Fatima Flor<br />
19 – <b>Zé Prequete</b> – Milton Nascimento<br />
20 – <b>As Casas Que Fugiram de Casa</b> – Elis Regina<br />
21 – <b>A Jangada de Natal </b>– Gal Costa e Lenine<br />
22 – <b>A Flauta de Pan</b> – Caetano Veloso<br />
23 – <b>O Bicho-Folhagem</b> – Edson Gama<br />
24 – <b>O Rei que não Sabia de Nada</b> – Luciano Alves e Celia<br />
25 – <b>Mamãe, Eu Quero Miar</b> – Carlos Negreiros<br />
26 – <b>O Rapto das Cebolinhas</b> – Nara Leão<br />
27 – <b>O Mistério de Zuambelê</b> – Tom Zé<br />
28 – <b>Severino Faz Chover</b> – Quinteto Violado<br />
29 – <b>A Bruxinha que Era Boa</b> – Lucia Turnbull<br />
30 – <b>Pererê na Pororoca</b> – Ney Matogrosso<br />
31 – <b>Passarinho Me Contou </b>– Boca Livre<br />
32 – <b>O Gigante Azul</b> – Ronaldo Mota<br />
33 – <b>Chico Palito</b> – Chico Buarque de Hollanda<br />
34 – <b>Festa No Céu</b> – Os Gladiadores<br />
35 – <b>A Salamanca do Jarau</b> – Nara Leão<br />
36 – <b>Dona Baratinha</b> – Tom Zé<br />
37 – <b>O Vaqueiro Misterioso</b> – Rolando Boldrin – Tavito<br />
38 – <b>Adivinhe se é Capaz</b> – Renato Rocha<br />
39 – <b>Chapeuzinho Vermelho</b> – João Gilberto<br />
40 – <b>Romeu e Julieta </b>– Linda Borboleta com Jane Duboc</div>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-59863464315075958862011-07-26T20:12:00.012-03:002012-02-25T18:11:02.383-02:00Museu dos Brinquedos<div style="text-align: justify;">O <a href="http://www.museudosbrinquedos.org.br/" target="_blank">Museu dos Brinquedos</a> fica em Belo Horizonte, Minas Gerais (MG). Foi criado em 1986, existindo informalmente desde esse período até a década de 1990. A coordenadora do Museu, Luiza de Azevedo Meyer, nasceu em 1912, no município de São João Del Rey, em Minas Gerais. Luiza reuniu ao longo de décadas um rico acervo de brinquedos. Sua ideia era transformar a coleção com brinquedos de diferentes gerações em um local destino à pesquisa, preservação e difusão do patrimônio cultural lúdico da infância, servindo também como instrumento educativo em escolas públicas e particulares da região metropolitana de Belo Horizonte.</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDnRJzn93HR_0-xN64fqu2d_KFIjETV8K1Uxazxs9prhChfd1p_Fsk_BFenm7fDC9jmGBuY_RjpYGkqsuchUmQuzZHxSyDm7nVBY6PzajwrUmigbFacWLPFUn4-RG4b0rTyhgFUrm3E9ti/s1600/1996.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDnRJzn93HR_0-xN64fqu2d_KFIjETV8K1Uxazxs9prhChfd1p_Fsk_BFenm7fDC9jmGBuY_RjpYGkqsuchUmQuzZHxSyDm7nVBY6PzajwrUmigbFacWLPFUn4-RG4b0rTyhgFUrm3E9ti/s400/1996.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(<i>Lan Logan's Carlectables</i>, Inglaterra, ano de aquisição: 1982 -<br />
Foto: Museu dos Brinquedos)</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span><br />
"<i>Com aproximadamente 5.000 peças, de procedência nacional e internacional, o acervo é composto, entre outros objetos, de bonecas, carrinhos, carrinhos de bebê, móveis, fogões, louças, máquinas de costura, ferros de passar roupa, trenzinhos, autoramas, velocípedes, pelúcias, cavalos de pau, fantoches, robôs, jogos, brinquedos musicais, livros infanto-juvenis, lanternas mágicas. Atualmente, permanecem em exposição aproximadamente 800 exemplares dos mais diversos países</i>." (1)</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj41lyG3nFUcQw_K_cIAQ7E1hIyCy5NnpypGBfuOxuaKB-pEKQ7Z1SO2OknxAnQ3HERYR7WkhLgjH90zWKuCj1T9zwY0ZPioLntjKR1uytqaZMOpTGEw9jemASReKyqGv-dVDzb-NZkvwoJ/s1600/1999.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj41lyG3nFUcQw_K_cIAQ7E1hIyCy5NnpypGBfuOxuaKB-pEKQ7Z1SO2OknxAnQ3HERYR7WkhLgjH90zWKuCj1T9zwY0ZPioLntjKR1uytqaZMOpTGEw9jemASReKyqGv-dVDzb-NZkvwoJ/s400/1999.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Fantoche jacaré, Alemanha, ano de aquisição: 1999 - Foto: Museu dos Brinquedos)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No <a href="http://www.museudosbrinquedos.org.br/sistema/modules/brtfundo/listagem.php" target="_blank">site</a> do Museu é possível encontrar brinquedos divididos em categorias: Acessórios, Animais, Bonecos, Bonecas, Brincar de casinha, Circos, Esportes, Fantoches, Marionetes, Musicais, Pelúcia, Raros, Robôs, Transportes, entre outros. (Conheça o <a href="http://www.museudosbrinquedos.org.br/sistema/modules/brtfundo/listagem.php" target="_blank">catálogo de brinquedos</a> do acervo).</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha1Ikuus_JfkG57NXurw_1mznJOcik7l0SQ97PXEokI7NPvDi5TqPXw4DqtfmSx89FX50Cu6l16W7ANWxwTVSSCY1Bq9UAIh1XGHPnWFPEIPP7eHyqrrKzQD1se39H8mRsBUcdBIrFr9PU/s1600/584.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha1Ikuus_JfkG57NXurw_1mznJOcik7l0SQ97PXEokI7NPvDi5TqPXw4DqtfmSx89FX50Cu6l16W7ANWxwTVSSCY1Bq9UAIh1XGHPnWFPEIPP7eHyqrrKzQD1se39H8mRsBUcdBIrFr9PU/s400/584.jpg" width="300" /></a></div><div style="text-align: center;">(Boneca "<i>Magis Romao</i>", Itália, ano de aquisição: desconhecida - Foto: Museu dos Brinquedos)</div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Além do registro dos brinquedos no site, há também uma sessão dedicada à <a href="http://www.museudosbrinquedos.org.br/modules/news1/index.php?storytopic=3" target="_blank">confecção manual de brinquedos antigos</a>, como o famoso aviãozinho e bilboquê, presentes na infância das gerações passadas e por vezes desconhecidos do universo infantil atual. </div><br />
<br />
<span style="color: #999999; text-align: justify;">-------------------------</span> <br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><b>Como chegar</b></span><br />
<br />
<b>Museu dos Brinquedos </b><br />
Avenida Afonso Pena, 2564 - Funcionários Belo Horizonte - MG<br />
Tel: 31 3261 3992<br />
Visite o site do <a href="http://www.museudosbrinquedos.org.br/">Museu dos Brinquedos</a><br />
<br />
<br />
<span style="color: #999999; text-align: justify;">-------------------------</span> <br />
Fonte:<br />
<i>(1) MuseudosBrinquedos.org.br</i>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-78321809051561886832011-06-28T19:34:00.004-03:002012-02-25T17:30:20.499-02:0029 de Junho - São Pedro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div style="text-align: justify;">Nascido na Galiléia, o nome verdadeiro de São Pedro deveria ser Simeão que, por influência do grego (<i>Símon</i>) foi corrompido para Simão. Foi pescador e tornou-se um dos doze apóstolos de Cristo. Segundo a religião católica, São Pedro é considerado o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Bispo_de_Roma">primeiro Bispo de Roma</a>, ou seja, o primeiro Papa da Igreja Católica.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> </span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheZWggQNXxWIEj4z6ydgnr95akswKfo0hVnIYElLUS5fnjyX0a0GqTPQwf8seOvg8exlSGJZYd3MO5iHdH2ElquZ8Jplxrpc3wWpIoU971XegVp0iOm20rljoM5MsZqTALTvjnhUS7KhVp/s1600/saopedro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheZWggQNXxWIEj4z6ydgnr95akswKfo0hVnIYElLUS5fnjyX0a0GqTPQwf8seOvg8exlSGJZYd3MO5iHdH2ElquZ8Jplxrpc3wWpIoU971XegVp0iOm20rljoM5MsZqTALTvjnhUS7KhVp/s1600/saopedro.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;">(São Pedro - Fonte: <a href="http://www.brasilcultura.com.br/">Brasil Cultura</a>)</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrAp5hrfmK0lwku7ryUpdWqCh7CKx_SBFYOkCMJNrHyxnPHA8DUrZAUwYjO4V5tpTu0EnyKG281sQivgta09uHnvXLbhqttk0H02wofwC2AnVYmreexbfzKRx9G-EccnwbkSLxFsUAFfEH/s1600/S._Peter_GraoVasco1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="351" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrAp5hrfmK0lwku7ryUpdWqCh7CKx_SBFYOkCMJNrHyxnPHA8DUrZAUwYjO4V5tpTu0EnyKG281sQivgta09uHnvXLbhqttk0H02wofwC2AnVYmreexbfzKRx9G-EccnwbkSLxFsUAFfEH/s400/S._Peter_GraoVasco1.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Detalhe da pintura de São Pedro, por Grão Vasco, 1506 - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Cristo havia rebatizado o apóstolo para o nome de <i>Kepha</i> ("<i>Cefas</i>", em português), que em aramaico significa "<i>pedra</i>", "<i>rocha</i>". Traduzido para o grego ("<i>Petros"</i>). Foi provavelmente a partir desse período em que surgiram as crendices populares de que São Pedro havia ganho as chaves do céu por ter sido escolhido como líder. São Pedro foi perseguido pelos romanos, crucificado e enterrado em uma região próxima a Roma, conhecida como Vaticanus.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQnovBhhlXe7SpWW2CsWwMYm3xtgkbfMaNHaFm5u54UNM6jBv52rJfIE_-f_6iooupTgHRaJyfv2sEGin7dAHjbO_lFNywZ_sNhjk4MbSIEwMinUKZgpXvITi-Ia3HeasLpcFElnbzM9yQ/s1600/463px-Caravaggio-Crucifixion_of_Peter.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQnovBhhlXe7SpWW2CsWwMYm3xtgkbfMaNHaFm5u54UNM6jBv52rJfIE_-f_6iooupTgHRaJyfv2sEGin7dAHjbO_lFNywZ_sNhjk4MbSIEwMinUKZgpXvITi-Ia3HeasLpcFElnbzM9yQ/s400/463px-Caravaggio-Crucifixion_of_Peter.jpg" width="308" /></a></div><div style="text-align: center;">("<i>A Crucificação de São Pedr</i>o", de Caravaggio, 1600 - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">São Pedro é um dos três santos homenageados durante a <a href="http://cocada-preta.blogspot.com/2011/06/origem-da-festa-junina.html">Festa Junina</a>. Além dele, há <a href="http://cocada-preta.blogspot.com/2011/06/24-de-junho-sao-joao.html">São João</a>, comemorado no dia 24 de Junho e <a href="http://cocada-preta.blogspot.com/2011/06/13-de-junho-santo-antonio.html">Santo Antônio</a>, cuja festa acontece no dia 13 de Junho. O dia de São Pedro seria, na realidade, a cristianização de um culto pagão a <i>Rômulo e Remo</i>, os mitológicos fundadores pagãos de Roma. Rômulo foi o fundador e primeiro rei da cidade de Roma. Segundo a lenda, Rômulo e Remo eram filhos de Marte e de Reia Sílvia (ou Rhea Silvia) e teriam sido amamentados por uma loba. SPQR, que aparece na gravura abaixo, é um acrônimo para a frase latina <i>Senatus Populusque Romanus</i>. A tradução é "<i>O Senado e o Povo Romano</i>".</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"> <br />
<br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivObXeJIfnZlS8pbvM_2p75vPul73MhPH8zpeVQ-diiqiTdNezwXIw6AsCul2wI-Kh_UJHh5egYVPPzCw3qI-GnQYVSPrWWPgzEG26inVvCZduTqkqoCaUCLWfrcy8lb0yQ2f0saPcxJq2/s1600/romulo_y_remo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="242" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivObXeJIfnZlS8pbvM_2p75vPul73MhPH8zpeVQ-diiqiTdNezwXIw6AsCul2wI-Kh_UJHh5egYVPPzCw3qI-GnQYVSPrWWPgzEG26inVvCZduTqkqoCaUCLWfrcy8lb0yQ2f0saPcxJq2/s400/romulo_y_remo.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Gravura de Rômulo e Remo e a Loba Romana)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">"<i>Quando Roma tornou-se a cidade mais importante do mundo, era preciso que se lhe desse uma origem mítica e esplendorosa, que deixasse aquém a verdade de ter sido fundada por simples pastores. Desprovidos da tradição escrita na época da fundação, a Roma emergente, poderosa e dona do mundo antigo, utilizou-se da tradição oral para explicar poeticamente, através de várias lendas existentes, o seu nascimento. Movidos pela assimilação da cultura helênica, os romanos tomaram para si vários dos deuses da mitologia grega, assimilando-os aos seus próprios. Aceitar abertamente a influência da cultura dos helenos era para os romanos um acinte no orgulho latino. Para contrapor-se aos gregos, os romanos foram buscar como fundador um descendente do mito de Enéias, herói troiano, único sobrevivente da guerra, que teria fugido da Ásia Menor e aportado na península Itálica. Da prole de Enéias surgiriam os gêmeos Rômulo e Remo, filhos do deus Marte com uma mortal. Rômulo teria sido o fundador da maior cidade da antiguidade e o seu primeiro rei</i>." (1)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 20px;"> <br />
<br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi15uXBDtRhPttYISn1OnQHy_SozL1xdaIddNALwzOyvOXAWIxHH8GYDECbk_lpoukLl9ZSs8m4dbc5OpGlslCoCWricDUOqUwgVYRUCeIKwqJPNEH3JnIVUkIku40JHeYhMY2g16zRPTCR/s1600/23445027.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi15uXBDtRhPttYISn1OnQHy_SozL1xdaIddNALwzOyvOXAWIxHH8GYDECbk_lpoukLl9ZSs8m4dbc5OpGlslCoCWricDUOqUwgVYRUCeIKwqJPNEH3JnIVUkIku40JHeYhMY2g16zRPTCR/s400/23445027.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Monumento a <i>Rômulo e Remo</i> em Passo Fundo, RS - Foto: Roberto Martio)</div><div><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O monumento dos 130 anos da Imigração Italiana localiza-se no Rio Grande do Sul (RS) e homenageia a lenda romana de Rômulo e Remo. O artista passo-fundense Paulo Câmera Bonora, que desenvolveu a Loba Romana, levou um mês para finalizar a obra. "<i>Foram usados cerca de 500 kg de sucata. O monumento está exposto na Coluna Romana na Av. Presidente Vargas, em Passo Fundo, Rio Grande do Sul (RS)</i>." (2)</div><br />
<br />
<span style="color: #999999; text-align: justify;">-------------------------</span> <br />
Fontes:<br />
<i>(1) "Roma" (Virtualiaomanifesto.blogspot.com)<br />
<br />
(2) "Loba Romana" (Projetopassofundo.com.br)</i>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-8322539801065192522011-06-28T16:19:00.013-03:002012-02-25T17:27:36.249-02:00Grupo Troupernas de Pau<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"></div><div style="text-align: justify;">Arcoverde é um município considerado a porta de entrada do sertão pernambucano. "<i>Antiga povoação e sede do Distrito de Olho d’Água, situada no então município de Cimbres, Arcoverde passou por outras denominações como Olho D’Água dos Bredos e Rio Branco, enquanto foi parte do município de Pesqueira."</i> (1)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"></div><div style="text-align: center;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCAbetzvifOtdjZX09sYg6tcb56hEu0S2oJGxAaBNhzcb1h5BhND9HnMYWamD8Hf4EkMf8BGuv4-KtOd1m_pFBBZ0TZwrF1LobcU8jL-vW53ccLOnJC1NmVIx3etqj1LjXclWZ6qFoidQg/s1600/261943_210234139020257_100001010179085_590396_4163835_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCAbetzvifOtdjZX09sYg6tcb56hEu0S2oJGxAaBNhzcb1h5BhND9HnMYWamD8Hf4EkMf8BGuv4-KtOd1m_pFBBZ0TZwrF1LobcU8jL-vW53ccLOnJC1NmVIx3etqj1LjXclWZ6qFoidQg/s400/261943_210234139020257_100001010179085_590396_4163835_n.jpg" style="cursor: move;" width="400" /></a></div></div></div><div style="text-align: center;">(Foto: Bio Quirino)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Região rica em manifestações populares como a dança, teatro e a música, Arcoverde é berço de cantadores e poetas. Dentre eles destaca-se o <b>Grupo Troupernas de Pau e Teatro</b>, uma oficina permanente de equilíbrio e mobilidade em pernas-de-pau de Arcoverde.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifwUqDllFbLkkat-Nqpplxy5LkcbvpsRRHKnlM9fNukizRofFbknbDzcvNTD9L_F15jfEaRykI7iN9eNDoAibF90GYP3gJNHG1LTIVsuflSi9ujo2hwv4jY2QaQgnJeS7IjzUPnpCQ0Mta/s1600/DSC_0226.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifwUqDllFbLkkat-Nqpplxy5LkcbvpsRRHKnlM9fNukizRofFbknbDzcvNTD9L_F15jfEaRykI7iN9eNDoAibF90GYP3gJNHG1LTIVsuflSi9ujo2hwv4jY2QaQgnJeS7IjzUPnpCQ0Mta/s400/DSC_0226.jpg" style="cursor: move;" width="400" /></a></div>(Foto: Bio Quirino)</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><br />
</div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Segundo Romualdo Freitas, criador e diretor do grupo teatral, "<i>a maioria dos integrantes da equipe é remanescente do Grupo Espantalho, de Arcoverde, que já vem experimentando o exercício do teatro há 16 anos. Seguimos essa linhagem porque a cidade não tem espaço físico específico para teatro. As apresentações acontecem na rua ou em espaços alternativos. A idéia da 'Quadrilha' surgiu no São João de Arcoverde, em que a prefeitura promove artistas locais.</i>" (2)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhErZxHx2GGsIa6wCv7C92IoVJOyW-Vtx4l6KRKgqpOzsSRuappmpV4JBbS_gOucIvrIFo9QF1ufv8e3Nshi4ayPSpcgfWQyiZorE-yLCIYEGD7mguMiFoHdg-DjgWN8s7Cxlnz1H6_bIZB/s1600/Quadrilha+-+Um+romance+sertanejo.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="295" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhErZxHx2GGsIa6wCv7C92IoVJOyW-Vtx4l6KRKgqpOzsSRuappmpV4JBbS_gOucIvrIFo9QF1ufv8e3Nshi4ayPSpcgfWQyiZorE-yLCIYEGD7mguMiFoHdg-DjgWN8s7Cxlnz1H6_bIZB/s400/Quadrilha+-+Um+romance+sertanejo.JPG" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Apresentação do grupo folclórico pernambucano - Foto: Patricia Telles)</div><div style="text-align: center;"><br />
<br />
</div><div style="text-align: justify;">Durante as festividades de <a href="http://cocada-preta.blogspot.com/2011/06/24-de-junho-sao-joao.html">São João</a>, o grupo teatral apresenta a peça "<i>Quadrilha, um romance sertanejo</i>". Os figurinos simples e coloridos ganham vida ao som de canções populares, como "<i>Usina</i>", de Mestre Ambrósio. (<i>Clique <a href="http://www.youtube.com/watch?v=1AZdLdADTzY">aqui</a> para ouvir a música</i>).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> <br />
</span></div></div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrjVAS8Jxh6iHqrl2CoTy2PZYfUPKVBMPAoUu0QfgsFPd1zBkt3xUXBNanM7WD7j6_r_El93KyUHFOICRB9XOvMahjD_LiDl5YcA0SRAPCsulDQMMo2sY8FHY48buGaDKaO_Ukd68DZ8mY/s1600/DSC_0219.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrjVAS8Jxh6iHqrl2CoTy2PZYfUPKVBMPAoUu0QfgsFPd1zBkt3xUXBNanM7WD7j6_r_El93KyUHFOICRB9XOvMahjD_LiDl5YcA0SRAPCsulDQMMo2sY8FHY48buGaDKaO_Ukd68DZ8mY/s640/DSC_0219.jpg" width="424" /></a></div><div style="text-align: center;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">(Foto: Bio Quirino)<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">"'<i>Quadrilha' conta a história do romance entre Zé Bebelo, que não queria se casar por nada nesse mundo, e Quitéria, filha do coronel e a moça mais rica da cidade. Ela já está passando da idade de se casar e morre de medo de ficar para titia. Quando o pai de Zé, Sifrônio, está a ponto de esganar o filho para que ele case logo, eis que surge uma versão sertaneja do mitológico cupido, deus do amor. Em vez de usar flecha, ele atinge em cheio o coração do rapaz com uma baleadeira. Mais nordestino, impossível. Zé fica apaixonado no ato e só quer saber de ficar com Quitéria, mas o casal de pombinhos é flagrados em um 'amasso' pelas três maiores fofoqueiras da cidade, que tratam de espalhar aos quatro ventos que Quitéria perdeu a virgindade antes do casamento. 'Sou coroa, mas faço questão de casar moça', espalha aos quatro ventos. Não falta ironia nas cenas do casamento, celebrado por um padre mesquinho que cobra a cerimônia por hora, enquanto os personagens entoam uma música do padre Marcelo Rossi. Tem até uma prostituta que tenta impedir o casamento dizendo que tem um filho com Zé e um casal de cangaceiros que chega atirando para todo lado, mas nada impede que o amor culmine, claro, em uma quadrilha de São João.</i>" (3)</div></div></div></div></div></div><br />
<br />
<span style="color: #999999; text-align: justify;">-------------------------</span> <br />
Fontes:<br />
<i>(1) "Arcoverde" (Destinopernambuco.com.br)<br />
<br />
(2) "Romualdo Freitas" (Uol.com.br/JC/teatro/coxia10.htm)<br />
<br />
(3) "Troupernas" (Uol.com.br/JC/teatro/coxia10.htm)</i>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-63626602916495903062011-06-24T17:00:00.005-03:002012-02-25T17:24:13.206-02:00Comidas típicas da Festa Junina<span class="Apple-style-span" style="line-height: 19px;"></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"></div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: left;"></div><div style="text-align: justify;">A comemoração junina surgiu no período pré-gregoriano, com a celebração do solstício de verão, conhecida como <i>Festa da Colheita</i>. Com o domínio da religião Católica, a festa foi rebatizada com o nome de Festa de São João, a popular <a href="http://cocada-preta.blogspot.com/2011/06/origem-da-festa-junina.html" target="_blank">Festa Junina</a>. <span style="text-align: center;">Segundo Gilberto Freyre, "</span><i style="text-align: center;">o açúcar refinou o paladar brasileiro, dando-lhe </i><i style="text-align: center;">densidade histórica por intermédio dos doces e bolos.</i><span style="text-align: center;">"</span></div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEio7e_pir4QBVjIPkqSFRYV-ymCXTinp8xey69ZJiSdNqUFrNgmbEzb3X9EDEHiYJZR7VazccTpWeeznaQ6NO50OZWX1X_vLnk3EncdhaYM3_qYBoEATi0nkadsJxBE0bKAhNB3NIdQs4ra/s1600/comidas-tipicas-juninas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEio7e_pir4QBVjIPkqSFRYV-ymCXTinp8xey69ZJiSdNqUFrNgmbEzb3X9EDEHiYJZR7VazccTpWeeznaQ6NO50OZWX1X_vLnk3EncdhaYM3_qYBoEATi0nkadsJxBE0bKAhNB3NIdQs4ra/s400/comidas-tipicas-juninas.jpg" style="cursor: move;" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(A tradicional culinária brasileira durante as comemorações de Festa Junina - Foto: <a href="http://www.linkatual.com/">Link Atual</a>)</div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Trazida pelos portugueses durante o período de colonização e influenciada por elementos culturais de outras regiões da Europa (principalmente Espanha e França), as comidas típicas da Festa Junina foram se enriquecendo com o decorrer dos anos, ganhando características peculiares com as culturais locais das regiões brasileiras.</div><br />
<br />
<b>Arroz doce</b><br />
<div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Há registros do preparo de arroz cozido em leite com açúcar desde o século XV a.C. Anteriormente aos portugueses, os árabes já conheciam o arroz-doce (a mistura de arroz, leite e açúcar) e o arroz-de-leite (composto por arroz, leite, açúcar e gemas de ovos). Foram os árabes que difundiram essas misturas pela península Ibérica, sul da França e Itália.</div></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px;"><br />
</span></span></span></span></div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large; line-height: 14px;"><b> <br />
</b></span></div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: left;"></div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHVxGqpky2BbhhqFEemYXsgnAvOGXXQ4Fzbede5CqkLooN3YwWDJG05QENiverrdMGPM-vmtUrrvqb9hcWNY2RQZQ-VtyPq_3ESZyIiCHDxfTR4so7J4vbgefwZWV4MWqtSvQ3doLc2aZd/s1600/arrozDoce_chocolate.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHVxGqpky2BbhhqFEemYXsgnAvOGXXQ4Fzbede5CqkLooN3YwWDJG05QENiverrdMGPM-vmtUrrvqb9hcWNY2RQZQ-VtyPq_3ESZyIiCHDxfTR4so7J4vbgefwZWV4MWqtSvQ3doLc2aZd/s400/arrozDoce_chocolate.jpg" style="cursor: move;" width="366" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"></div><div style="text-align: center;">(foto: <a href="http://www.clubgourmand.com.br/">Club Gourmand</a>)</div><div><br />
</div><br />
<div style="text-align: justify;">A partir de então a fama do arroz doce se espalhou por toda a Europa. O próprio étimo "<i>arroz</i>" provém do árabe (<i>ar-ruzz</i>). "<i>A cor dourada que o melaço lhe conferia passou ao branco característico, já no século XIII, quando se começou a utilizar açúcar refinado. O século XVIII marca o momento do baptismo desta sobremesa, que revela todo o seu encanto em todos os livros de receitas europeus</i>." (1)<br />
<br />
</div><ul style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; list-style-image: initial; list-style-position: initial; list-style-type: none; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><li style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span class="apple-style-span"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> <br />
</span></span></span></li>
</ul><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1Dl2cB7BBkjcy_SpI4mi53FDHDMlsDd-jLiZLzxs-AkykHjr3YpY_349094gp5QivZWDt1h7cHNzdpl2Hdjq7tqTbvnwNcSQawDSMQfrc_WdEbRu-dEpkUbMs5xD6vA3IxztmlBrqOPrU/s1600/Garcia-orta-coloquios.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1Dl2cB7BBkjcy_SpI4mi53FDHDMlsDd-jLiZLzxs-AkykHjr3YpY_349094gp5QivZWDt1h7cHNzdpl2Hdjq7tqTbvnwNcSQawDSMQfrc_WdEbRu-dEpkUbMs5xD6vA3IxztmlBrqOPrU/s400/Garcia-orta-coloquios.png" style="cursor: move;" width="300" /></a></div><div style="text-align: center;">(Frontispício do Colóquio dos Simples,</div><div style="text-align: center;">de Garcia de Orta - Goa, 1563 - Fonte: Wikipedia)</div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; line-height: 18px;"> <br />
<br />
</span></span></div><div style="text-align: justify;">Em 1563, o médico judeu português Garcia da Orta fez o primeiro registro em língua portuguesa de uma receita cujos ingredientes principais eram o arroz e o leite. Orta citava o arroz-de-leite, tradicional em seu país, Portugal. Entretanto, este arroz-de-leite não tinha adição de açúcar e, por isso, não era considerado uma sobremesa. (Era, na realidade, uma espécie de acompanhamento de carnes e peixes). No Brasil, com o cultivo da cana-de-açúcar, a mão de obra escrava abundante e a tradição doceira dos portugueses, as iguarias aqui produzidas enriqueciam-se, ganhavam sabores tropicais reinventadas pelas mãos de habilidosas cozinheiras.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><b>Milho verde e bolo de fubá</b><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Fubá (do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Quimbundo">quimbundo</a>, <i>fuba</i>: farinha) é a farinha fina feita com milho ou arroz moído. Anteriormente ao consumo em terras brasileiras, o milho já era consumido pelos povos maias, astecas e incas; povos estes, que ficaram conhecidos historicamente como "<i>civilizações do milho</i>", por conta do consumo relevante deste e também da relação mística que tinham para com o cereal. Também no século IX, o milho já era cultivado em algumas regiões da África sub-saariana. Talvez por esse motivo é possível compreender o consumo de fubá e derivados entre os escravos no Brasil.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0YR5s35IiRyqMhvVkLVUa_2Lg63ZIFJYGVvvx4jadT8WH6XTdboFDPQxwA2gC1aFh0KOnQNe_MUUvxuDzh_zW637YF2dEtu_alOprES7bsVYWA6x2xHMsjnD5zgB7imFmCCJzQJU09OAk/s1600/bolo-de-fuba-com-especiarias-panex.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0YR5s35IiRyqMhvVkLVUa_2Lg63ZIFJYGVvvx4jadT8WH6XTdboFDPQxwA2gC1aFh0KOnQNe_MUUvxuDzh_zW637YF2dEtu_alOprES7bsVYWA6x2xHMsjnD5zgB7imFmCCJzQJU09OAk/s400/bolo-de-fuba-com-especiarias-panex.jpg" style="cursor: move;" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Foto: <a href="http://www.bemparana.com.br/">Redação Bem Paraná</a>)</div><div><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Há registros do consumo relevante de milho durante a Idade Média. Naquela época era comum o consumo de sopas, pois além deste ser um alimento quente (o que auxiliava na manutenção da temperatura, principalmente nos períodos de inverno), também era um prato simples em seu modo de preparo. Geralmente cozinhava-se uma carne (que era conservada salgada), em água fervente, junto a algum cereal pilado para ser transformado em farinha (muito comumente o milho), além de legumes.</div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> <br />
<br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"></div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7C48AOOLmu59Y86cy_r1nOmklrQQOw2XC04yNXcopq9tk3eovwA1UgF2MeyIqDM6GGm7e3Q7WctSJ0liRFONy3gVj5Z8YBRBVdldrGo8Tcdets9KQpWD8xPnUEWfUnItfPBsN5IULwkys/s1600/alimenta%25C3%25A7%25C3%25A3o+idade+media245.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7C48AOOLmu59Y86cy_r1nOmklrQQOw2XC04yNXcopq9tk3eovwA1UgF2MeyIqDM6GGm7e3Q7WctSJ0liRFONy3gVj5Z8YBRBVdldrGo8Tcdets9KQpWD8xPnUEWfUnItfPBsN5IULwkys/s400/alimenta%25C3%25A7%25C3%25A3o+idade+media245.jpg" style="cursor: move;" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Alimentação na Idade Média - ilustração: autor desconhecido)</div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">"<i>Há menções ao uso e consumo do milho miúdo (milium) e do milhete (panicum) entre os etruscos, célebres e desenvolvidos ancestrais dos romanos. Não se tratava, evidentemente, do milho verde encontrado em terras americanas, mas é importante lembrar esse registro tão antigo sobre parentes próximos do Zea Mays (nome científico). As menções ao milhete e ao milho miúdo na história européia (...) estendem-se também ao Medievo. Nesse outro período verifica-se que o consumo desses cereais constituiu um adendo alimentar expressivo para alguns períodos do ano, particularmente para as épocas de crise</i>." (2)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A cultura do milho foi introduzida em Portugal em meados do século XVI no Baixo Mondego, na zona de Coimbra. No Brasil, os índios (principalmente os guaranis), tinham o cereal como o principal ingrediente de sua dieta. Com a chegada dos portugueses, o consumo aumentou e novos produtos à base de milho foram incorporados aos hábitos alimentares dos brasileiros. "<i>Só há relato do uso de milho nos doces no começo do século 17. Embora o grão já fosse conhecido pelos índios, portugueses e escravos, não era então muito valorizado na alimentação e servia mais como ração dos animais. Isso até as portuguesas o incorporarem às receitas. O milho passou a entrar na composição de bolos e pudins, que saíam das mãos delas; papas, angus e mungunzás eram obra das mãos das negras</i>." (3)</div><br />
<br />
<b>Maçã do amor</b><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">A evolução da macieira iniciou-se há milhões de anos, tendo como centro de origem a região entre o Cáucaso e o leste da China. A maçã foi uma importante fonte alimentícia em todos os climas frios. À exceção das frutas cítricas, a maçã pode ser conservada durante mais tempo, preservando grande parte de seu valor nutritivo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 15px;"> <br />
<br />
</span></div><div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"></div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9kN2FaMSAhlaZFB9_VxuwtGvgthoBg-tneiy2T1CAmI9Uguv1_4U1kJop0u3gVlX0f_7FrYukPhd3Wbl4e23qnTZKqjKFYVTbaD8vYVU9bKHkB9e2uhuyzSFMX0Sii6Yzwhj0EsrvTiMA/s1600/Virgem.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9kN2FaMSAhlaZFB9_VxuwtGvgthoBg-tneiy2T1CAmI9Uguv1_4U1kJop0u3gVlX0f_7FrYukPhd3Wbl4e23qnTZKqjKFYVTbaD8vYVU9bKHkB9e2uhuyzSFMX0Sii6Yzwhj0EsrvTiMA/s400/Virgem.jpg" style="cursor: move;" width="270" /></a></div><div style="text-align: center;">("<i>A Virgem e o menino</i>", de Lucas Cranach - 1525-1530,</div><div style="text-align: center;">Eremitério de São Petersburgo, Rússia)<br />
<br />
</div><br />
</div><div><div style="text-align: justify;">Durante a Baixa Idade Média (a partir do século XIII) a maçã passou a ter um sentido ambíguo: além de representar simbolicamente a transgressão de Adão e Eva ao Éden, a inserção da maçã nas mãos do menino Jesus e em Maria fazia alusão à absolvição do pecado e à vida eterna. "<i>A maçã também está ligada ao simbolismo da árvore, eixo do mundo, associada à cruz e a Cristo. Como se acreditava que o conhecimento vinha do alto, uma metáfora era a arbor inversa, cujas raízes estão no céu, sendo Cristo o mais belo fruto enviado pelo céu (Deus) à terra (Maria)</i>." (4)</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> <br />
<br />
</span></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"></div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGCtZbQsnd6R8_HzNMYNE2mGGDoQD7Maljxcq6z_zfFaCNknWgD7xO_Pi0K6FdES3zsGyKCtUix_n6Xk_uDum4nPx2CwQBhjLsiv5AZyzDj2IEpKH3rJIgVy78R83wCIbAuN3DYzwXGn3h/s1600/Ma%25C3%25A7a+Amor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGCtZbQsnd6R8_HzNMYNE2mGGDoQD7Maljxcq6z_zfFaCNknWgD7xO_Pi0K6FdES3zsGyKCtUix_n6Xk_uDum4nPx2CwQBhjLsiv5AZyzDj2IEpKH3rJIgVy78R83wCIbAuN3DYzwXGn3h/s400/Ma%25C3%25A7a+Amor.jpg" style="cursor: move;" width="312" /></a></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"></div><div style="text-align: center;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">(Foto: <a href="http://grandschefs.blogspot.com/">Grand Chefs</a>)<br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A Maçã do Amor foi trazida para o Brasil pela família espanhola Farré. O doce foi patenteado em 1958 e, dois anos depois, foi instalada a primeira marquise do Parque do Ibirapuera, em São Paulo (SP) onde, naquela época, costumava-se comemorar o Carnaval.</div></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> <br />
</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 14px;"><br />
</span></div></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"></div></div><b>Pé-de-moleque</b></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Com a chegada da cana-de-açúcar ao Brasil no século XVI, o pé-de-moleque surgiu a partir da mistura do amendoim torrado (um produto natural da América Latina) à rapadura, trazido pelos escravos (originário das Ilhas Canárias, na Espanha).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div style="text-align: center;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6_3odsftBS30ssgIbhAWojJnvFeFi7p5hyphenhyphenVCNAgSCwwS1SebxIZvOOzWapoxgtLrOIPG0a0DaqxzjgemnNvcB-zb2n0mitfKQLaZsJSwm6HR6R2LGuD7UprVlE5TD0kS6uVcvBpK5Rb0R/s1600/Pe-de-moleque-Panex.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6_3odsftBS30ssgIbhAWojJnvFeFi7p5hyphenhyphenVCNAgSCwwS1SebxIZvOOzWapoxgtLrOIPG0a0DaqxzjgemnNvcB-zb2n0mitfKQLaZsJSwm6HR6R2LGuD7UprVlE5TD0kS6uVcvBpK5Rb0R/s400/Pe-de-moleque-Panex.jpg" style="cursor: move;" width="400" /></a></div></div><div style="text-align: center;">(Foto: <a href="http://www.mrbey.com.br/">Loucos por sobremesas</a>)<br />
<br />
<br />
</div><div><div style="text-align: justify;">O cultivo do amendoim no Brasil estabeleceu-se de modo particular na região do Acre, em 1959. "<i>Quando os imigrantes do Japão chegaram a Quinari, em 1959, o plano era viver da borracha da seringueira. Pelo menos, era o que prometia o governo brasileiro da época que incentivou a ida dos japoneses para lá. Mas, sem assistência, o cultivo e a produção não evoluíram como o esperado, e das 13 famílias que se instalaram na região inicialmente, apenas duas remanesceram. Uma delas é a de Hiroschi Nishizawa, que desembarcou no Brasil aos 4 anos de idade. (...). A família passou então, a cultivar uma outra variedade, mais comum no Brasil, chamada de vermelhinho por ser pequeno e de casca vermelha. Por dez anos, o cultivo desse amendoim ajudou no sustento da casa</i>." (5)</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><br />
<span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 5px; -webkit-border-vertical-spacing: 5px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhByzcvE3KwrejrugU7-6upg9B1H-LvkkZrB6-Iu4c604NzkupiZ3UscvfM_9fgq50sFxLD8WUgqTl-jeMNfbnFTe1vDya9MVVj121arx1_Y_ruWetgd1BOOTbGx0yXug5MGIpF2trmY3XF/s1600/casal-nishizawa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhByzcvE3KwrejrugU7-6upg9B1H-LvkkZrB6-Iu4c604NzkupiZ3UscvfM_9fgq50sFxLD8WUgqTl-jeMNfbnFTe1vDya9MVVj121arx1_Y_ruWetgd1BOOTbGx0yXug5MGIpF2trmY3XF/s400/casal-nishizawa.jpg" width="370" /></a></div><div style="text-align: center;">(Ichi e Masashi Nishizawa, anos 70, pioneiros no cultivo do amendoim - Foto: <a href="http://www.nippobrasil.com.br/">Nippobrasil</a>)</div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
<br />
</span></div></div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXP4MefvccBuVYO5wAYJ8fZu28mKSVSiWLcg0xGmZD78PaXmzaiuJVeq_8jVO_GhHynrT51ahfiYCo3vMGMy25icWLDP4tiEIDFSZV75b6mxh8LXmlwIxbFM0_VKl49onUPgYX0spK2HUB/s1600/moenda+dos+engenhos+s%25C3%25A9culo+XVI_thumb%255B4%255D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="308" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXP4MefvccBuVYO5wAYJ8fZu28mKSVSiWLcg0xGmZD78PaXmzaiuJVeq_8jVO_GhHynrT51ahfiYCo3vMGMy25icWLDP4tiEIDFSZV75b6mxh8LXmlwIxbFM0_VKl49onUPgYX0spK2HUB/s400/moenda+dos+engenhos+s%25C3%25A9culo+XVI_thumb%255B4%255D.jpg" style="cursor: move;" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Moendas dos engenhos, século XVI - Ilustração: autor desconhecido)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"></div><div style="text-align: justify;">Considerada a capital nacional do pé-de-moleque, a cidade de Piranguinho, no sul de Minas Gerais, produz o doce há mais de 75 anos. "<i>A festa é realizada desde 2006 e já começou com a fabricação de um pé de moleque gigante, na época com 11 metros de comprimento. Com o passar dos anos, o tamanho foi aumentando e desta vez, o doce chegou a marca de 16 metros de comprimento, mais que o suficiente para adoçar a noite de todo mundo</i>." (6)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhf2mg-ghZzhWdHs0_NyzdZVApo-AwXSgQn4ljzIPvMzv1ZTUt_LokDiXHZ18W5RqI0pKLX7W1SNPygD7RUbOBkHvo_JYJVympm4Dn8C3eyHv6Rm34NvuteuJu2_qVDYaqU6lOMPrmsxXCY/s1600/pe-de-moleque-gigante-365-dias.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhf2mg-ghZzhWdHs0_NyzdZVApo-AwXSgQn4ljzIPvMzv1ZTUt_LokDiXHZ18W5RqI0pKLX7W1SNPygD7RUbOBkHvo_JYJVympm4Dn8C3eyHv6Rm34NvuteuJu2_qVDYaqU6lOMPrmsxXCY/s400/pe-de-moleque-gigante-365-dias.jpg" style="cursor: move;" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Foto: <a href="http://cozinhasudeste.blogspot.com/">Blog Cozinha Sudeste</a>)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><b><br />
Vinho quente e quentão</b><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Originária do árido Cáucaso, na Ásia, a uva é uma das frutas mais antigas utilizadas na alimentação humana; sua origem vem de 6.000 a.C. As antigas civilizações elegeram deuses como os dadores do vinho: Dionísio (Grécia), Osíris (Egito) e Baco (Roma).</div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 15px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> <br />
<br />
</span></span></div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8Bu9SkOdoDE2fDhc0BuHrwAy8ifmiQG4syg8uDek2iYhjpXsDz_99LPA6lBODrCS-isNzudIo7_HIKH8vbt91xeSSu9ZbX8yHIfzgSDlEkiPIdGumYEdXhA8E5gD8p94TDwNnOcpxh98t/s1600/Dioniso+0008+www.templodeapolo.net.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="372" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8Bu9SkOdoDE2fDhc0BuHrwAy8ifmiQG4syg8uDek2iYhjpXsDz_99LPA6lBODrCS-isNzudIo7_HIKH8vbt91xeSSu9ZbX8yHIfzgSDlEkiPIdGumYEdXhA8E5gD8p94TDwNnOcpxh98t/s400/Dioniso+0008+www.templodeapolo.net.jpg" style="cursor: move;" width="400" /></a></span></div><div style="text-align: center;">(Mosaico bizantino do deus Dionísio - foto: <a href="http://www.mitologiagrega.templodeapolo.net/">Mitologia Grega</a>)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfDqs8UH3W0fkOkTHo2Dh4YiWx4VwRHTT_exxDryOmJiYaUfgaKNNgw7SgghcAdkhEyBA5BUkVMnugjAEn33Ok158oF-q13SNAXysBHLUKkTffPJbAgr4EprEtbRlKdsgnbAQ3LwuEOL_F/s1600/vinho-no-egito-antigo2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="186" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfDqs8UH3W0fkOkTHo2Dh4YiWx4VwRHTT_exxDryOmJiYaUfgaKNNgw7SgghcAdkhEyBA5BUkVMnugjAEn33Ok158oF-q13SNAXysBHLUKkTffPJbAgr4EprEtbRlKdsgnbAQ3LwuEOL_F/s400/vinho-no-egito-antigo2.jpg" style="cursor: move;" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Vinho no Egito Antigo - Fonte: <a href="http://www.papofandangos.com/">Papo Fandangos</a>)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Foi por intermédio dos Fenícios e dos Gregos que o vinho chegou à Europa. Com a ocupação romana, a cultura do vinho consolidou-se na Europa central. No Brasil o cultivo da videira começou em 1535, na Capitania de São Vicente trazida pelos portugueses, tendo grande impulso com a imigração italiana nos estados de São Paulo e da região sul.</div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> <br />
<br />
</span></div><div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"></div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2Bo5x9Z89yBxoUItdGLmHHpmsesUlYzeBG4PeAENAHGy18EyeciUP_0GXk0-53dWRFsm5xE8b_yf2Zlhlwo-T4a5Uaw8eBPWtrVpXXwqlt0AoQxkyocjoiboHKsxa47ca5AhCRHZm1f9c/s1600/quentao-e-vinho-quente.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="241" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2Bo5x9Z89yBxoUItdGLmHHpmsesUlYzeBG4PeAENAHGy18EyeciUP_0GXk0-53dWRFsm5xE8b_yf2Zlhlwo-T4a5Uaw8eBPWtrVpXXwqlt0AoQxkyocjoiboHKsxa47ca5AhCRHZm1f9c/s400/quentao-e-vinho-quente.jpg" style="cursor: move;" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Foto: <a href="http://www.bebidasfamosas.com.br/">Bebidas Famosas</a>)</div></div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">"<i>Foi o próprio Martin Afonso de Souza que trouxe as primeiras mudas de uvas aos trópicos. Em 1532, as primeiras videiras foram plantadas por ele na Capitania de São Vicente (região sudeste do País). (...) As tentativas de cultivo, contudo, não frutificaram, devido ao clima e solo das regiões sudeste e nordeste onde foram inicialmente introduzidas. (...) Com claro objetivo de proteger a sua produção de uvas, os portugueses acabaram inibindo completamente o cultivo e comercialização de vinho no País. A vitivinicultura brasileira permaneceu longos anos como uma atividade privada e doméstica.</i>" (7)</div><br />
<div style="text-align: justify;">Mesmo com a chegada de milhares de imigrantes italianos no Brasil em 1875, o cultivo da uva para a produção de vinho ainda era comprometida, sendo interrompida pelo ataque de doenças que dizimaram boa parte das videiras plantadas. "<i>A década de 80 representa uma virada na produção de vinho no Brasil. É a partir deste período que começa a ocorrer a reconversão de vinhedos (troca do sistema latada por espaldeira), passando ao cultivo de variedades européias da espécie Vitis vinifera – base para a elaboração de vinhos de alta qualidade. É nesta época que começa uma efetiva profissionalização do plantio e das técnicas enológicas nas vinícolas."</i> (8)</div><div><br />
</div><br />
<span style="color: #999999; text-align: justify;">-------------------------</span> <br />
Fontes:<br />
<i>(1) "Arroz doce" (Saludaes.pt)<br />
<br />
(2) "Milho" (Planetaeducacao.com.br)<br />
<br />
(3) "Doces típicos" (Vidasimples.abril.com.br)<br />
<br />
(4) "Maçã do amor" (Revistamirabilia.com)<br />
<br />
(5) "Amendoim" (Nippobrasil.com.br)</i><br />
<div><i><br />
</i></div><div><i>(6) "Piranguinho" (G1.globo.com/economia/agronegocios)<br />
<br />
(7) "Vinho" (Vinhosdobrasil.com.br)<br />
<br />
(8) "Vinho" (Vinhosdobrasil.com.br) </i></div>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-50745645563201337222011-06-19T17:54:00.013-03:002011-10-20T23:48:40.103-02:0024 de Junho - São João<div style="text-align: justify;">São João Batista foi um pregador judeu que viveu durante o século I. Batizou muitos judeus, inclusive Jesus. Sua imagem mais conhecida geralmente é representada como um menino segurando um carneiro, que faz alusão à chegada do cordeiro de Deus. São João é chamado "<i>Batista</i>" pela importância que dava ao batismo, "<i>um ritual de purificação corporal onde a imersão na água simbolizava a mudança interior de vida. E de Precursor porque iniciou sua pregação antes de Jesus, mas anunciando sua chegada.</i>" (1)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_RfuCA8dCLvH1ZJGm2lMdrENzqchTLVEZWyTtrp1or8oWj2v9jd-LE9INvLpxVzCvTrI0gUyOwZGxxLECOLNCmDtizX4CENyWmqZyw7SrErwQr_n8xyKWx9wM37l9Ktic_C0mP2bB7JKN/s1600/386_2355-s-joao.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_RfuCA8dCLvH1ZJGm2lMdrENzqchTLVEZWyTtrp1or8oWj2v9jd-LE9INvLpxVzCvTrI0gUyOwZGxxLECOLNCmDtizX4CENyWmqZyw7SrErwQr_n8xyKWx9wM37l9Ktic_C0mP2bB7JKN/s400/386_2355-s-joao.jpg" width="232" /></a></div><div style="text-align: center;">(Imagem de São João Batista - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A <a href="http://cocada-preta.blogspot.com/2011/06/origem-da-festa-junina.html">Festa Junina</a> comemorada no Brasil traz consigo uma forte influência européia devido à nossa colonização; neste caso apresenta, mais especificamente, uma forte interferência da mitologia cristã. Essa, por sua vez, adaptou-se às crenças mais antigas (Pré-cristãs), trazendo consigo uma série de referências culturais dos povos do hemisfério Norte. É interessante observar que há variações quanto às características dos personagens do <a href="http://cocada-preta.blogspot.com/2011/06/folclore.html">folclore</a> e suas lendas, que diferem de acordo com a região (o ambiente, o clima, a geografia) e o tempo, tomando corpos que se moldam ao ambiente e ao modo de viver de cada povo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgWa11dxLyIMqU08U6ew3_wCD11Rk9DPOoZac7FJO4Bt4_Zt5TyucZXwnAypPR4s-UtCuKNRuvTL0mkVHke4hUUtTdUNW4OuxXvDS2u4tvK2VmtfvxDNDVN4d7igrZLaGLeZ9PW4S6e7GA/s1600/344px-Gerson-Kupala.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgWa11dxLyIMqU08U6ew3_wCD11Rk9DPOoZac7FJO4Bt4_Zt5TyucZXwnAypPR4s-UtCuKNRuvTL0mkVHke4hUUtTdUNW4OuxXvDS2u4tvK2VmtfvxDNDVN4d7igrZLaGLeZ9PW4S6e7GA/s400/344px-Gerson-Kupala.jpg" style="cursor: move;" width="230" /></a></div><div style="text-align: center;"></div><div style="text-align: center;">("<i>Kupala</i>", de Wojciech Gerson, 1897)</div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Por exemplo, na Ucrânia Pré-Cristã, as pessoas da aldeia reuniam-se em volta da fogueira para celebrar o solstício de verão em uma festa pagã onde honrava-se a deusa <i>Kupala</i>. Era um dia sagrado no qual se festejava os dois elementos mais importantes para os povos eslavos: o fogo e a água. Acreditava-se que Kupala era a deusa polonesa do Amor e da boa Colheita e Kupalo, sua forma masculina. Com o advento do cristianismo na Ucrânia, em 988, a figura de Kupalo foi associada à imagem de São João Batista. Coincidentemente, assim como a Iara do <a href="http://cocada-preta.blogspot.com/2011/06/folclore-brasileiro.html">folclore brasileiro</a>, a deusa Kupala também é conhecida como <a href="http://cocada-preta.blogspot.com/2011/06/folclore-brasileiro.html">Mãe D'Água</a>, sendo associada às árvores, ervas e flores.</div><div><br />
<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 19px;"> <br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi00wxXdaS-rcXEm1AVIsXF7iBj-NWN2OxDLkf7HFb3hEci5yPgYljeTwRRMQ4UsHUGBLe94VEPHkLzf10Wq5YN5YBvffDKWHfuEoclfhvEpdncJDcDp87SdSRqabUKoTr8Reqkv-ulEh-7/s1600/boris-olshansky-on-the-night-of-ivan-kupala-1995-e1272155210659.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="286" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi00wxXdaS-rcXEm1AVIsXF7iBj-NWN2OxDLkf7HFb3hEci5yPgYljeTwRRMQ4UsHUGBLe94VEPHkLzf10Wq5YN5YBvffDKWHfuEoclfhvEpdncJDcDp87SdSRqabUKoTr8Reqkv-ulEh-7/s400/boris-olshansky-on-the-night-of-ivan-kupala-1995-e1272155210659.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">("<i>On the Night of Ivan Kupala</i>", de Boris Olshansky, 1995)</div><br />
<br />
<br />
Fonte:<br />
<i> (1) "São João Batista" (Recantodasletras.com.br)</i></div>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-61151418734130944832011-06-17T15:35:00.029-03:002012-02-25T17:19:38.582-02:00A origem da Festa Junina<div style="text-align: justify;">A comemoração junina tal qual conhecemos atualmente tem sua origem no Egito Antigo. Conhecidas como <i>Festa da Colheita</i> tinham como principal objetivo celebrar o início da colheita, cultuando os deuses do sol e da fertilidade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A concepção dessa comemoração continuou até a Idade Média, sendo comemorada no dia 25 de dezembro (calendário <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Calend%C3%A1rio_juliano" target="_blank">juliano</a>), e celebrava-se o solstício de verão (a fertilidade da terra e as boas colheitas). Era, portanto, uma festa tradicionalmente pagã celebrada por gentios, acepção católica que significa: "<i>1 - Quem segue o paganismo; 2 - Quê ou o que não é civilizado; 3- S. m. Pop. Grande porção de gente; (Dicionário Completo da Língua Portuguesa Folha da Tarde)</i>". (1)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"></div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJd59XWVqbCWfuLfDtlJP2m44G52M50I2txgewzwK3W6W5V4XOuRF-e5_-__L0m3e4leO6PgxJfj8sOigZRSKIeeOft8gGY5sCeA4ETmjd_xRiUNsklpxDI_nHXAWNHgPUzRLF6K01uAri/s1600/%255D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="291" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJd59XWVqbCWfuLfDtlJP2m44G52M50I2txgewzwK3W6W5V4XOuRF-e5_-__L0m3e4leO6PgxJfj8sOigZRSKIeeOft8gGY5sCeA4ETmjd_xRiUNsklpxDI_nHXAWNHgPUzRLF6K01uAri/s400/%255D.jpg" style="cursor: move;" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;">(<i>Rá</i>, o Deus egípcio do Sol, representado na sua forma antropozoomórfica,</div><div style="text-align: center;">com corpo humano e a cabeça de um falcão coroado pelo disco solar.</div><div style="text-align: center;">Ao lado, <i>Lughnasadh</i>, o Deus céltico do Sol - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Com o domínio da Igreja Católica, a <i>Festa da Colheita</i> foi cristianizada e rebatizada com o nome de "<i>Festa de São João</i>", passando-se então a festejar a imagem de São João Batista. Pregador judeu, São João viveu durante o século I. Além disso foi um profeta considerado pelos cristãos como o "<i>precursor de Messias</i>". Quem com ele confessava seus pecados era lavado no rio Jordão por São João Batista, na cerimônia do batismo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal"><br />
<div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNpuEmpNVcrOHizxiwY1mZB3hwKDWUowZCF14esOeB4TnLLaqxITilgRWBpJCB7SH_cMgUTGHxstjrVvVqoR05WkF-QeMtNJ_6NAdLDv4iomQxFGcFWK1xRfteeTBHq6_V0_aSmhhB4SpY/s1600/saojoaorainha.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNpuEmpNVcrOHizxiwY1mZB3hwKDWUowZCF14esOeB4TnLLaqxITilgRWBpJCB7SH_cMgUTGHxstjrVvVqoR05WkF-QeMtNJ_6NAdLDv4iomQxFGcFWK1xRfteeTBHq6_V0_aSmhhB4SpY/s400/saojoaorainha.jpg" style="cursor: move;" width="307" /></a></div><div style="text-align: center;">(Estandarte de São João Batista, em comemoração à festa de São João Batista,</div><div style="text-align: center;">em São João do Sabugi, RN - Foto: <a href="http://www.sabugibyjq.zip.net/" target="_blank">João Quintino</a>)</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><br />
<div style="text-align: justify;">As Festas de São João ainda são comemoradas em alguns países católicos da Europa (como França, Portugal e Irlanda) e também em alguns países nórdicos e do Leste europeu. “<i>Uma das primeiras festas, meio populares, meio de igreja de que nos falam as crônicas coloniais do Brasil é a de São João já com fogueiras e danças. Pois as funções deste popularíssimo santo são afrodisíacas; e ao seu culto se ligam até praticas e cantigas sensuais. É o santo casamenteiro por excelência. (...) As sortes que se fazem na noite ou na madrugada de São João, festejado a foguetes, busca-pés e vivas, visam no Brasil, como em Portugal, a união dos sexos, o casamento, o amor que se deseja e não se encontrou ainda. No Brasil faz-se a sorte da clara de ovo dentro do copo de água; a da espiga de milho que se deixa debaixo do travesseiro, para ver em sonho quem vem comê-la; a da faca que de noite se enterra até o cabo na bananeira para de manhã cedo decifrar-se sofregamente a mancha ou a nódoa na lâmina; a da bacia de água, a das agulhas, a do bochecho. Outros interesses de amor encontram proteção em Santo Antônio. Por exemplo, as afeições perdidas. Os noivos, maridos ou amantes desaparecidos. Os amores frios ou mortos. É um dos santos que mais encontramos associados às práticas de feitiçaria afrodisíaca no Brasil. É a imagem desse santo que freqüentemente se pendura de cabeça para baixo dentro da cacimba ou do poço para que atenda às promessas o mais breve possível. Os mais impacientes colocam-na dentro de urinóis velhos. São Gonçalo do Amarante presta-se a sem cerimônias ainda maiores. Ao seu culto é que se acham ligadas as práticas mais livres e sensuais. Atribuem-lhe a especialidade de arrumar marido ou amante para as velhas, como São Pedro a de casar as viúvas. Mas quase todos os amorosos recorrem a São Gonçalo</i>”. (2)</div><br />
<div style="text-align: justify;">As festas em comemoração a São João também são conhecidas como "<i>joaninas</i>". Segundo Frei Vicente do Salvador, um dos primeiros brasileiros a escrever a história de sua terra, já no ano de 1603 os índios acudiam a todos os festejos portugueses, em especial os de São João, por conta das fogueiras e capelas. Durante os festejos de <a href="http://cocada-preta.blogspot.com/2011/06/24-de-junho-sao-joao.html" target="_blank">São João</a> (24 de Junho) são celebradas também as figuras de <a href="http://cocada-preta.blogspot.com/2011/06/13-de-junho-santo-antonio.html" target="_blank">Santo Antônio</a> (13 de Junho) e <a href="http://cocada-preta.blogspot.com/2011/06/29-de-junho-sao-pedro.html" target="_blank">São Pedro</a> (29 de Junho).</div><br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><b> Os elementos da Festa Junina</b></span><br />
<br />
<b> A fogueira</b><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><div style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br />
</span></span></b></div></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJHu3nMMov9IjJIm6agciJqNVNOAt2uPuiZgh9Qy6uBOK8j83ATnbkwARqxBN7mLNklsFBcEakHDPZ1SrWqRxYcuQObvPgofnFNvTnocFuDu5AjFTKVIP3CcCKGNMMc4WD1S7SFTNFSz3q/s1600/fogueiras.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="177" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJHu3nMMov9IjJIm6agciJqNVNOAt2uPuiZgh9Qy6uBOK8j83ATnbkwARqxBN7mLNklsFBcEakHDPZ1SrWqRxYcuQObvPgofnFNvTnocFuDu5AjFTKVIP3CcCKGNMMc4WD1S7SFTNFSz3q/s400/fogueiras.jpg" style="cursor: move;" width="400" /></a></div>(São 3 os formatos das fogueiras da Festa Junina: a primeira, <i>quadrada</i>,<br />
em comemoração a Santo Antônio; a segunda, <i>piramidal,</i> celebra São Pedro;<br />
a última, <i>cônica</i>, festeja São João - ilustração: <a href="http://oglobo.globo.com/rio/info/festa-junina/">O Globo</a>)<br />
<div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;">O uso da fogueira muito provavelmente se deve em função das baixas temperaturas durante os últimos meses do ano em que se comemorava o solstício de verão. Atualmente, segundo a concepção católica que se fundou sobre as bases dessa celebração, a fogueira significa o anúncio do nascimento de João Batista, primo de Jesus, à Virgem Maria. "<i>Como era noite e Isabel morava em uma colina, esta foi a forma encontrada para o aviso. Por este motivo, nas noites de junho são montadas fogueiras como forma de celebração. (...). No sertão, o batismo de João também é lembrado com banhos à meia-noite no rio mais próximo.</i>" (3)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: left;"><b>Os balões e bandeiras</b></div><br />
<div style="text-align: justify;">Este costume foi trazido pelos portugueses para o Brasil durante a colonização. Segundo a tradição popular - já sob influência católica - os fogos de artifício servem para despertar São João Batista. Em Portugal, pequenos papéis são atados no balão com desejos e pedidos. Os balões serviam para avisar que a festa iria começar e eram soltos de cinco a sete balões para se identificar o início da festa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><span class="Apple-style-span" style="line-height: 19px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></span></div></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxOrdsIR8C2rNRdO7M93guHCOBLD3EZQNGQtIMayU_RRc2TetHw_U4nra7JQQL7RYsa8vh2B5f9jnbXy4RxYg938r9SVYV-Al9wHB6L6OhtJ2Typq1ZOA145cliyzw_Y0gsuVim_6o9jnV/s1600/festa-junina.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="292" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxOrdsIR8C2rNRdO7M93guHCOBLD3EZQNGQtIMayU_RRc2TetHw_U4nra7JQQL7RYsa8vh2B5f9jnbXy4RxYg938r9SVYV-Al9wHB6L6OhtJ2Typq1ZOA145cliyzw_Y0gsuVim_6o9jnV/s400/festa-junina.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Foto: Internet)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: left;"><br />
</div><div style="text-align: left;"><b>O mastro de São João</b></div><div><br />
<div style="text-align: justify;">O levantamento do mastro de São João se dá no anoitecer da véspera do dia 24 de Junho. Carrega uma bandeira que pode ter dois formatos, em triângulo com a imagem dos três santos, São João, Santo Antônio e São Pedro; ou em forma de caixa, com apenas a figura de São João Batista. A bandeira é colocada no topo do mastro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormal"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9pc4a4BBWz7XDfTr9cyJk3HvTLpCAWmakjWIHqrt6TQsYGpaq2ygZKG6tKMcZySV1j8u7-ims5nZBkZ2PNzTVBi52_0AKSiWMhItQyzupBTvbOttSqNr6v2rO23uEqpo1M5rBUJZL5uvL/s1600/sao-joao-estandarte-784794.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="370" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9pc4a4BBWz7XDfTr9cyJk3HvTLpCAWmakjWIHqrt6TQsYGpaq2ygZKG6tKMcZySV1j8u7-ims5nZBkZ2PNzTVBi52_0AKSiWMhItQyzupBTvbOttSqNr6v2rO23uEqpo1M5rBUJZL5uvL/s400/sao-joao-estandarte-784794.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Mastro com a figura de São João - Foto: autor desconhecido)</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><br />
<div style="text-align: justify;">"<i>O responsável pelo mastro, que é chamado de 'capitão' deve, juntamente com o 'alferes da bandeira', responsável pela mesma, sair da véspera do dia em direção ao local onde será levantado o mastro. Segundo a tradição, a bandeira deve ser colocada por uma criança que lembre as feições do santo. O levantamento é acompanhado pelos devotos e por um padre que realiza as orações e benze o mastro. Uma outra tradição muito comum é a lavagem do santo, que é feita por seu padrinho, um fiel que está pagando por alguma graça alcançada.</i>" (4)</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><b><br />
A Quadrilha</b><br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br />
</span></span></b></div><div class="MsoNormal"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaluhw8U7WIUBOpi992ge72rrzOg3fWzve_OJAJPzZynp1n_-ftFZL9Ez6ovBeSKuOAeL2_NzDV6pjMBY9V7hEKycdYv5aO5rtuseFywwovbR_7t6PwKb1e9DZgAYSMOZvcD9v00ppz2YM/s1600/800px-1817-accidents-in-quadrille-dancing.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="237" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaluhw8U7WIUBOpi992ge72rrzOg3fWzve_OJAJPzZynp1n_-ftFZL9Ez6ovBeSKuOAeL2_NzDV6pjMBY9V7hEKycdYv5aO5rtuseFywwovbR_7t6PwKb1e9DZgAYSMOZvcD9v00ppz2YM/s320/800px-1817-accidents-in-quadrille-dancing.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;">("<i>Dos à Dos - Accidents in Quadrille Dancing</i>", por George Cruikshank, 1817 - Fonte: Wikipedia)<br />
<br />
<br />
</div></div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: justify;">A quadrilha é de origem inglesa, mas teve seu apogeu na França, no século XVIII, recebendo o nome de <i>Neitherse</i>. Era uma dança de salão praticada pela aristocracia e burguesia. Foi introduzida no Brasil durante o período regencial (por volta de 1831).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><i><span class="Apple-style-span" style="line-height: 17px;"><br />
</span></i></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtzahIh4b875mi8mln4dawCWIyizMreVObW1_WRQ8xWXGq45t0PtFaOAZfz80by-C9lYHaOo7CN_uyB-kZBTkoWOUw6yBS-nnHSpI54ah9ejD5Z3aPWmr-c8A9RmAFno3nkYNrPwsRVzcB/s1600/campinaGrande02.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="262" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtzahIh4b875mi8mln4dawCWIyizMreVObW1_WRQ8xWXGq45t0PtFaOAZfz80by-C9lYHaOo7CN_uyB-kZBTkoWOUw6yBS-nnHSpI54ah9ejD5Z3aPWmr-c8A9RmAFno3nkYNrPwsRVzcB/s400/campinaGrande02.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Uma das maiores comemorações da Festa Junina,</div><div style="text-align: center;">Campina Grande, PB - Foto: autor desconhecido)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><br />
<div style="text-align: justify;">"<i>Na época da Regência a quadrilha era enorme sucesso no Rio de Janeiro, trazida por mestres de orquestras que tocavam músicas de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Philip_Musard">Musard</a> e <a href="http://pt.scribd.com/doc/3162935/Artisans-Auguste-Tolbecque">Tolbecque</a>, os 'pais' das quadrilhas. Foi adotada pelos compositores nacionais que lhe deram um 'sotaque' brasileiro. Assim disseminou-se por todo o Brasil e a partir dela apareceram muitas variações no interior do país, como a 'quadrilha caipira' no interior paulista, o 'baile sifilito', na Bahia e em Goiás, a 'saruê' (que dizem ser corruptela de soirée) do Brasil central e a 'mana-chica' (Pinho, 1942; Cascudo, 1969; Almeida, s/d). Atualmente só é executada nas festas juninas, das quais se tornou a música símbolo (Almeida, s/d).</i>" (5)</div><br />
<br />
<span style="color: #999999; text-align: justify;">-------------------------</span> <br />
Fontes:<br />
<i>(1) "Gentio" (Wikipedia.org)<br />
<br />
(2) FREIRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala. Ed Record, Rio de Janeiro, 1995.<br />
<br />
(3) "Festa Junina" (Nordesteweb.com)<br />
<br />
(4) Revista Santo do Dia<br />
<br />
(5) "Festa Junina" (Aguaforte.com/antropologia)</i></div></div>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-51271891645226116892011-06-13T15:50:00.010-03:002012-02-25T17:15:33.418-02:0013 de Junho - Santo Antônio<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div style="text-align: justify;"><b>Santo Antônio</b> (ou Santo António de Lisboa e internacionalmente conhecido como Santo Antônio de Pádua) foi um <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Doutor_da_Igreja" target="_blank">Doutor da igreja</a> que viveu entre os séculos XII e XII (1191/1195). Seu nome de batismo era Fernando Bulhões y Taveira de Azevedo. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Até os 25 anos, Santo Antônio foi cônego regular em Portugal, "<i>quando um fato mudou a sua vida. Ao saber que cinco franciscanos tinham sido martirizados em Marrocos, como conseqüência da tentativa de evangelizar infiéis, Santo Antônio decidiu seguir-lhe os passos e ser um missionário. Foi então que entrou para a ordem dos frades franciscanos e logo foi enviado para trabalhar entre os muçulmanos de Marrocos. Porém, com problemas de saúde, foi obrigado a retornar para a Europa, permanecendo em um eremitério na Itália.</i>" (1) Isso porque a embarcação que o conduzia de volta para Portugal foi desviada por ventos fortes, aportando na Sicília, sul da Itália. A partir de então lecionou Teologia na região italiana e também na França. Em maio de 1233, um ano após sua morte, Santo Antônio foi canonizado pelo papa Gregório IX.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeKSWKKMyHNnWjXtLDyRev8ulxunBZdlBAvj-OH6hOCFkvjHzXbNeGWjnRN0ip7ZHoEZMfKIbdau9kILGeyIT6qcDT1nt5CvMVmdkolQZP-BP6LOXJs1TI-kj-30jdKyCPwfiOD8dXfZ4G/s1600/13-DonaTereza.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeKSWKKMyHNnWjXtLDyRev8ulxunBZdlBAvj-OH6hOCFkvjHzXbNeGWjnRN0ip7ZHoEZMfKIbdau9kILGeyIT6qcDT1nt5CvMVmdkolQZP-BP6LOXJs1TI-kj-30jdKyCPwfiOD8dXfZ4G/s400/13-DonaTereza.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Relicário de Santo Antônio - Fonte: <a href="http://www.cozinhaafetiva.com.br/" target="_blank">Cozinha Afetiva</a>)</div><br />
<div style="text-align: justify;">Segundo católicos é considerado o "<i>santo casamenteiro</i>" e é representado com um menino (Jesus) em seus braços. Foi considerado um taumaturgo, ou seja, um santo milagroso com capacidades paranormais. Santo Antônio não concordava com casamentos arranjados, comuns em um período em que pessoas pertencentes a classes sociais diferentes não poderiam manter relações matrimoniais.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxWcKW7Pl9SqbPcofZ-yfVlT816anQFG5TkWjNBA8J4SStpK9X9IocZFdOEMUSH5hrFwfaWUvv97e51G26WqK0mlXn_aCgrsNfuZ5k-PeLR716N3X75vllu3CEP7ichekGrycwiIICUehQ/s1600/ogum-7.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxWcKW7Pl9SqbPcofZ-yfVlT816anQFG5TkWjNBA8J4SStpK9X9IocZFdOEMUSH5hrFwfaWUvv97e51G26WqK0mlXn_aCgrsNfuZ5k-PeLR716N3X75vllu3CEP7ichekGrycwiIICUehQ/s400/ogum-7.gif" width="276" /></a></div><div style="text-align: center;">("<i>Ogum</i>", de F. Santos)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both;"></div><div style="text-align: justify;">Santo Antônio, além de ser um dos santos católicos com mais seguidores em Portugal, também é bastante conhecido pelo povo brasileiro. No candomblé, Santo Antônio é representado por <i>Ogum</i>, o mais importante orixá africano. "<i>Projetar o santo padroeiro a um orixá do candomblé foi estratégia necessária dos escravos africanos para adotar as práticas obrigatórias da religião dos seus dominadores e, ao mesmo tempo, manter a devoção às entidades do candomblé. Eles foram obrigados a se render à fé católica, sobretudo a Santo Antônio. A partir da astúcia dos escravos, nasceu a herança religiosa brasileira</i>." (2)</div><br />
<div style="text-align: justify;">Durante as comemorações do dia 13 de junho são comuns simpatias para o santo casamenteiro. No Brasil, algumas mulheres solteiras costumam colocar de cabeça para baixo a imagem de Santo Antônio, prometendo desvirá-lo apenas quando este lhe arranjar um namorado. Com o mesmo intuito, outra superstição comum é separar o santo do menino Jesus que este carrega.</div><br />
<br />
<span style="color: #999999; text-align: justify;">-------------------------</span> <br />
Fontes:<i><br />
(1) "Santo Antônio" (Culturabrasil.pro.br)<br />
<br />
(2) Blig.ig.com.br/jonlinesenac</i>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-61637995121856450432011-06-10T20:22:00.009-03:002012-02-25T17:13:08.421-02:00Centro Nacional de Folclore - RJ<div style="text-align: justify;">O <a href="http://www.cnfcp.gov.br/" target="_blank">Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular</a> localiza-se no Rio de Janeiro, ao lado do metrô Catete. Nele é possível encontrar um rico acervo cultural em espaços de exposição que concentram artesanatos populares, telas e outras obras de diversas regiões do Brasil.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"></div><div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWeCO92s4gcSBgEhmpSEcaxL7G5mq9c9P6EnKCn8wii87SjMAugt28yF5N4MWyHPSL6hQIGE6VzM7IzkON4DczkpiSu4utpMmzU3cLfvi4rbMoIB5GRLQpG5-SonEmGNsvQvwNBeMLk5n6/s1600/16_MHG_Nhozim_Roda_Bumba_597b.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="255" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWeCO92s4gcSBgEhmpSEcaxL7G5mq9c9P6EnKCn8wii87SjMAugt28yF5N4MWyHPSL6hQIGE6VzM7IzkON4DczkpiSu4utpMmzU3cLfvi4rbMoIB5GRLQpG5-SonEmGNsvQvwNBeMLk5n6/s400/16_MHG_Nhozim_Roda_Bumba_597b.jpg" style="cursor: move;" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">("<i>Roda Bumba</i>", de Nhozim - Fonte: Internet)</div><div><span class="Apple-style-span" style="color: #2e1111; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 18px;"><br />
</span></span></div><div style="text-align: justify;"><br />
Dentre eles, destaca-se a exposição permanente que conta com uma média de 1.400 objetos e que representa os diversos modos de vida do povo brasileiro. É organizada em cinco unidades temáticas: vida, técnica, religião, festa e arte. Sob o ponto de vista antropológico, em cada uma das salas, pode-se compreender um pouco mais sobre a identidade colorida e multifacetada de nosso povo, identificando de modo mais claro as influências culturais herdadas durante os séculos.</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGBvM_ktaxkOUe0Ze64UMsKuYc_8EpCz62OBaVsCqjWHuQY5XwrDXkLi_xLD5J0RYPnwpSZRsuqGCTse8HMB9jAvY8a-la99xBXtQXv5qfOIK5DiFCK_e74JarvAIH8oMqKLJRqFMOmK3l/s1600/mus_folclore_ermelinda_02.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGBvM_ktaxkOUe0Ze64UMsKuYc_8EpCz62OBaVsCqjWHuQY5XwrDXkLi_xLD5J0RYPnwpSZRsuqGCTse8HMB9jAvY8a-la99xBXtQXv5qfOIK5DiFCK_e74JarvAIH8oMqKLJRqFMOmK3l/s400/mus_folclore_ermelinda_02.jpg" width="330" /></a></div><div style="text-align: center;">("<i>Baianas de Candomblé</i>", acrílica sobre tela de Ermelinda - Fonte: Internet)</div><br />
<br />
<div><div style="text-align: justify;">Outro espaço interessante dentro da instituição é a <b>Galeria Mestre Vitalino</b>. O nome homenageia um dos ceramistas nordestinos mais conhecidos e traz exposições temáticas de curta duração, sempre focando assuntos de interesse contemporâneo. Até o final do mês de julho/2011 acontece dentro deste espaço a mostra "<i>As muitas faces de Jorge</i>", resgatando a religiosidade brasileira no Santo São Jorge da Capadócia. Logo na entrada é possível ouvir trechos de Cordéis sobre o santo guerreiro, escritos por autores consagrados, como Gonçalo Ferreira da Silva, atual presidente da <a href="http://www.ablc.com.br/" target="_blank">ABLC</a> (Academia Brasileira de Literatura de Cordel). Além disso, há um breve descritivo sobre a origem de São Jorge e alguns registros fotográficos que trazem à tona a emoção das festividades em comemoração ao dia de São Jorge.</div><br />
<br />
<span style="color: #999999; text-align: justify;">-------------------------</span> <b><br />
Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular</b><br />
Rua do Catete, 179 e 181, Catete - Rio de Janeiro, RJ<br />
Telefone: (21) 2285-0441<br />
Para mais informações acesse o site do <a href="http://www.cnfcp.gov.br/">CNFCP</a>.</div>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8796900789805003398.post-2585990076286692372011-06-01T18:37:00.585-03:002011-10-20T23:16:52.041-02:00Folclore brasileiro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj69ko8FbIpqsAYbhXgGzsxqAbzzjHRJ95roINjKw-WFdjCNav_YaKUnAHJwyEthQdNowQWDpW5qcvcA2x-KJiVMQxeoTe4XJhXoffEoa0CD4dU198KgWfqFNItcjjzssp0i2PCq385WrUn/s1600/folclore.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj69ko8FbIpqsAYbhXgGzsxqAbzzjHRJ95roINjKw-WFdjCNav_YaKUnAHJwyEthQdNowQWDpW5qcvcA2x-KJiVMQxeoTe4XJhXoffEoa0CD4dU198KgWfqFNItcjjzssp0i2PCq385WrUn/s1600/folclore.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><br />
<div style="text-align: justify;">Segundo Guacira Waldeck, em "<i>Brasis Revelados</i>", "<i>o movimento folclórico brasileiro se disseminou a partir de 1947, no contexto internacional de um mundo ainda sob o impacto da Segunda Guerra.</i>" Surgiu no Brasil, então, a Comissão Nacional de Folclore, instalada no Instituto Brasileiro de Educação e Cultura, no Rio de Janeiro, e vinculada ao Ministério das Relações Exteriores.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os primeiros estudos no Brasil voltaram-se primeiramente para a poesia popular. Os estudos e pesquisas eram conduzidos tendo como embasamento as correntes filosóficas e científicas européias.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Durante o Modernismo brasileiro, Renato Almeida (modernista e musicólogo baiano), sugeriu que se estudasse, não só a literatura, "<i>mas também outros aspectos da vida social, materiais e concretos como as artesanias, as indumentárias, os instrumentos musicais, além das formas de execução, as coreografias, os componentes rituais, e ainda as considerações econômicas, políticas, históricas e geográficas. Percebe-se então que (...) no entendimento do folclore deve-se considerar 'o comportamento do grupo social onde existe e as formas que revestem o fato', conforme escreveu no seu 'A inteligência do folclore' (1974).</i>" (1)</div><div><br />
</div><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><b><br />
As lendas brasileiras</b></span><br />
<div><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><b><br />
</b></span><br />
<b>Boitatá</b><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">A palavra "<i>boitatá</i>" (do tupi, <i>boia</i>: cobra; <i>atatá</i>: fogo) é de origem indígena e é representada por uma cobra de fogo que protege as matas e os animais capaz de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que este mito seja um dos primeiros do folclore brasileiro e há registros de que a primeira versão da história foi relatada nos textos do padre José de Anchieta, que denominou com o termo tupi Mbaetatá ("<i>coisa de fogo</i>"). Em 1560 ele registrou: "<i>Há também outros (fantasmas), máxime nas praias, que vivem a maior parte do tempo junto do mar e dos rios, e são chamados baetatá, que quer dizer cousa de fogo, o que é o mesmo como se se dissesse o que é todo de fogo. Não se vê outra cousa senão um facho cintilante correndo para ali; acomete rapidamente os índios e mata-os, como os curupiras; o que seja isto, ainda não se sabe com certeza.</i>" (2)</div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSODoNLnvMVfQKYWZMyC1mIXrW9YVkZHr0OdTQRcqY5Yp027jndbXuQyNf6MqepnWGV6YVYEs5DOSpXgevC3RpuuKKGlXgUbFoWZadysF0c5PrD7wJ_kQqgQiTNV5kYdP17eT-sxvtHrX0/s1600/boitata.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSODoNLnvMVfQKYWZMyC1mIXrW9YVkZHr0OdTQRcqY5Yp027jndbXuQyNf6MqepnWGV6YVYEs5DOSpXgevC3RpuuKKGlXgUbFoWZadysF0c5PrD7wJ_kQqgQiTNV5kYdP17eT-sxvtHrX0/s1600/boitata.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;">(Ilustração: autor desconhecido - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: center;"><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Em Santa Catarina, a figura aparece da seguinte maneira: um touro de "<i>pata como a dos gigantes e com um enorme olho bem no meio da testa, a brilhar que nem um tição de fogo</i>". Entretanto, a versão que predominou foi a do Rio Grande do Sul. Nessa região, a lenda diz que houve um período de noite sem fim nas matas. Além da escuridão, houve uma enorme enchente causada por chuvas torrenciais. Assustados, os animais correram para um ponto mais elevado afim de se protegerem. A boiguaçu, uma cobra que vivia numa gruta escura, acorda com a inundação e, faminta, decide sair em busca de alimento, com a vantagem de ser o único bicho acostumado a enxergar na escuridão. Decide comer a parte que mais lhe apetecia, os olhos dos animais. E de tanto comê-los vai ficando toda luminosa, cheia de luz de todos esses olhos. O seu corpo transforma-se em ajuntadas pupilas rutilantes, bola de chamas, clarão vivo, boitatá, cobra de fogo.</div></div></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> </span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span><br />
<br />
<b>Boto</b><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Acredita-se que a lenda do boto tenha surgido na região amazônica. A crença nasceu quando uma moça encontrava um namorado nas festas de junho. Nas tradicionais noites juninas na Amazônia, o povo festeja o nascimento de <a href="http://cocada-preta.blogspot.com/2011/06/13-de-junho-santo-antonio.html">Santo Antônio</a>, <a href="http://cocada-preta.blogspot.com/2011/06/24-de-junho-sao-joao.html">São João</a> e <a href="http://cocada-preta.blogspot.com/2011/06/29-de-junho-sao-pedro.html">São Pedro</a>. É comum fazer fogueiras e atirar foguetes, enquanto se dança quadrilhas e se desfruta as comidas típicas, ao som alegre de sanfonas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPghYG4HEMMBHhviUj_p3HN9rNYBvZiMMg8pqXdMf2gEIA5v_mjOgTPQN8H76mkVE1IQl9KVRu0RoffbYLa32FRcQAMftpM-JPwGHDpHlWV1TNSao2hyphenhyphentjokBVttzBGJpZcVkARR3QaObe/s1600/boto+cor+de+rosa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPghYG4HEMMBHhviUj_p3HN9rNYBvZiMMg8pqXdMf2gEIA5v_mjOgTPQN8H76mkVE1IQl9KVRu0RoffbYLa32FRcQAMftpM-JPwGHDpHlWV1TNSao2hyphenhyphentjokBVttzBGJpZcVkARR3QaObe/s1600/boto+cor+de+rosa.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;">(Foto: Redação/TV Tapajós - Fonte: Internet)</div><div><br />
</div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A lenda do Boto ou <i>Uauiara</i> (<i>boto</i>, em tupi), conta que, durante essas noites, enquanto as pessoas estão distraídas celebrando, o boto rosado aparece transformado em um bonito e elegante rapaz mas sempre usando um chapéu, porque sua transformação não é completa - suas narinas se encontram no topo de sua cabeça fazendo um buraco. Ele então conquista a primeira mulher bonita que encontra na festa e, logo após a conquista, leva as jovens para a beira de um rio e as engravida. Antes da madrugada chegar, ele mergulha nas águas do rio para transformar-se novamente em um boto. É graças a este fato que, durante as festividades de junho, quando aparece um rapaz usando chapéu, as pessoas lhe pedem para que ele o retire no intuito de se certificarem de que não é o boto que ali está. Ainda hoje, na região norte brasileira, quando as pessoas desejam justificar a geração de um filho fora do casamento, ou um filho do qual desconhece o pai, é comum ouvir que a criança é filha do boto.</div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><b>Caipora (Curupira)</b><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">No folclore brasileiro, é representada como um pequeno índio de pele escura, ágil, nu, que fuma um cachimbo e gosta de cachaça. Habitante das florestas, a Caipora reina sobre todos os animais e destrói os caçadores que não cumprem o acordo de caça feito com ele. Vive montado numa espécie de porco-do-mato e carrega uma vara. Seus pés voltados para trás serve para despistar os caçadores, deixando-os sempre a seguir rastros falsos. Quem o via perdia totalmente o rumo, e não sabia mais achar o caminho de volta. É também chamado de <i>Pai ou Mãe-do-Mato, Curupira </i>e <i>Caapora</i>.</div><div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman';"><br />
</span></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWsyuJV3exmTmc862HVYEmkPuUpCyAQUrzwEkhh5-wSEm23V60NHCWTFqIrQqPpX8gjAVEkQCxMJjwhhBFZ3va_9u9FboTimAGlNxN_yKwOFzWV5AXkuCoY2TOu7pAr8qFudVM8p1FuVfP/s1600/caipor13.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWsyuJV3exmTmc862HVYEmkPuUpCyAQUrzwEkhh5-wSEm23V60NHCWTFqIrQqPpX8gjAVEkQCxMJjwhhBFZ3va_9u9FboTimAGlNxN_yKwOFzWV5AXkuCoY2TOu7pAr8qFudVM8p1FuVfP/s1600/caipor13.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;">(Ilustração: autor desconhecido - Fonte: Internet)</div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Para os índios Guaranis ele era conhecido como o <i>Demônio da Floresta</i>. Aparentado do <i>Curupira</i>, o Caipora protege os animais da floresta. Os índios acreditavam que a Caipora temesse a claridade, por isso protegiam-se dele andando com tições acesos durante a noite. Uma carta do Padre Anchieta datada de 1560, dizia: "<i>Aqui há certos demônios, a que os índios chamam Curupira, que os atacam muitas vezes no mato, dando-lhes açoites e ferindo-os bastante</i>". (Entre o Tupis-Guaranis, existia uma outra variedade de Caipora, chamada <i>Anhanga</i>, um ser maligno que causava doenças ou matava os índios. Existem entidades semelhantes entre quase todos os indígenas das américas Latina e Central).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Lobisomem</b><br />
<br />
Também conhecido como Licantropo (do grego <i>lykos:</i> lobo; <i>anthrōpos</i>: homem), este mito aparece em várias regiões do mundo e tem sua origem na mitologia grega. Diz o mito que um homem foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transforma-se em lobo nas noites de lua cheia. Nestas noites, o lobisomem ataca todos aqueles que encontra pela frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coração seria capaz de matá-lo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><br />
<div style="text-align: left;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><div style="margin-bottom: 0.5em; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0.4em;"><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: normal;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjE3d9Biy8BZpBajNz8Az7qzANWfv3cPdtv4aOfTrXv5TKlh0-btLDPGD0gGTfZVqA7RdLDcpAlkz9sqR029RDk7uCPN4EmX_LmKZpRWioZ8mjiW8gz58lDfSJquQ2zdYUid9R8lbTY3Rzu/s1600/lobisomem-2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjE3d9Biy8BZpBajNz8Az7qzANWfv3cPdtv4aOfTrXv5TKlh0-btLDPGD0gGTfZVqA7RdLDcpAlkz9sqR029RDk7uCPN4EmX_LmKZpRWioZ8mjiW8gz58lDfSJquQ2zdYUid9R8lbTY3Rzu/s1600/lobisomem-2.jpg" /></a></span></div></div></div></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"></span></div><div style="text-align: center;">(Desenho de um Lobisomem, por Lucas Cranach, 1512 - Fonte: Wikipedia)</div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;"> No Brasil há algumas variações dessa lenda, de acordo com a região. "<i>Uma versão diz que a sétima criança em uma seqüência de filhos do mesmo sexo tornar-se-á um lobisomem. Outra versão diz o mesmo de um menino nascido após uma sucessão de sete mulheres. Outra, ainda, diz que o oitavo filho se tornará a fera</i>." (3). Em algumas regiões, o Lobisomem se transforma à meia noite de sexta-feira, em uma encruzilhada. Como o nome diz, é <i>metade lobo, metade homem</i>. Depois de transformado, o lobisomem sai à noite à procura de sangue. Em algumas localidades diz-se que eles têm preferência por bebês não batizados.</div></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOHAugN3DNZYtvmhwZRJNVxNT0jzOR1I-B-MNyf6B8xvgkZLBkN8AiiFchiVb5kcbB7Rr5E3XASG6KSbBqYI9ukbRvyidN1heaNWAMId9Pju5gEmKPLhtI712FyZpze8P8RabNNgMhZbLk/s1600/lobisomem.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOHAugN3DNZYtvmhwZRJNVxNT0jzOR1I-B-MNyf6B8xvgkZLBkN8AiiFchiVb5kcbB7Rr5E3XASG6KSbBqYI9ukbRvyidN1heaNWAMId9Pju5gEmKPLhtI712FyZpze8P8RabNNgMhZbLk/s1600/lobisomem.jpg" /></a></div><div style="text-align: center;">(Ilustração: autor desconhecido - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Subjacente à lenda, fincada em suas seculares raízes, pode estar um raro distúrbio orgânico, ao qual os cientistas chamam hipertricose. A lenda do lobisomem difundiu-se rapidamente na Europa em decorrência dos casos dessa singular alteração genética. A hipertricose é conhecida por um crescimento desproporcional de pêlos em qualquer parte do corpo. Dessa forma, provalmente por causa da anomalia, os indivíduos com hipertricose saíam de suas casas com maior freqüência à noite, gerando a lenda do lobisomem.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Mãe-d'água</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os cronistas dos séculos XVI e XVII registraram a história inicialmente com um personagem masculino. Chamava-se <i>Ipupiara</i> (do tupi, <i>Igpupiara</i> ou <i>Hypupiara</i>: "<i>monstro marinho</i>"). Era uma espécie de "<i>homem peix</i>e", que devorava os pescadores da região e os levava para o fundo do rio.Já no século XVIII, Ipupiara vira a sedutora Iara. Também conhecida como <i>Iara</i> ou <i>Uiara</i> (do tupi <i>y-îara</i>: senhora das águas), a Mãe-D'água é uma sereia que possui o corpo metade mulher, metade peixe.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0Y2MkD0C-LGKI2jNRWFMdCZcecngm6_LZU6fPPYB2AIs6idJWuHVgAl-c3n53D6zkdRxZO6wKIol6sMI02gKswxRnbzr_WegAbreQZVZoaa7BgDD6eIK-VZgOA4-QCcATkAcN3l34iZkl/s1600/fonte_mae-dagua_maranhao.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="297" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0Y2MkD0C-LGKI2jNRWFMdCZcecngm6_LZU6fPPYB2AIs6idJWuHVgAl-c3n53D6zkdRxZO6wKIol6sMI02gKswxRnbzr_WegAbreQZVZoaa7BgDD6eIK-VZgOA4-QCcATkAcN3l34iZkl/s400/fonte_mae-dagua_maranhao.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Fonte e Chafariz da Mãe-D'água no centro histórico</div><div style="text-align: center;">de São Luis do Maranhão, MA - Foto: Rodolpho Oliveira - Fonte: Internet)</div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Segundo a lenda, Iara era a melhor índia guerreira de sua tribo. Com inveja dos elogios que recebia do pai, o pajé da aldeia, os irmãos de Iara decidiram matá-la. Durante a noite, enquanto Iara dormia, seus irmãos entraram em sua cabana. Iara foi salva por conta de sua audição aguçada, que acabou acordando antes e, para se defender, matou seus irmãos. Com medo de seu pai, Iara fugiu. Seu pai propôs uma busca implacável por Iara e, quando a encontraram, como punição Iara foi jogada no encontro do rio Negro com Solimões. Os peixes a trouxeram à superfície e à noite, a lua cheia transformou a índia em uma linda sereia, de longos cabelos e olhos verdes.</div></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> </span><br />
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> </span></div><br />
<b>Corpo-seco</b><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">É uma espécie de assombração que fica assustando as pessoas nas estradas. Em vida, era um homem que foi muito malvado e só pensava em fazer coisas ruins, chegando a prejudicar e maltratar a própria mãe. Após sua morte, foi rejeitado pela terra e teve que viver como uma "<i>alma penada</i>".</div></div><div><br />
</div><div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBxLRaGeU7JfQeoNitXrDUJ-i4yL6MeNhpLk_ZWIh9s0hB4eK3LHg__z_KBzfO2QajFCGq8uTEl_nMe_85I9oCvRC57bfdRvqSopaCUq44q8lUe7PmYdv3seydkuWRllw_r2nLQ5LSYYB8/s1600/corpo-seco.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="375" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBxLRaGeU7JfQeoNitXrDUJ-i4yL6MeNhpLk_ZWIh9s0hB4eK3LHg__z_KBzfO2QajFCGq8uTEl_nMe_85I9oCvRC57bfdRvqSopaCUq44q8lUe7PmYdv3seydkuWRllw_r2nLQ5LSYYB8/s400/corpo-seco.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Ilustração: autor desconhecido - Fonte: Internet)</div><div><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No interior de São Paulo há uma variante desta lenda. Por se alimentar de sangue humano, quando uma pessoa passa perto do corpo seco, este pula sobre ela e suga todo seu sangue (semelhante a um vampiro). Essa lenda é bastante difundida nos estados do Paraná, Amazonas, em alguns países africanos de língua portuguesa e na região Centro-Oeste, principalmente.</div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 50px; margin-right: 50px; text-align: justify;"></div><br />
<b><br />
Pisadeira</b><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">A lenda diz que Pisadeira seria uma velha de chinelos que aparece nas madrugadas para pisar na barriga das pessoas, provocando a falta de ar. Dizem que costuma aparecer quando as pessoas vão dormir de estômago muito cheio.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0UszfkpG0dBcjhyXenAH0CaiSk8KVEL_NNfGwQbnM2aJed_-zZDwUVkDZ3nAa59zKc8RgQ13u9hdlUP1U3HVAAeJBRnQJLOFh42leR10DVzN1fVTh2mMQ12ewTAypJQwCmOc8MN2M1Eg1/s1600/pisadeira.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0UszfkpG0dBcjhyXenAH0CaiSk8KVEL_NNfGwQbnM2aJed_-zZDwUVkDZ3nAa59zKc8RgQ13u9hdlUP1U3HVAAeJBRnQJLOFh42leR10DVzN1fVTh2mMQ12ewTAypJQwCmOc8MN2M1Eg1/s400/pisadeira.jpg" width="366" /></a></div><div style="text-align: center;">(Ilustração: autor desconhecido - Fonte: Internet)</div></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O jornalista e folclorista Cornélio Pires, importante etnógrafo da cultura e dialeto caipiras, escreveu em seu livro "<i>Conversas ao pé do fogo</i>", referindo-se à Pisadeira: "<i>Esta é ua muié muito magra, que tem os dedos cumprido e seco cum cada unhão! Tem as perna curta, cabelo desgadeiado, quexo revirado pra riba e nari magro munto arcado; sombranceia cerrado e zóio aceso... Quando a gente caba de ciá e vai durmi logo, deitado de costa, ele desce do teiado e senta no peito da gente, arcano... arcano... a boca do estámo... Purisso nunca se deve dexá as criança durmi de costa</i>." Provavelmente esta lenda estaria relacionada com o fato de que muitas pessoas têm sono conturbado e com pesadelos, quando vão dormir após uma refeição pesada.</div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div><b><br />
Mula-sem-cabeça</b><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A Mula-sem-cabeça é uma antiga lenda dos povos da Península Ibérica, que foi trazida para a América pelos espanhóis e portugueses. Esta história faz parte, também, do folclore mexicano (conhecida como "<i>Malora</i>") e argentino (com o nome de <i>Mula Anima</i>). Acredita-se que este mito tenha nascido no século XII, época em que as mulas serviam de transporte para os padres. No Brasil, a lenda disseminou-se por toda a região canavieira do Nordeste e em todo o interior do Sudeste.</div><br />
<div style="text-align: justify;">A Mula-sem-cabeça, representa uma espécie de <i>lobisomem feminino</i>, que assombra povoados onde existam casas rodeando uma igreja. Após o romance entre uma fiel e um padre, como castigo, em todas as noites de quinta para sexta-feira, esta seria transformada num animal quadrúpede que galopa e salta sem parar, enquanto solta fogo pelas narinas. Simbolicamente a Mula-sem-cabeça queira, talvez, representar a <i>libido</i>. É um animal que aparece sem cabeça, ou seja, metaforicamente, queira simbolizar a ausência da razão e da própria consciência (o predomínio do instinto animal).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKaFM-ujFFW-qDFWlcMHcqQp-LZoaGXT_Mioi3KJXEuTkEpyGyCEE0-uKtE7_YvZXw8wi6-OVIoEvSuZUEGY50gfv5Gm4qi7sm5auW86BxYGJEQTug5ExmUAwiPyPslAJy4_cxjP8szn1d/s1600/mula.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKaFM-ujFFW-qDFWlcMHcqQp-LZoaGXT_Mioi3KJXEuTkEpyGyCEE0-uKtE7_YvZXw8wi6-OVIoEvSuZUEGY50gfv5Gm4qi7sm5auW86BxYGJEQTug5ExmUAwiPyPslAJy4_cxjP8szn1d/s400/mula.jpg" width="400" /></a></div></div><div style="text-align: center;">(Ilustração: autor desconhecido - Fonte: Internet)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A relação entre uma mulher (pecaminosa) que se atreveu a envolver-se com um padre (o representante de Deus na Terra), conecta-se à Idade Média, onde os homens tinham medo do poder de sedução feminino. Esses medos, que os levaram a abster-se de qualquer contato com o sexo oposto, geraram fantasias e a criação de assombrações, para incutir maior receio.</div><br />
<b><br />
Mãe-de-ouro</b><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os relatos das primeiras histórias sobre a Mãe-de-Ouro ocorreram no auge da época do Ciclo do Ouro, no século XVIII, nas regiões auríferas brasileiras (Minas Gerais, Goiás e Bahia).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgizGYLCaHIDVQTG5H6htJzANoCk6yPwf3BmON9ieg2r0GtaZhRaOjQqseM4ucZoEcOLBRTQlxaX0QnVGrD7TOfPSrPz18FOU2UqN2TJKmenhnEzhojJDQLAv1vPXTXrLgbs78uYD2rQNR9/s1600/Mae_ouro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgizGYLCaHIDVQTG5H6htJzANoCk6yPwf3BmON9ieg2r0GtaZhRaOjQqseM4ucZoEcOLBRTQlxaX0QnVGrD7TOfPSrPz18FOU2UqN2TJKmenhnEzhojJDQLAv1vPXTXrLgbs78uYD2rQNR9/s400/Mae_ouro.jpg" width="273" /></a></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: center;">(Ilustração: Antonio Luis M. Costa - Fonte: Internet)</div></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É provável que a lenda da Mãe-de-Ouro tenha nascido da fantasia dos solitários garimpeiros que, em busca da riqueza, construíram o Brasil central. A lenda corre no rio das Garças, que em outros tempos foi rico em pedras preciosas. O <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Fogo-f%C3%A1tuo">fogo-fátuo</a> desprendido das ossadas dos animais mortos causava medo aos garimpeiros, ao mesmo tempo eram vistos como os pingos de luz de uma mulher que trazia as riquezas da região, escondidas em suas grutas e no leito dos seus rios. Representada por uma bola de fogo que indica os locais onde se encontra jazidas de ouro. Também aparece em alguns mitos como sendo uma mulher luminosa que voa pelos ares. Em alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas e após atrair homens casados, os faz largar suas famílias.</div><br />
<br />
<b>Saci-Pererê</b><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Talvez seja esse um dos mais conhecidos personagens do folclore brasileiro. Saci deriva do tupi (<i>sa'sï</i>, onomatopeia do pio do pássaro matinta-pereira). Os cronistas do Brasil colonial não o mencionam. Diz a crença popular que dentro de todo redemoinho de vento existe um Saci. "<i>Ele não atravessa córregos nem riachos. Alguém perseguido por ele, deve jogar cordas com nós em sem caminho que ele vai parar para desatar os nós, deixando que a pessoa fuja. Diz a lenda que, se alguém jogar dentro do redemoinho um rosário de mato bento ou uma peneira, pode capturá-lo, e se conseguir sua carapuça, será recompensado com a realização de um desejo</i>." (4)</div><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOMVYzkOwT1s74uLJ8T_FreuUZPQUkYe5ll9L3HcMfuFuoxlvJle6tI73jG9S4O8TuE0Vv_eNlXR1r_vUjvwVT6eLCTMyAKcyNm4crxkT2KXzosCyx2vbxRAYq3QOUaGmsl41-rPZ71mxR/s1600/Saci_Perere.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="303" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOMVYzkOwT1s74uLJ8T_FreuUZPQUkYe5ll9L3HcMfuFuoxlvJle6tI73jG9S4O8TuE0Vv_eNlXR1r_vUjvwVT6eLCTMyAKcyNm4crxkT2KXzosCyx2vbxRAYq3QOUaGmsl41-rPZ71mxR/s400/Saci_Perere.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;">(Ilustração: Antonio Luis M. Costa - Fonte: Internet)</div><br />
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 50px; margin-right: 50px; text-align: justify;"></div><div style="text-align: -webkit-auto;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O personagem parece ter nascido no século XIX ou final do XVIII, entre as tribos indígenas do sul do Brasil. Conhecido também como <i>Matinta-pereira</i> ou <i>Maty</i>, inicialmente o Saci era retratado como um curumim endiabrado, com duas pernas, cor parda, além de possuir um rabo típico. Com a influência da mitologia africana, o saci se transformou em um menino negro que perdeu sua perna lutando capoeira. Além disso, herdou o pito (uma espécie de cachimbo) e ganhou, da mitologia européia, um gorrinho vermelho.</div><div><br />
</div><br />
<br />
Fontes:<br />
<i>(1) Folclore/Cultura Popular - Aspectos de sua história, Cáscia Frade, Campinas.<br />
<br />
(2) Cartas, Informações, Fragmentos Históricos, etc. do Padre José de Anchieta, Rio de Janeiro, 1933.<br />
<br />
(3) "Lobisomem" (Wikipedia)<br />
<br />
(4) Folclore Brasileiro Ilustrado: Lenda do Saci Pererê.</i><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: #444444; font-size: 15px; line-height: 30px;"></span></span></div>Anna Anjoshttp://www.blogger.com/profile/12430065419999366564noreply@blogger.com7